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Milionário, maratonista favorito ao ouro lava banheiros em alojamento por motivação

Publicado 19 Ago 2016 – 06:35 PM EDT | Atualizado 3 Abr 2018 – 10:50 AM EDT
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Eliud Kipchoge é um atleta queniano que está no Brasil para participar da Olimpíada no Rio 2016. Ele é um dos melhores maratonistas do mundo e está entre os favoritos para conquistar a medalha de ouro na prova que acontece no domingo (21).

Este ano, o atleta foi bicampeão na Maratona de Londres ao completar a prova em 2h03min05s, apenas 8 segundos a mais do que o recordista, o também queniano Dennis Kimetto. Além desta, o maratonista coleciona muitas outras vitórias em provas em outros países.

O sucesso no esporte já possibilitou que ele se tornasse um milionário e também um herói do esporte em seu país. Mesmo assim, Kipchoge opta por continuar levando uma vida simples para não dispersar do seu objetivo, que é ser campeão olímpico.

Atleta milionário lava banheiros


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Rotina de Eliud Kipchoge

O atleta acorda pouco antes das 5 horas da manhã todos os dias e, logo em seguida, já sai para correr pelas estradas de terra batida e avermelhada em Kaptagat, no Quênia. Realizando dois treinos por dia, ele corre mais de 200 km por semana. Assim como o maratonista,  Eric Moussambani também treinava antes do dia amanhecer para conseguir representar o seu país em uma Olimpíada. 

Quando volta da corrida, toma banho, café da manhã e depois ajuda nos afazeres domésticos no alojamento, como cortar legumes, arrumar o jardim e também limpa os banheiros. Durante a tarde, além de treinar, também lê livros motivacionais e nunca dorme depois das nove da noite.

Longe da mulher e filhos

Apesar de ter mulher e filhos, o maratonista optou por morar no alojamento com outros atletas.

“É uma instalação modesta. O alojamento foi feito para iniciantes e atletas com poucas condições financeiras. Nós imaginávamos que quando eles se estabilizassem, sairiam para morar em outros lugares, mas os atletas falaram: ‘Não, nós queremos ficar’. Eliud percebeu que para continuar tendo sucesso nas maratonas, é difícil conseguir sozinho", explicou o treinador Valentijn Trouw sobre a decisão do atleta de alto nível de continuar em uma casa simples.

O treinador toca em um ponto importante: dificuldades financeiras são um fator muito comum no esporte, principalmente entre atletas iniciantes, que buscam patrocínio. Para conseguir ir ao Rio para as competições, por exemplo, o ginasta  Kieran Behan precisou fazer bico como pedreiro.

Motivação do corredor


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Kipchoge afirma que o mais difícil é ficar longe dos filhos porque sabem que eles sentem sua falta. “Ficar longe das crianças é muito difícil porque eles todos querem ver o pai, mas eu fico no alojamento por causa da minha memória de estar motivado. Nós compartilhamos ideias e eu mostro para os mais novos como é bom morarmos juntos”, comenta o maratonista sobre sua decisão.

Disciplinado, Kipchog tem um caderno em que anota os tempos de todos os seus treinos, desde quando começou. “Todos os dias ele anota no caderno, e aí, quando ele vai para uma maratona, checa os quatro últimos meses para ter certeza de que fez de tudo. Isso dá a ele confiança de ir e alcançar seus objetivos”, comenta o treinador.

Com uma medalha de prata e uma de bronze guardadas, o maratonista vai fazer de tudo para conquistar a de ouro. “É a única coisa que falta na minha carreira. Ela significa mais do que tudo”. 

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