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Por que todos começaram a debater no post de Tatá Werneck - e até ela se posicionou?

Publicado 9 Nov 2018 – 12:52 PM EST | Atualizado 9 Nov 2018 – 12:52 PM EST
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A nova temporada de “Lady Night” nem estreou ainda e Tatá Werneck já está causando. Um trecho da entrevista com Juliana Paes publicado no Instagram da apresentadora virou um verdadeiro debate não só entre os fãs – a própria artista se posicionou.

No vídeo, Juliana Paes e Tatá Werneck conversam sobre depilação e a apresentadora comenta que está sempre alternando entre remover todos os pelos ou deixar todos os pelos. “Quando o Rafa [Vitti] vai lá para casa, eu limpo tudo, se não ele nem entra”, brincou.

E foi justamente o comentário sobre o namorado que levantou a discussão, iniciada pelo comentário de uma seguidora:

"Tatá, você é demais, mas perde a oportunidade de trazer discussões de gênero importantes. Faz depilação só por causa de macho? A depilação deveria ser pra você! Olha o machismo estrutural atacando"

Vários outros internautas rebateram o comentário e a seguidora complementou: “O vídeo é todo machista. Se fosse um homem falando o que você disse, seria escroto para qualquer mulher e estaria acabado na mão de nós, feministas. [...] O fato de você expor esse tipo de humor na mídia é, além de triste, extremamente prejudicial para as mulheres no momento conservador que o país vive”.

Resposta de Tatá Werneck

Tatá Werneck, então, entrou no meio da discussão e respondeu. "Tentar definir quais os motivos corretos para uma mulher optar por uma depilação é uma forma de nos aprisionar também!", disse a apresentadora.

A discussão não terminou e a seguidora criticou a postura de Tatá. "Ser famosa não te garante que você pode lacrar em cima de quem estuda e luta mais que você, beijo!", publicou.

Tatá rebateu com um textão:

Dizer que uma mulher 'que estuda e luta mais que você' está indo de encontro a toda a luta pela sororidade, amor. Agora é competição de quem é mais feminista? Você não conhece as minhas lutas. Não tô lacrando, nem sei fazer isso. Sou bagaceira, não tenho esse objetivo. Estou apenas trabalhando! Depois de lutar para ter meu espaço, onde pudesse ser quem sempre fui, falando coisas que sempre falei, sem ser julgada. Mas agora é competição de mulheres contra mulheres? Você está de que lado? Tenho direito de não gostar de pelos em mim! E mesmo assim, nessa brincadeira, eu disse que alterno entre superpeluda e nada peluda. Não posso discriminar a escolha dos outros, aí estou errada. Mas em mim, posso gostar ou não, amor! Qualquer mulher tem o direito de se depilar ou não, como bem entender! E ninguém pode interferir. Não tenho o menor problema com peludas, já viu meu braço? Parece uma perna! Quem sou eu para falar de pelos? Estou apenas brincando e sendo feliz

Depilar ou não?

O debate reforça uma discussão já antiga: por que se depilar parece uma obrigação? Em especial no Brasil, a depilação íntima completa tem um apelo forte - não à toa, a remoção total dos pelos ganhou o nome de "depilação à brasileira" ao redor do mundo.

“Hoje, não se depilar tem um significado social muito forte. Antigamente, uma mulher com pelos era apenas uma mulher com pelos. Agora, uma mulher peluda significa que é mais libertária, agressiva e muitas outras coisas que as pessoas pensam. A aparência hoje é uma moeda valiosa no mercado”, explicou ao VIX Denise Bernuzzi, professora de história da PUC-SP e autora do livro "História da Beleza no Brasil".

Mas vale reforçar: a depilação não é uma obrigação e tampouco está associada a questões de higiene. Ao contrário, tem muito a ver com imposições externas, e não internas.

“Há o fator que é quase um tabu, ninguém fala, mas é essencial: os filmes pornográficos enfatizam muito o sexo oral e lançam a moda de depilação íntima, quase uma imposição. Analisando a 'Playboy' no fim dos anos 1980, é possível notar que as mulheres vão ficando com cada vez menos pelos, quase sem nada”, explicou a especialista.

Empoderamento e liberdade feminina

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