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Mulher emagrece quase 100 kg sem cirurgia fazendo Zumba e exercício na praça

Publicado 7 Ago 2019 – 11:53 AM EDT | Atualizado 7 Ago 2019 – 11:53 AM EDT
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Para conseguir eliminar quase 100 kg em um período de dois anos e meio, a diarista Carla Maria Pedro, de Florianópolis (SC), adotou duas estratégias que foram fundamentais em seu emagrecimento: a Zumba e a prática de exercício em praças públicas.

Em entrevista ao VIX, Carla explicou como as atividades contribuíram para seu emagrecimento, o que a motivou a buscar a redução de medidas e como tem sido sua rotina hoje em dia para manter a forma e conquistar a meta de conseguir enxugar mais alguns centímetros.

Mulher perde quase 100 kg com Zumba e exercício na praça

Vida de obesidade

Hoje com 27 anos, Carla conta que, apesar do histórico de obesidade, nasceu com um peso considerado dentro dos padrões.

“Nasci uma criança com peso normal: 3,5 kg. Parece mentira, mas com o decorrer da adolescência e da juventude fui agregando esse excesso de peso”, explicou a diarista.

Ela acredita que parte do ganho de peso ao longo da juventude possa ser creditado à má alimentação. “Somos uma família simples e humilde, mas sempre tivemos fartura. Talvez pelos meus pais não terem conhecimento sobre como uma alimentação poderia seria melhor para mim, foi cada vez piorando.”

Preocupada com o ganho de peso da filha, a mãe chegou a levá-la a consultas com nutricionista e endocrinologista para cuidar da saúde da jovem. Aos 14 anos, Carla chegou a marcar 124 kg na balança.

Quatro anos mais tarde, aos 18 anos, a diarista atingiu 170 kg. Foi nessa idade que ela teve sua primeira gestação. “Foi uma gestação de alto risco devido à obesidade e transtornos com pressão alta. Precisei interromper a gravidez e minha filha nasceu com 36 semanas”, relatou a diarista que, além da menina, hoje é mãe de mais dois.

Bariátrica fora de opção

Antes da gestação da primogênita, Carla contou que cogitou a fazer uma cirurgia bariátrica, procedimento indicado em alguns casos para o tratamento de obesidade mórbida e problemas associados, como diabetes. Porém, a alternativa foi deixada de lado depois que a diarista descobriu uma nova gestação.

“Acabei engravidando de novo e fui descobrir a gravidez no exame pré-operatório para fazer a bariátrica. Quando eu descobri que estava grávida foi um momento muito difícil para mim. Foi complicado porque eu já tinha passado bastante sofrimento para ter a minha primeira filha e foi outra gravidez de alto risco. Ficamos na UTI, corremos risco de vida, para você ver a situação", desabafou.

Após dar à luz, Carla tentou novamente o tratamento para a cirurgia bariátrica - na época, com 23 anos. Porém, acabou desistindo por não se adaptar às dietas necessárias para seguir com a redução de estômago.

“Acabei desistindo no meio do caminho. Cheguei lá pesando 190 kg na primeira consulta com o endócrino e quando eu fui ver estava com mais de 200 kg. Isso foi me desanimando muito”, disse a catarinense, cujo peso máximo foi 202 kg.

Episódio de preconceito

Fora a frustração pela dificuldade de eliminar medidas, Carla também se incomodava com outro fator ligado ao tratamento da bariátrica: o trânsito para as consultas médicas e a vulnerabilidade ao preconceito com seu corpo.

Ao lembrar da época em que era obesa e precisava se locomover usando o transporte público, a diarista narrou um episódio de preconceito que a marcou para sempre.

Depois de um dia de trabalho, Carla perguntou para o motorista do ônibus se poderia entrar no veículo pela porta de trás. Na época, a catarinense trabalhava como balconista em uma padaria e ficava cerca de oito horas em pé no expediente.

“Pedi para o motorista para entrar pela porta de trás, já que na frente havia pessoas sentadas no lugar especial que disponibilizam para obesos e eu não conseguiria passar pela catraca.”

O motorista do ônibus negou o pedido de Carla, o que gerou uma reclamação por parte dela e de amigos ao fiscal do terminal onde desembarcaram. O agente também não deu ouvidos ao grupo.

Carla acabou ficando muito nervosa com a situação e passou mal - o que acarretou alguns olhares de julgamento. “Quando ele virou as costas, acabei desmaiando e tendo uma convulsão. As pessoas que viram acabaram me julgando, pensando que estava tendo a convulsão por droga. Aí você imagina: além de ser taxada de gorda, baleia, obesa, também drogada.”

Emagrecimento

Exercício na praça

Disposta a mudar, Carla decidiu buscar o emagrecimento por meio da prática de exercícios físicos e uma alimentação mais natural.

A princípio, a diarista teve dificuldade para colocar em ação sua decisão por questões físicas e também por se sentir acuada no ambiente de academias tradicionais.

Entretanto, ela persistiu em sua empreitada e o fato de ter disponível aparelhos em academias ao ar livre perto de casa ajudou bastante.

“Para não ficar andando muito nas ruas e para as pessoas não me verem, procurei um horário que não tinha muita gente. Aos pouquinhos, fui perdendo 5 kg, depois 10 kg... Isso foi me dando motivação", lembra.

Segundo a catarinense, ela usava todos os aparelhos disponíveis no espaço. "Eu procurava fazer os de perna, braço e simulador de corrida. Fazia séries de 10, depois chegou um dia em que eu fazia 50 exercícios de cada aparelho."

Carla ainda conta que realizava uma hora de atividades diárias. "Como eu já saía caminhando da minha casa até a praça, eu levava 20 minutos. Então, eu dividia o tempo entre os aparelhos: 10, 20 minutos de cada até fechar uma hora de exercícios."

Com esta rotina, a diarista emagreceu cerca de 50 kg em um ano. Foi quando ela decidiu aderir às aulas de Zumba.

Zumba

A conhecida aula de dança embalada por ritmos latinos permite a eliminação de cerca de 1.000 calorias em apenas uma hora de atividade. Vale lembrar, porém, que a quantidade de quilos eliminados por mês varia de pessoa por pessoa e com a frequência das aulas.

No caso de Carla, foram 46 kg eliminados com a dança em um intervalo de oito meses. “Ao todo, já perdi 96 kg e quero perder mais um pouco. A minha meta é chegar pelo menos aos 90 kg. Hoje, estou pesando 105 kg", contou a diarista que passou a praticar a dança duas vezes na semana.

Assim como teve medo de começar a praticar os exercícios na praça, Carla também sentiu receio com as aulas de Zumba. Mas ela se surpreendeu.

“Eu tinha medo de passar por algum preconceito, de não ser aceita nas aulas. Mas ao contrário: a mulherada é maravilhosa, é uma turma que me ajudou muito.”

De acordo com Carla, as aulas de Zumba não só a ajudaram no processo de emagrecimento, como também recuperaram sua autoestima.

“Eu era uma pessoa que não socializava, que não gostava do que eu via, eu não me aceitava. As aulas me permitiram enxergar novamente com olhar de mulher, devolveram vontade de lutar ainda mais para chegar aonde eu quero. Foi um grande diferencial na minha vida.”

Hoje em dia, enquanto a atividade na praça ficou no passado, a Zumba permanece no cotidiano da diarista, que vibra sempre ao falar dos benefícios que a modalidade lhe proporcionou.

"Ela dá força. Você chega na aula cansada, mas sai dela renovado. Ela traz uma alegria, um prazer que não tem explicação."

Mudanças na alimentação

Junto com os exercícios, Carla também mudou hábitos alimentares. Segundo a diarista, alimentos com açúcar e industrializados foram reduzidos drasticamente em sua da rotina.

"Antes eu comia muito doce, muito chocolate. Eu consumia muita fritura também. Cheguei a gastar 10 litros de óleo em um mês. Hoje eu substitui o óleo por banha de porco."

A troca por opções mais naturais e saudáveis tem sido algo permanente para Carla e a família, que também deixou de usar temperos prontos para dar sabor aos alimentos. “Aprendi que temperos prontos têm muito sódio, então eu tirei. Tanto que hoje minha comida é natural, tenho a minha horta, uso alho, cebola, salsinha, pimentão. Não uso nada industrializado, nada de condimento, como molho de tomate pronto. Faço meu próprio molho."

Além de todas essas mudanças, Carla também adicionou mais verde às refeições, como saladas, frutas e verduras, e também passou a ter mais moderação ao longo das semana na quantidade de alimentos ingeridos.

"Como pouco, com moderação durante a semana. No final de semana, se quero comer um lanche, acabo comendo. Durante a semana, tenho cuidado. A minha reeducação alimentar não restringiu alimentos, apenas comecei a moderar: menos quantidade de alimentos, refeições de 3 em 3 horas e ingestão de coisas naturais."

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