Dieta das 600 calorias está fazendo MUITO sucesso: dá resultado? É segura?
Reduzir a ingestão calórica diária é uma medida que aparece em diversos processos de emagrecimento, mas nem sempre é a melhor saída – e a quantidade de calorias a ser reduzida varia de pessoa para pessoa. É o que afirma a nutricionista Thayana Albuquerque, mas, mesmo assim, a dieta das 600 calorias é uma das mais populares na web e vem fazendo muito sucesso.
Conforme mostrou um levantamento realizado pelo Google, essa dieta – que visa restringir o consumo diário de calorias a 600, quase a mesma quantidade contida em 100 gramas de chocolate ao leite, por exemplo – foi uma das dez mais buscadas pelos brasileiros no último semestre, e a nutricionista explica por que ela é uma má ideia.
Restrição excessiva de calorias traz riscos à saúde
De acordo com Thayana, dietas que restringem bastante o consumo calórico sempre existiram, mas esta se popularizou após celebridades aderirem a ela para perder alguns quilinhos, como a apresentadora Xuxa e da atriz Angelina Jolie, por exemplo.
Conforme explica a nutricionista, o processo de diminuir a ingestão de calorias é perfeitamente normal e funcional, mas a quantidade “correta” não é a mesma para todos os organismos e seu cálculo leva diversos fatores em consideração.
“Normalmente, com 2 mil calorias, a pessoa não passa fome, mas não emagrece e nem engorda. Para emagrecer de maneira eficiente, o ideal é calcularmos as calorias de acordo com a taxa metabólica basal de cada um. Esta taxa é o quanto cada pessoa gasta de energia por dia em repouso”, afirma Thayana.
Segundo ela, além dessa taxa, também é calculado o valor energético total, que leva em consideração as atividades físicas praticadas pela pessoa. Com isso definido, é possível saber quantas calorias a pessoa perde por dia e elaborar um cardápio que não ultrapassas essa quantidade. Naturalmente, consumir menos do que se gasta faz com que a diferença seja queimada.
Thayana explica, porém, que 600 calorias diárias é pouco até para o mais lento dos organismos. Desta forma, o emagrecimento até acontece, mas não de forma sustentável e ainda com muitos riscos.
“Pessoas com um metabolismo mais lento gastam em torno de mil calorias por dia. Isto significa que o consumo de 600 é tão baixo que certamente deixa a pessoa fraca e com fome”, esclarece a especialista, que considera esse método "a pior maneira de se tentar emagrecer".
Para ela, esse tipo de dieta restritiva não só não ajuda como também atrapalha o processo de emagrecimento. Além de gerar frustração pela “necessidade” de cortar completamente o consumo de alimentos – que, em uma dieta balanceada, não precisariam ser eliminados – é possível que a pessoa não consiga mantar o peso conquistado e caia no temido efeito sanfona caso queira retomar uma alimentação menos restritiva.