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Reação de famosas e influencers à morte de Liliane Amorim gera reflexão importantíssima

Publicado 26 Jan 2021 – 04:21 PM EST | Atualizado 26 Jan 2021 – 04:21 PM EST
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Poucos dias após passar por uma lipoaspiração, a influencer Liliane Amorim, de 26 anos, teve complicações devido à cirurgia plástica e precisou ser internada novamente, em estado grave. Alguns dias depois, porém, pessoas próximas à blogueira anunciaram a morte dela – e isso motivou um debate importante nas redes sociais sobre pressão estética e a romantização de procedimentos estéticos

Morte de blogueira após lipo gera debate na web

No dia 20 de janeiro, duas semanas após Liliane Amorim passar por uma lipoaspiração, a família da blogueira usou o Instagram oficial dela para divulgar uma nota sobre seu estado de saúde. Nela, foi informado que a cirurgia não havia corrido conforme o esperado e, em decorrência de complicações, Liliane precisou voltar ao hospital apresentando um quadro de saúde delicado.

Quando o comunicado foi publicado, a blogueira já estava internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) havia três dias – e, apenas dois dias depois, ela morreu. Confirmada por familiares a veículos de informação, a morte da blogueira gerou comoção entre amigos, que a homenagearam e lamentaram sua perda, mas, além disso, o triste acontecimento também motivou um debate importante.

Isso porque, cada vez mais, procedimentos estéticos estão se popularizando entre pessoas que, como Liliane, são jovens e já têm um corpo dentro padrão de beleza atual. Por vezes, estas cirurgias são realizadas em pessoas famosas em troca da divulgação de clínicas ou médicos – e a morte de Liliane fez a web refletir sobre o perigo de se falar sobre estes procedimentos de forma leviana como muitos fazem.

Diante da notícia, a influencer Thaynara OG, por exemplo, veio a público relatar complicações vividas por ela após a realização de uma lipoaspiração de alta definição, popularmente conhecida como LAD. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, a blogueira disse ter passado pela cirurgia no início de 2020, e afirmou que o procedimento foi seguido de um verdadeiro pesadelo.

Conforme contou, após a operação, ela não se sentiu bem e, apesar de estar apresentando excesso de sangue vermelho-vivo em seu dreno, o médico responsável pela blogueira – escolhido com base na experiência de uma conhecida de Thaynara – disse que ela estava bem. Pouco tempo depois, porém, ela teve de ir para a UTI e precisou até de uma transfusão de sangue.

“Eu poderia ter partido por uma besteira. Isso mexeu muito com minha cabeça, foram meses horríveis porque minha recuperação, que já é difícil, foi mais que o normal. Minha barriga ficou bem pontuda para o lado esquerdo. As pessoas fazem dez drenagens, eu fiz mais de cinquenta”, relatou a blogueira, ressaltando também descontentamento com a atitude do médico.

“O que mais me deixou na mão e o que me deixou extremamente mal foi que, no dia que eu mais senti dor, que eu não conseguia dormir de dor, eu não conseguia entrar em contato com meu cirurgião. Sabe quando a pessoa marca muita cirurgia uma atrás da outra? Sai de uma já entre outra? Eu não acho isso correto”, afirmou Thaynara, emocionada ao falar do assunto.

Mexida com a morte de Liliane, ela enviou seus sentimentos à família dela, e pediu que haja mais consciência na hora de optar por fazer um procedimento sério como esses – pedido que ecoou entre outras blogueiras. Na mesma rede social, a youtuber Dora Figueiredo também tocou no assunto e, em um breve vídeo, refletiu sobre por que as pessoas se submetem a cirurgias tão arriscadas mesmo sendo magras.

“De quem é a culpa? Da mulher, que tenta pro resto da vida ser cada vez mais padrão pra alcançar um padrão de beleza inalcançável? Ou a culpa é de uma sociedade, que fala que a gente tem que se moldar pra ser completa, que a gente nunca vai ser feliz enquanto a gente tiver uma gordura na barriga? De quem é a culpa?”, questionou, criticando os padrões estéticos impostos especialmente a mulheres.

“Padrão de beleza mata. Mata por suicídio, mata por transtornos alimentares, mata por complicações de cirurgias plásticas. Padrão de beleza mata e impede que as mulheres tenham uma vida plena. Entendam isso, por favor. Por que perder mais uma vida?”, disse ela, assim como a escritora Alexandra Gurgel, que já passou por complicações após uma lipoaspiração no passado e, hoje, prega o amor-próprio.

“Era uma menina magra, padrão. Bem padrão. E a primeira coisa que me salta aos olhos é pensar: por que esse médico topou fazer a lipo? A gente fica pensando: por quê? A pessoa está magra, padrão, onde que ela está lipando?”, questionou ela, condenando o fato de que, devido a este padrão estético, está cada vez mais raro encontrar blogueiras que não tenham realizado algum procedimento estético.

Isso, para ela, cria a ilusão de que, para ser feliz, é preciso alterar a própria aparência – e que, ao alcançar um corpo parecido com o destas mulheres, é possível alcançar também o sucesso e a plenitude delas. Lembrando que isso não é verdade, ela fez um apelo tanto às famosas que divulgam procedimentos estéticos quanto ao público e a mulheres que cogitam realizá-los.

“Se apeguem à vida antes de tudo. A estar viva. Se a gente não está viva, não consegue resolver nada. Tu quer emagrecer? Beleza, emagrece. Tu quer fazer a lipo? Beleza, faz! Quer fazer? Faz! Sempre pôde fazer. Só te falo uma coisa: para que? Por quê? O que isso vai mudar na sua vida? Só isso, para e pensa. [...] Barriga-tanquinho, cintura fina... Nada disso vai salvar o mundo. Nada disso é a chave que vai abrir a porta da felicidade”, disse.

No Twitter, internautas também refletiram sobre cirurgias plásticas após a morte de Liliane Amorim, se posicionando contra a banalização delas e compartilhando as próprias histórias.

Cirurgias plásticas e autoestima

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