12 famosos que têm autismo e falam sem medo sobre o transtorno
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é o nome dado a um conjunto de características - que podem variar de uma pessoa com TEA para outra - causadas por uma alteração do desenvolvimento e que estão principalmente relacionadas a comunicação e interação social.
O autismo não escolhe raça, cor, nem gênero e é mais comum do que se imagina. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada 68 crianças apresenta algum transtorno autístico.
Entretanto, ainda existe muito tabu em torno do assunto, mas alguns famosos, atletas, cantores e até ativistas que "estão no espectro" ajudam a driblar o preconceito falando abertamente sobre a condição. Veja quem são eles.
Famosos que têm autismo
Anthony Hopkins
Geralmente, o autismo é identificado ainda na infância, mas o ator britânico Anthony Hopkins só descobriu que era portador do transtorno na terceira idade.
Vencedor do Oscar de Melhor Ator no filme "O Silêncio dos Inocentes", ele foi diagnosticado por volta dos 70 anos de idade.
Em uma entrevista ao site de notícias britânico Daily Mail, ele disse que é solitário, não vai à festas nem tem muitos amigos, mas que o transtorno o ajudou como o ator, já que Anthony olha para as pessoas de maneira diferente e gosta de desconstruir os personagens para saber se, de fato, eles funcionam.
Susan Boyle
A cantora escocesa Susan Boyle, que ganhou fama em 2009 após participar do programa de calouros Britain’s Got Talent e lançar o álbum de estreia mais vendido de todos os tempos no Reino Unido, revelou ter Síndrome de Asperger em 2013.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a Síndrome de Asperger como um dos transtornos do espectro do autismo e Susan contou que só foi diagnosticada aos 60 anos.
Em entrevista ao site britânico The Guardian a cantora disse que, após o diagnóstico, passou a entender melhor o que tinha de "errado" com ela e passou a se sentir mais aliviada e relaxada.
Courtney Love
A cantora, compositora e atriz norte-americana Courtney Love, conhecida por sua banda Hole e muito lembrada por ter sido a esposa de Kurt Cobain, é portadora do Transtorno do Espectro Autista.
A cantora foi diagnosticada com autismo ainda na infância, aos 9 anos de idade, e decidiu revelar o transtorno para os fãs aos 33 anos, em sua autobiografia “The Real Story”, lançada em 1997.
Em entrevista a vários veículos, Courtney já revelou que sua introversão é uma das principais características do autismo.
Clay Marzo
Alguns atletas também são portadores do autismo, como Clay Marzo, um surfista havaiano que foi diagnosticado com Síndrome de Asperger em 2017.
Entretanto, o transtorno não o impediu de se tornar um dos surfistas mais radicais do mundo. O que é um grande exemplo de superação.
O surfista ganhou um documentário chamado “Clay Marzo: Just Add Water”, em que fala um pouco sobre sua dificuldade no esporte sendo portador da síndrome e como o surfe foi importante para superar várias barreiras.
João Vitor Silva Ferreira
O diagnóstico de autismo não atrapalhou o desempenho do judoca brasileiro João Vitor Silva Ferreira, que se tornou o primeiro brasileiro campeão mundial de judô para pessoas com deficiência intelectual.
Foi aos 13 anos que João recebeu o diagnóstico, mas aos 6 ele já tinha ingressado em algumas atividades, como natação, que ajuda a melhorar sua coordenação motora e respiração, e judô, que trabalha a sociabilidade, a concentração e a disciplina.
Atualmente, além de fazer parte da Seleção Brasileira de Judô para Todos, o atleta também se tornou vencedor de diversos campeonatos estaduais e internacionais, em países como Itália e na Holanda.
Diego Vivaldo
Campeão mundial e sul-americano de jiu-jitsu, o brasileiro Diego Vivaldo também descobriu, aos 34 anos, ser portador da Síndrome de Asperger.
Em entrevista ao portal R7, o atleta contou que, desde pequeno, fugia de multidões e reuniões, já que tinha problema com convívio social e preferia ficar mais isolado. A desconfiança veio do próprio Diego, que, ao ler um artigo sobre Asperger, se identificou com as características.
A partir daí, ele passou por alguns especialistas e descobriu a síndrome, afirmando ser um alívio, fazendo com que ele entendesse seus comportamentos: "Foi um alívio, na verdade, porque eu sabia que tinha uma explicação para a maioria das coisas. Eu não era um cara chato, egoísta, rabugento", disse.
Dan Harmon
Responsável pela criação da série animada “Rick e Morty”, o produtor norte-americano Dan Harmon foi diagnosticado com Síndrome de Asperger já adulto. Também conhecido por produzir a série "Community", foi através do personagem Abed (foto abaixo), que ele começou a desconfiar da síndrome.
Em várias entrevistas ele revelou que, ao pesquisar sobre as excentricidades do personagem relacionadas ao Asperger, ele se identificava com os artigos.
Depois de enxergar muito de seu comportamento nos textos, ele procurou um médico e, em 2011, veio o diagnóstico. Na época, ele tinha 38 anos.
Paddy Considine
O ator britânico Paddy Considine, que atuou nos filmes "O Ultimato Bourne" e "Crimes Ocultos", também é portador da Síndrome de Asperger.
Foi a partir de questionamento internos que Paddy começou a se convencer de que tinha algo "errado" com sua personalidade. Em entrevista ao site britânico "The Guardian", ele disse que não conseguia entender como seus personagens eram tão intensos e cheios de atitude e ele, na vida real, tão introspectivo e inseguro.
O diagnóstico chegou em 2011, aos 39 anos, quando ele procurou um especialista, passou por alguns testes e exames e descobriu a síndrome que, segundo ele, trouxe a resposta para seu comportamento, trazendo mais "conforto" e entendimento.
Daryl Hannah
A atriz norte-americana Daryl Hannah , que ficou conhecida ao fazer o filme "Splash - Uma Sereia Em Minha Vida", em 1984, e também é lembrada por seu papel como Elle Driver, em "Kill Bill", tem autismo.
A revelação sobre o transtorno foi feita em 2013, em uma entrevista que Daryl concedeu à revista Forbes. Ela contou que recebeu o diagnóstico na infância e que, na época, os médicos queriam medicá-la e interná-la, mas sua mãe não concordou.
Em outras entrevistas ela revelou ter sofrido de "timidez debilitante", medo e muita insegurança. Apesar de atualmente se sentir confortável para falar sobre o transtorno, Daryl pensou muito antes de revelar à mídia, por medo de se tornar o centro das atenções.
Dan Aykroyd
O comediante conhecido por atuar em "Os Caça-Fantasmas" e diversos outros filmes que provavelmente você já viu na "Sessão da Tarde", como "Como se Fosse a Primeira Vez", também é portador da Síndrome da Asperger.
O diagnóstico aconteceu quando o ator tinha 12 anos de idade. Ele chegou a ser expulso de duas escolas por causa de seu comportamento até descobrir o transtorno.
O ator fala abertamente sobre o assunto e em algumas entrevistas, já afirmou que o Asperger até o ajudou a desenvolver seu famoso personagem dos "Os Caça-Fantasmas".
Nina Marker
Conhecida internacionalmente, a modelo dinamarquesa Nina Marker é outra famosa que convive com a Síndrome de Asperger.
Diagnosticada aos 15 anos, hoje, aos 21 anos, ela usa sua posição como modelo para falar sobre como é possível conquistar seus sonhos e objetivos mesmo com algumas limitações.
Ela costuma falar sobre a síndrome no Instagram e ao compartilhar uma foto com uma camiseta azul com o dizer "Eu tenho autismo", ela escreveu: "Consciência! A síndrome de Asperger representa que é possível sermos bem-sucedidos e nos divertirmos! Seja confiante e proteja sua mente".
Greta Thunberg
A sueca Greta Thunberg, que se tornou um fenômeno global ao inspirar muitos jovens a se conscientizarem sobre as mudanças climáticas, é portadora da Síndrome de Asperger.
Ativista do Meio Ambiente, com apenas 16 anos ela foi indicada foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 2019 e fala sobre o transtorno sem medo. Nas redes sociais, ela já afirmou que a síndrome é como um superpoder.
"Quando os haters perseguem sua aparência e diferenças, isso significa que eles não têm para onde olhar. E então você sabe que está ganhando! Eu tenho Asperger e isso significa que, às vezes, eu sou um pouquinho diferente do normal. E dadas as circunstâncias, ser diferente é um superpoder”, escreveu em um tuíte.