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Está difícil fazer terapia em casa perto dos outros? Siga as dicas desta psicóloga

Publicado 29 Jun 2020 – 02:57 PM EDT | Atualizado 29 Jun 2020 – 02:57 PM EDT
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Na quarentena, a maioria dos psicólogos passou a atender à distância, por telefone ou vídeochamadas, mas isso não agradou a todos. Neste contexto, muita gente suspendeu as sessões por vergonha ou medo da falta de privacidade que pode existir em falar sobre questões delicadas quando não se está sozinho em casa – mas, segundo especialista, há algumas formas de contornar o problema.

Terapia na quarentena e a privacidade

Devido à recomendação de sair o menos possível de casa, as sessões de terapia de muita gente passaram a ocorrer de forma não presencial, por chamadas de vídeo ou telefonemas, e isso implica no paciente fazer a terapia em casa. Com isso, é possível que a pessoa não tenha a privacidade que teria no consultório – algo que fez muita gente evitar ou suspender as sessões.

“Algumas pessoas acabam deixando de fazer a terapia com uma frequência ou deixam de fazer a terapia por estarem em casa com outras pessoas e não terem um lugar reservado para fazer a sessão. A gente tem percebido que as pessoas ficam com receio de falar em suas aflições e angústias, com receio do outro escutar, com receio do julgamento do outro”, afirma a psicóloga Livia Marques, enfatizando que isso tem solução.

Privacidade na terapia em casa: 3 dicas

Comunicar o(s) outro(s)

Segundo a terapeuta, o primeiro passo é deixar bem claro para as pessoas da casa quando for entrar em terapia, enfatizando a necessidade de ter privacidade nesse momento. “Colocar limite no outro é difícil, mas é hora de dizer: ‘Olha, neste momento vou estar ocupada fazendo minha terapia. Vou estar aqui no quarto, fechar esta porta para que possa fazer meu acompanhamento’”, sugere ela.

Combinar que os outros fiquem entretidos com algo

Outra ideia é estabelecer com os outros habitantes da casa que, no momento da terapia, eles ficarão entretidos com alguma coisa, certificando então de que ninguém estará escutando a sessão. É possível, por exemplo, sugerir que as pessoas façam alguma atividade em um cômodo que fique longe do escolhido para a terapia, assistam a um filme, entre outras tarefas ou passatempos.

Buscar um lugar fora da casa, mas protegido

Conforme sugere a psicóloga, também é possível buscar um local que esteja fora da casa ou do apartamento – mas que ainda seja seguro. Se o paciente tiver carro, por exemplo, uma ideia é usá-lo como “cômodo” para a sessão, bem como uma varanda ou alguma área reservada do prédio que esteja aberta e vazia durante o horário combinado com o terapeuta.

Importância dada à terapia deve superar a vergonha

Livia lembra, no entanto, que apesar de ser natural ter receio de se expor sabendo que há outras pessoas por perto, é preciso ter em mente o quão importante é seguir com o acompanhamento psicológico – especialmente no momento atual, marcado por muito pânico e muita ansiedade. “A pessoa precisa entender o quanto isso é bom para ela”, afirma a psicóloga.

Além disso, ela enfatiza que ninguém tem a vida perfeita e, portanto, é normal ter queixas sobre, por exemplo, as pessoas de casa. Sendo assim, não é errado desabafar sobre elas na terapia e, se alguém ouvir, a situação vai seguir não sendo errada. “Se o paciente for questionado, aí é dizer: ‘Eu estava cuidando de mim’. Ela não está errada em levar para o terapeuta suas angústias para trabalhá-las”, conclui.

Saúde mental e física na quarentena

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