Mayra revela traições e relação abusiva de Arthur: "F* amar alguém que te trata igual lixo"

"Eu vivi num relacionamento abusivo e manipulador onde eu era extremamente traída por muitos anos. E é sobre isso que eu vim falar, da maneira mais dura e sincera possível. Porque eu cansei de mentir para mim mesma. Eu cansei de me colocar nessa situação. Eu estudo inteligência emocional e eu repito todos os dias para mim e para as minhas clientes o quanto nós somos responsáveis pelas nossas vidas e atitudes, e o quanto nós não devemos criar expectativas sobre o outro. Talvez esse excesso de responsabilidade sobre a minha vida, de saber que somente eu sou responsável pela minha vida, tenha me distanciado do que é de minha responsabilidade e do que é do outro. E eu tenha deixado você sem saber. Mas eu decidi parar. Decidi parar para que eu pare de criar expectativas sobre o outro e principalmente que eu pare de me deixar enganar. Eu e o Arthur tínhamos voltado [após o anúncio da separação]. A gente estava namorando, porque tinha muito amor... Quer dizer, da minha parte existe. Da dele eu não sei mais, porque eu não sei mais quem ele é. Eu não sei mais quem estava na minha cama todo esse tempo, eu desconheço. Eu amo o pai da minha filha. Eu não demorei 18 anos para ter outro filho se eu não confiasse nesse, acreditasse nele. Eu depositei todos os meus sonhos na mão dele. Depositei tudo o que eu tinha: meu dinheiro, botei ele em todas as minhas contas - como ator principal - , à frente das minhas empresas, dos meus negócios para que ele se sentisse mais útil. Porque, quando a gente se conheceu, ele tinha acabado de falir. Ele tinha investido todo o dinheiro dele na música e não tinha dado certo. Ele estava se sentindo mal. E aí eu me apaixonei completamente. Ele é encantador, bonito, inteligente... Manipulador... Foi fácil se apaixonar. Foi fácil casar. O sonho dele era ter uma filha, então eu engravidei. Logo que eu engravidei, ele foi desligado da Globo. Ele é ator e cantor, mas fazia muito tempo que ele não lançava mais música, então ele estava desempregado. Eu fiz de tudo para que ele se sentisse mais útil, mais homem - não se sentisse humilhado nunca. E eu daria tudo de novo, faria tudo de novo. Talvez eu tenha feito muito, talvez essa minha mania de trabalhar e ser uma mulher independente, de trabalhar, de dar conta da casa, não depender de ninguém para nada, de ser 'autoindependente', tenha feito ele se sentir menos homens. E, talvez, para ele se sentir mais homem, ele tem me traído tanto. Pode ser. Me responsabilizo por isso também. Fui cega, foi conveniente. Demorei 18 anos para acreditar em alguém. E aí quando eu finalmente acredito, a minha gravidez começou a ser um inferno. E dali eu resolvi que ia dar merda. Mas era mais fácil fingir que não. Quando eu menos percebi, eu comecei a deixar de ser eu, as pessoas não me reconheciam. Eu lia algumas coisas que vocês escreviam no Instagram: 'Você não é mais você', 'você não tem mais o seu brilho'. Eu sabia que eu não era mais eu. Até porque a gente [eu e Arthur] é muito diferente, eu já falei para vocês. Sou uma pessoa muito simples, estou sempre largada com qualquer roupa. O Arthur gosta de viajar de primeira classe; eu, de econômica, porque não gosto de gastar muito dinheiro. Então nossos universos são muito separados. Eu amo trabalhar, porque eu amo o meu trabalho e não porque eu amo o dinheiro. Quando eu tive a Sophia, eu criei muita expectativa de que ele fosse um pai e um marido perfeito. E eu colaborei muito pelas mentiras que eu criei - para que ele acreditasse e para que ele, um dia, fosse tudo o que eu quisesse. Ele não queria babá antes da nossa filha nascer porque ele acreditava que a gente tinha que criar a nossa filha sozinho. Eu concordei. Mas eu cuidei sozinha. Sem ele. E sem a babá. Eu estourei todos os meus pontos durante a gravidez porque, de madrugada, eu precisava acordar, dar de mamar, trocar, enquanto ele, lá embaixo no sofá, assistia a séries. E eu comecei a me sentir muito largada, muito humilhada. As traições começaram. E é duro quando você é traída. Porque você se sente humilhada, deixada, ‘a outra’, feia, não importa. Você não é feia. Não importa se você é quadrada, se você é redonda, se você é comprida, se você é alta, é chata, se você é uma boa mãe, uma péssima mãe, se você é magra, se você é rica, se você é gorda... Tanto faz. Não tem a ver com você. Mas a gente se sente humilhada, traída e largada. Eu me senti o cocô do cavalo do bandido. E caí numa depressão ‘braba’ pós-parto. E lá fiquei. Lá eu morreria, se eu continuasse ali. Até que Sophia fez cinco meses e eu peguei um trabalho gigantesco em uma empresa, no prédio da Bolsa de Valores, no qual eu fui coach de todos os líderes, e que eu acordava às 5 da manhã, dava de mamar para a Sophia, atravessava a cidade inteira para trabalhar, trabalhava igual louca, passava o dia inteiro sem comer, saía à noite do escritório, para em casa chegar e, às vezes, dar de mamar para a Sophia... Enquanto ele me traía. Eu entendi que já era, que eu fiz as escolhas errada, mas eu continuei lutando pela minha família, pelo que eu sonhava. Mas ninguém muda ninguém. A gente só muda se a gente quiser. Eu fui criando forças para me separar. Quando eu finalmente estava forte, eu fiz aquele vídeo. Joguei logo na internet, antes que eu mudasse de ideia. E eu perdoei tudo o que ele fez, tudo o que ele me traiu. Sinto muito a todas as famílias que ele destruiu além da minha - tiveram outras também. Sinto muito. Alguns maridos me ligaram. E aí eu percebi que eu tinha que fazer alguma coisa. Disse que ele precisava tocar a vida dele, que ele fosse um bom pai e que isso eu ia cobrar. E que dane-se que ele não estava sendo um bom marido. Ele pediu para ficar, chorou, disse que ia mudar. Falou o que sempre disse a vida inteira. E eu acreditei. Porque eu quis. Tudo bem, eu fui manipulada, eu fui... OK, eu não sou uma menininha. Eu me deixei ser manipulada. Eu amava ele. É f* você amar uma pessoa que te trata igual a um lixo. Igual cocô. E ainda assim eu ficava ali. Quando eu operei, eu tinha esperança de 'quem sabe, na doença, ele vai cuidar de mim?'. Mas ele estava tão mal-humorado e cansado que, no primeiro dia de operação, eu o chamei a noite inteira e ele não ouviu. Depois, no outro dia, era muito humilhante ficar pedindo. Porque quando a pessoa não tem noção do outro, é muito humilhante ficar pedindo. Você se sente incomodado. 'Você pode tirar a minha calcinha para eu fazer xixi?'. Eu não preciso disso. Por que eu estou fazendo isso? Cadê o meu amor-próprio? Como é que eu amo o outro mais do que eu? Falei: 'Arthur, está na hora de separar. Sei que a gente voltou, mas acabou. Preciso me amar em primeiro lugar.' Dois dias e ele já estava com outra mulher. ‘É uma piada, não é verdade. De novo? Pô, Mayra, você acreditou de novo?’ Sim, e eu acreditaria 100 vezes mais. Porque eu amo. E quando a gente ama, a gente quer acreditar. Por que eu estou contando para vocês? Para eu ter vergonha na minha cara e parar de ser manipulada, enganada. Aliás, agora eu posso ser quem eu quiser. Posso botar foto de biquíni, bunda para fora, coisa que ele nunca gostou. Mas que em outras mulheres ele gosta. Eu também acho elas f*. Só que eu não posso, que sou a mulher dele. Ele que aprenda a gostar. Toma que ele seja para a próxima tudo o que ele não foi para mim. Esse vídeo é para você, mulher, e que acha que você talvez seja feia, não tenha dinheiro, gorda, não seja uma boa mãe e que deixou a desejar. Você não é nada disso. Você é linda, f*, você é o que quiser ser. Este m* é que não merece estar com você."