Padre Fabio de Melo revela grande paixão que quase o fez largar a batina
Conhecido por ter opiniões não muito comuns para padres e um jeito brincalhão, o padre Fabio de Melo recentemente voltou a surpreender todos ao falar sobre um relacionamento que teve na época da faculdade, antes de realmente se tornar padre. O fim do namoro foi triste e teve relação com o seminário, mas, ainda assim, trouxe a ele uma lição que ele carrega até hoje.
Padre Fabio de Melo relembra grande amor
Conforme contou Fabio à Márcia Goldshmidt em uma entrevista online publicada no canal da apresentadora no YouTube, o romance aconteceu na época em que ele fazia faculdade de filosofia e já tinha planos concretos de se tornar padre. “Vivi uma paixão muito avassaladora que durou uns quatro, cinco meses”, disse o padre, afirmando que recebeu um conselho bastante incomum na época.
Aflito com a contradição que era estar apaixonado enquanto planejava ser padre, ele buscou a ajuda de um padre de quem era amigo, e seguiu a orientação dele. “Ele falou: ‘Você não vai deixar de viver esse amor’. Falei: ‘Leo, mas eu sou seminarista’. Ele falou: ‘Não, você fez votos temporários, isso aí não é definitivo, você está ensaiando. Vai que essa mulher é a mulher da sua vida?’”
Segundo Fabio, porém, a antiga namorada foi quem decidiu o destino do relacionamento. “Ela decidiu por nós, foi muito lúcida, muito sábia. Doeu muito pra mim, mas as palavras dela fizeram sentido para mim”, disse ele, contando que, na época, ele já vivia em um convento na frente do qual ela sempre passava para ir à faculdade – e que a casa contribuiu para que ela tomasse a decisão.
“Ela falou: ‘Estou indo embora’. Levei um susto. ‘Indo embora para onde?’. Ela falou lá o nome da cidade, era secretária executiva de uma multinacional. Ela falou, já com os olhos cheios de lágrima: ‘Eu tenho passado lá na frente da sua casa, e outro dia parei e fiquei olhando... E pensei: sou pequena demais para lutar contra tudo isso’”, disse, explicando que o convento representava mais que apenas uma casa.
“Ela falou assim: ‘Eu não tenho força mais para lutar contra aquela casa, aquela estrutura e tudo o que ela significa para você. Vai ser padre, menino, você nasceu para isso’”, relatou o padre. Segundo ele, o término o deixou extremamente mal, mas a justificativa da ex-namorada foi algo que ele guardou para si. “Parecia que o mundo tinha acabado para mim. Chorei, chorei, fiquei tão desolado... Mas aquela frase dela nunca mais saiu de mim”, disse.
Em seguida, Fabio comentou que, dez anos depois, já como padre, ele reencontrou a ex-namorada em uma situação bastante inusitada. Conforme contou, ele vivia em Taubaté (interior de São Paulo) e viajou com amigos para Florianópolis, onde, passeando em um shopping, ele encontrou a moça.
“Passamos na porta de uma loja de roupa masculina que tinha uma camisa que eu tinha gostado. Entrei, experimentei, a menina começou a me mostrar mais, fui gostando das coisas, aí quando eu já tinha reunido algumas peças, falei: ‘Mas você vai me dar um desconto’. Ela falou: ‘Tá bom, vou chamar minha gerente para ver o que ela pode fazer’”, disse ele, que foi surpreendido logo depois.
“Quando ela volta de lá de dentro, fala assim: ‘Só um minutinho porque minha gerente está com a supervisora do estado que está aqui fazendo uma visita e já desce’. Nisso, desceu a gerente. Quando sai a supervisora, quem era? Reconheci na hora. Como dizia Tom Jobim, ‘é desconcertante rever um grande amor’. Ela só falou assim, com aquele sotaque catarinense: ‘Não acredito, guri’”, disse ele.
Na ocasião, os dois tiveram uma conversa agradável e marcada por brincadeiras, algo que o padre viu como o fechamento de um ciclo. “Às vezes, Deus nos dá a oportunidade de fechar ciclos, né? [...] Ela estava com o menininho dela, ainda teve humor para brincar: ‘Esse aqui é meu menino. Poderia ser nosso’. Estava casada, feliz da vida. Uma história linda”, disse.
Questionado sobre ter se arrependido de escolher o caminho do seminário e não o relacionamento, ele foi direto. “Se aquelas palavras dela não tivessem feito sentido para mim naquela semana, eu teria ido atrás dela em 1993. Só não fui porque considerei que ela estava certa. Foi muito sábia”, concluiu.
Assista ao vídeo: