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Filho de Maurício de Sousa desabafa sobre ataques e mostra como irmãos o apoiam

Publicado 18 Out 2019 – 11:38 AM EDT | Atualizado 18 Out 2019 – 11:38 AM EDT
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Recentemente, Mauro Sousa, filho de Maurício de Sousa, fez um desabafo sobre os ataques homofóbicos que vem sofrendo nas redes sociais. Gay e casado com Rafael Piccin, ele tem total apoio da família, principalmente dos irmãos, que oferecem amparo nos momentos mais difíceis.

Desabafo de Mauro Sousa sobre ataques homofóbicos

Mauro Sousa é um dos dez filhos de Maurício de Sousa e o cartunista já provou que além de aceitar a orientação sexual do filho, respeita e admira sua relação com o companheiro Rafael.

Infelizmente, casos de homofobia são muito comuns em nossa sociedade. Mauro sempre fala sobre a comunidade LGBT e usa suas redes sociais para falar sobre o preconceito e como mudar esse cenário.

Mas desta vez, ele usou o Instagram para desabafar sobre os comentários homofóbicos que recebe na internet:

"Este texto é, principalmente, um pedido de ajuda (ou um grito de socorro) e ele não vem à toa. A vontade de escreve-lo apareceu por conta das dezenas de mensagens homofóbicas que recebo todos os dias por eu abordar o assunto LGBT, seja na minha vida pessoal ou no trabalho. E elas são muitas. Muitas mesmo", revelou Mauro.

O filho do cartunista contou que recebe mensagens e algumas delas, com violência explícita: "Há os preconceituosos indiretos, que se disfarçam de bem-intencionados com o discurso do ”É inadequado” ou do “Não é natural”, e há os bem diretos, desejando que eu 'apanhe de arame farpado'".

Mesmo sendo uma personalidade pública e contando com o apoio da família e de amigos, Mauro confessou que esses comentários o machucam - e muito - e não é para menos. "Como são escritos diretamente pra mim, querendo o meu mal, eu minto se disser que não me machuco sozinho".

Nessas horas, ele usa seu maior escape: escrever. Quando desabafa em suas redes sociais, ele se sente acolhido pelos seguidores, "mesmo que virtualmente, vocês me reconfortam e me mantêm na trilha", disse.

Mas Mauro teme por aqueles "que não podem escrever, que sofrem calados, que morrem espancados na sarjeta como se fossem ratos" e, por isso, fez um pedido em nome dessas pessoas:

"Então, seguidores, o meu pedido é que, da mesma forma que vocês me ajudam, também se atentem às pessoas ao redor. Em especial, aos LGBTs ao seu redor. Sejam adultos ou crianças, eles podem estar precisando de um ombro amigo. E todos nós, mais do que nunca, estamos precisando nos dar as mãos e não soltar mais".

Apoio dos irmãos

Para fazer o desabafo, Mauro publicou uma ilustração inspirada em "A Turma da Mônica". No desenho, ele e seus irmãos, Maurício Sousa e Marina Sousa aparecem abraçados durante uma caminhada.

Além da escrita, os irmãos também ajudam Mauro quando ele é atingido por comentários tão violentos e preconceituosos.

Durante o desabafo, ele disse que o desenho foi feito por Marina e que representa muito a relação dos três: "abraçados, protegidos, fortalecidos, como sempre estivemos e como todos devemos estar".

Confira o texto completo de Mauro Sousa:

"Este texto pode parecer sobre mim, mas não é. O caso é comigo, mas o foco não sou eu. Este texto é, principalmente, um pedido de ajuda (ou um grito de socorro) e ele não vem à toa. A vontade de escreve-lo apareceu por conta das dezenas de mensagens homofóbicas que recebo todos os dias por eu abordar o assunto LGBT, seja na minha vida pessoal ou no trabalho. E elas são muitas. Muitas mesmo. Há os preconceituosos indiretos, que se disfarçam de bem-intencionados com o discurso do ”É inadequado” ou do “Não é natural”, e há os bem diretos, desejando que eu “apanhe de arame farpado”. E não há pior, todos são intencionalmente cruéis - essa normalização da hostilidade me assusta demais. E como são escritos diretamente pra mim, querendo o meu mal, eu minto se disser que não me machuco sozinho. Meu primeiro impulso é recuar e apenas observar a barbárie acontecendo enquanto fico ali, perplexo, no meu “ensaio sobre a cegueira”. Mas eu tenho um escape, eu tenho o meu truque: eu posso escrever. Não que a intenção seja transformar minha rede social em um diário aberto ou um muro de lamentações (muito pelo contrário), mas é aqui que vou ser lido e acolhido por vocês, meus seguidores. Mesmo que virtualmente, vocês me reconfortam e me mantêm na trilha. E isso é bom. Mas como eu disse, este texto não é sobre mim. Este texto é sobre os milhares de LGBTs por aí que não podem escrever, que sofrem calados, que morrem espancados na sarjeta como se fossem ratos. Se eu, com todo o suporte que tenho, sou atacado e ainda me abalo, imaginem a grande maioria desamparada que não têm ninguém? Então, seguidores, o meu pedido é que, da mesma forma que vocês me ajudam, também se atentem às pessoas ao redor. Em especial, aos LGBTs ao seu redor. Sejam adultos ou crianças, eles podem estar precisando de um ombro amigo. E todos nós, mais do que nunca, estamos precisando nos dar as mãos e não soltar mais. Na ilustração da minha irmã @marinatakeda , estamos eu, ela e meu irmão @maurisousa_ , abraçados, protegidos, fortalecidos, como sempre estivemos e como todos devemos estar."

Filhos de Maurício de Sousa

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