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Qual o segredo para bombar no Instagram: influencers veteranas dão a chave do sucesso

Publicado 10 Out 2019 – 03:22 PM EDT | Atualizado 10 Out 2019 – 03:22 PM EDT
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Ganhar dinheiro fazendo o que muitos de nós já fazemos de graça e com muito prazer: compartilhar a vida no Instagram. Tornar-se um influenciador digital virou a profissão dos sonhos de muitos jovens, mas engana-se quem pensa que bastam algumas fotos em tons pastel no feed e vídeos bem-humorados nos Stories para chegar lá.

Segundo as veteranas da internet Nah Cardoso e Débora Alcântara, o trabalho de um influencer começa muito antes de clicar no botão “publicar” e envolve tanto planejamento quanto qualquer outra profissão.

É bem verdade que, para alguns cases de sucesso, a visibilidade veio quase sem querer: um hobby que virou fonte de renda. Mas, para as empresárias - que participaram do evento sobre carreira e empreendedorismo Talk Com Moni, no último sábado (5), em São Paulo -, aí está a primeira lição a ser aprendida: ser autêntico é fundamental.

Como ser uma influenciadora digital

Autoconhecimento

Oficialmente catalogados, o Brasil tem 7.500 influencers, divididos em 14 especialidades, segundo dados de 2017 do levantamento “Raio-X dos influenciadores digitais no Brasil”, feito pela Apex.

Pode parecer um espaço saturado, mas tanto Nah quanto Débora acreditam que estamos longe disso e que lugar para novas vozes e novas pautas sempre vai existir. O desafio, apontam elas, é encontrar a própria narrativa e trabalhá-la com responsabilidade e compromisso.

quote: " Você não precisa criar um diferencial: você já é diferente dos outros" - Débora Alcântara

“Você não precisa criar um diferencial, você precisa se destacar pelo que você é. Você já é diferente dos outros”, diz Débora Alcântara sobre um dos maiores equívocos dos jovens na busca pelo estrelato digital.

Atuante na internet desde 2010 e graduada em relações públicas, Débora começou sua trajetória com um blog de moda ao lado das irmãs, mas já de olho nas oportunidades de negócio que começavam a se desenhar no meio digital naquela época. De lá para cá, ela se tornou especialista em branding e construção de marcas, fundou marcas de acessórios e até de café, desenvolveu um curso de empreendedorismo para mulheres, teve sua história contada pela revista Forbes, palestrou no TEDx, foi eleita Top Voice do LinkedIn e escreveu o livro “Instagram Skills”.

Para ela, a base de uma marca pessoal forte é o autoconhecimento, isto é, saber quem você é, onde está e o que deseja comunicar. Só após um mapeamento que identifique seus pontos fortes e fracos é possível planejar o conteúdo que pretende trabalhar, e de que forma. Isso é importante, diz Débora, porque muitas vezes o que consideramos inapropriado em nós é o que tem potencial de nos destacar.

“O medo do que o outro vai pensar paralisa a gente. E quando você passa a enxergar esses ‘defeitos’ como qualidades e até tira proveito dessa situação, aí sim é o caminho. Por isso é muito importante entender que cada um de nós, não importa a área, passa por experiências completamente diferentes, então com certeza você tem a ensinar a mim e eu, a você”, encoraja.

Nah Cardoso concorda com a importância de encontrar em si uma narrativa única. Com mais de 12 milhões de seguidores nas redes sociais, ela começou seu pequeno império ainda no extinto Orkut e, posteriormente, seguiu para o Twitter, Instagram e YouTube, seus principais canais de comunicação. Além de influenciadora, autora e youtuber, ela hoje administra a própria empresa de conteúdo e propaganda e é dona do escritório e estúdio Nah Space.

“O primeiro de tudo é saber qual é o seu propósito e a sua mensagem para depois trabalhar a sua credibilidade. Essa é a construção de marca”, diz, destacando a importância do planejamento neste processo. “Você tem que ter um ponto de chegada, não para gerar expectativas em si, mas para definir: pelo que você quer ser reconhecido?”

Valores claros

Definir o próprio limite é o segundo passo na construção de uma marca pessoal forte, concordam as empresárias. “Não é só definir os seus valores: é definir os seus valores inegociáveis”, ressalta Débora.

quote: " Se eu for defender algo, tenho que saber defender até o fim. Só aceito trabalhos que se conectam com o que eu acredito" - Nah Cardoso

Para Nah, escolher temas, marcas e produtos que se conectem com seus valores é imprescindível para manter a identidade e credibilidade de seu nome.

“Quando eu aceito um trabalho, ele estará atrelado à Nah Cardoso. Você sempre vai me ver divulgando algo em que eu realmente acredito, que eu uso”, diz, acrescentando que a definição de valores é importante, inclusive, para saber como agir em momentos de crise. “Eu sei que, se eu for defender algo, tenho que defender até o fim; se eu for falar sobre algo, eu realmente vou ter que saber falar 100% sobre aquilo. Então, eu procuro me envolver [com um projeto] só quando eu realmente tenho certeza.”

Jeitinho próprio

A jornalista Mari Palma, recém-contratada do estreante canal CNN Brasil, não ostenta uma longa trajetória na internet, tampouco é especialista em personal branding e sequer se considera uma influenciadora digital, mas isso não impediu que ela se tornasse um fenômeno no Instagram. Após ganhar visibilidade apresentando o boletim “G1 em 1 minuto” em programas da TV Globo, ela, que também deu dicas sobre carreira no Talk Com Moni, viu seu número de seguidores saltar de 500 para quase 1,5 milhão em quatro anos, o que lhe rendeu alguns aprendizados sobre os caminhos do sucesso na rede.

O conselho que ela dá aos fãs? Jamais tente copiar uma trajetória só porque aquela fórmula deu certo para alguém. Isso simplesmente não funciona a longo prazo no mundo da internet.

“É aquela coisa: ‘Vou usar uma camiseta de Friends.’ Mas você gosta? Porque não adianta ser uma coisa porque você acha que funciona, se aquilo não é de verdade. Vai dar seis meses e cair por terra. É muito mais fácil você ser de verdade, manter isso, do que tentar seguir uma onda que está dando certo.”

Débora explica que a estratégia de criar personagem e storytelling cativantes já funcionou muito, mas, na era dos influenciadores, o que vende mesmo é a originalidade.

“Ainda tem muitas marcas e agências que acham que nós, influenciadores, somos atores”, avalia Nah Cardoso. “Na verdade, quando buscam a nós, estão contratando um pacote: é a personalidade, o jeito de a pessoa falar, o jeito de ela falar com o público dela”, defende.

E, para ela, essa pluralidade de vozes e assuntos é o que torna o meio digital tão rico e cheio de possibilidades.

“Cada vez mais surgem perfis de pessoas muito criativas, que têm voz para temas que outras pessoas não pensaram em trabalhar, ou não pensaram em trabalhar daquela forma. E, quando elas surgem, a gente vê como são falas legais, relevantes. Espaço, eu acho que tem para todo mundo, mas tem que saber trabalhar. É uma responsabilidade, um comprometimento.”

Carreira e redes sociais

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