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Declaração honesta de Samara Felippo sobre maternidade gerou efeito poderoso

Publicado 3 Mai 2019 – 04:01 PM EDT | Atualizado 3 Mai 2019 – 04:01 PM EDT
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A maternidade perfeita é um dos grandes tabus que a atriz Samara Felippo tem lutado para quebrar, ao dividir suas experiências após ter tido as filhas, Alícia e Lara, com seus seguidores.

Uma fala da famosa sobre amar as filhas, mas não amar tanto assim a maternidade gerou uma onda de relatos poderosos que provam que viver a experiência de ser mãe sem cobranças ou mitos de perfeição é muito mais libertador.

Samara Felippo fala sobre maternidade real

Samara Felippo compartilhou em seu Instagram um texto sobre o que ama na vida. Entre as declarações, a famosa falou sobre a relação de amor que tem com as filhas, "mas não tanto com ser mãe":

Eu amo minhas filhas!! Mas não amo tanto ser mãe(Boom! Polêmicaaaa) . E eu amo ter coragem de falar isso!!. Eu amo não sentir mais culpa!! (To em processo).

Mães apoiam declaração

Apesar de ter sido considerado pela própria atriz como "polêmico", o relato encontrou muito apoio entre as pessoas que exercem o papel de mãe. "Amo meus filhos mais que tudo...eles me salvam de mim mesma todos os dias. Mas ser mãe é doloroso...é um eterno abdicar-se", explicou uma seguidora.

"Também amo minha filha e nem tanto a maternidade, e acho a permissão dessa consciência uma evolução", ponderou outra. "Que coisa mais linda ver uma pessoa como você, que é tão vista pelos outros, falar sobre não amar sem mãe (e sobre isso não ter impacto nenhum sobre o amor que sente pelos filhos). É bom saber que não estamos sós e que tem mais gente que se sente assim também", deixou outra.

Viver maternidade sem romantização

O acolhimento com o sentimento de não amar ser mãe, mas ter amor pelos filhos fez com que Samara se abrisse em outro texto no Instagram sobre as experiências de uma maternidade sem romantização. Ela pontuou o que a gravidez pode trazer de bom e ruim para a mulher.

Mudanças no corpo, a culpa para ser uma "mãe perfeita", a dificuldade de se manter no mercado de trabalho, entre outras questões, viraram tema do desabafo da atriz já que, quando uma mulher se torna mãe passa a sofrer com os padrões e cobranças para amar e cuidar dos filhos de determinada forma.

"Grávida pela segunda vez, eu tive que deixar um dos projetos mais importantes da minha carreira, grávida das duas vi minha vida, trabalho e corpo transformados. Mas eu ainda romantizava a maternidade. 'Ser mãe era aceitar tudo, ficar calada e jamais, JAMAIS dizer que você não gosta daquilo. Você escolheu e será recompensada pelo amor incondicional dos seus filhos.' Meu post deu o que falar e sabem onde ele mais me tocou? Na quantidade de mulheres admitindo isso, se libertando da culpa. Na identificação imediata. Na empatia também daquelas que nem mães são", explicou no post.

Para Samara, a idealização da maternidade é uma "furada" por causar muito sofrimento a mulheres que não se encaixam no que é esperado delas, especialmente quando se tenta mensurar o amor que elas têm pelos pequenos.

"Não vou admitir que duvidem do amor imensurável que tenho pelas minhas filhas mas vendem a mãe plena e não falam do lado B. A famosa história de uma única versão, com o intuito de nos vender a verdade única e absoluta de ser mãe. E quando a maternidade é idealizada causa sofrimento, impedindo muitas mulheres de aproveitarem o lado realmente bom. Pra mim a maternidade não é linda, lindo é o amor que nasce junto com eles e toda a parceria que é conquistada".

No relato, Samara ainda pontua que é preciso respeitar a realidade de cada mãe, sem comparações.

Isso torna tudo mais leve, tira a pressão de mulheres que já são bastante atarefadas e cobradas dentro de uma sociedade machista.

Desromantizar a maternidade também é sobretudo respeitar a diversidade, de mães adotivas, mães trans, mães lésbicas, mães solo, mães casadas...“Mãe é mãe”, mãe não padece no paraíso, nem toda mãe é igual a você ou a sua mãe. A vida de mãe não é, nem tem de ser perfeita".

Em resposta ao depoimento, muitas seguidoras dividiram suas experiências de mãe. "Eu sempre falo na minha família que amo meus filhos,mas que não acho ser mãe bom", escreveu uma seguidora. Uma delas, grávida, também se identificou com o post. "Nossa! Tudo que tô sentindo no momento. Estou grávida de 33 semanas e internada com pressão alta. Não sinto aquela coisa incrível da gestação...".

Até mesmo quem não é ou não pensa em ser mãe se identificou. "Quando vi as postagens sobre sua fala, eu esperava uma enxurrada de críticas nos comentários. Mas não! Me surpreendi com a quantidade de mães empáticas e assumindo que realmente a maternidade está longe de ser romântica. E isso me animou e fortaleceu! Ainda não sou mãe, mas tento assumir uma postura e discursos realistas, desde sempre", comentou outra.

"Meu Deus, eu acho que vou chorar... FINALMENTE alguém descreveu perfeitamente! Eu simplesmente odeio quem romantiza a maternidade!", disse uma seguidora.

Veja a publicação completa:

"Em parceria com Baby Dove resolvi fazer uma reflexão sobre a romantização da maternidade e tudo que foi discutido no meu post da semana passada.

Gravida pela segunda vez, eu tive que deixar um dos projetos mais importantes da minha carreira, gravida das duas vi minha vida, trabalho e corpo transformados.

Mas eu ainda romantizava a maternidade. “Ser mãe era aceitar tudo, ficar calada e jamais, JAMAIS dizer que você não gosta daquilo. Você escolheu e será recompensada pelo amor incondicional dos seus filhos.” Meu post deu o que falar e sabem onde ele mais me tocou? Na quantidade de mulheres admitindo isso, se libertando da culpa. Na identificação imediata. Na empatia também daquelas que nem mães são.

Não vou admitir que duvidem do amor imensurável que tenho pelas minhas filhas mas vendem a mãe plena e não falam do lado B. A famosa história de uma única versão, com o intuito de nos vender a verdade única e absoluta de ser mãe. E quando a maternidade é idealizada causa sofrimento, impedindo muitas mulheres de aproveitarem o lado realmente bom. Pra mim a maternidade não é linda, lindo é o amor que nasce junto com eles e toda a parceria que é conquistada.

Aqui, junto com Baby Dove, que também acredita que não existem mães perfeitas, apenas mães reais, reforço a hashtag #maternidadereal, e abro esse lugar de fala e luta pelo fim da invisibilidade de muitas mães. Mães que não voltam ao mercado de trabalho, que veem seus corpos transformados, que desistem de sonhos, que adoecem, que se colocam em segundo plano. Não é errado falar isso, pelo contrário, é nosso papel social.

Desromantizar a maternidade também é sobretudo respeitar a diversidade, de mães adotivas, mães trans, mães lésbicas, mães solo, mães casadas...

“Mãe é mãe”, mãe não padece no paraíso, nem toda mãe é igual a você ou a sua mãe. A vida de mãe não é, nem tem de ser perfeita".

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