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Você já caiu no “golpe do amor”? Casos vêm aumentando e muitos não conhecem

Publicado 28 Mar 2019 – 04:47 PM EDT | Atualizado 28 Mar 2019 – 04:47 PM EDT
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Não é raro encontrar quem já tenha caído em golpes telefônicos ou relacionados a compras online, mas há ainda outra forma de extorsão que tem crescido cada vez mais – e ela envolve os seus sentimentos. Conforme mostram dados da Federal Trade Commission (órgão norte-americano de defesa do consumidor), os últimos quatro anos foram marcados por um aumento enorme nos casos do chamado “ golpe do amor”, e cair nele é mais fácil do que parece.

Conforme mostra o levantamento da FTC – responsável por receber denúncias sobre golpes como esse nos Estados Unidos – a quantidade de casos desse tipo no país de fraude reportados quadruplicou de 2015 a 2018, chegando a 21 mil e gerando um total de US$ 143 milhões em prejuízos às vítimas.

Esse crime, inclusive, não é algo exclusivo dos Estados Unidos e também tem ocorrido com frequência no Brasil – mas, afinal,do que se trata?

“Golpe do amor”: da paquera online ao crime

A forma como esse golpe ocorre varia, mas todos os casos compartilham um fator em comum: o envolvimento emocional por parte da vítima.

Tudo começa com um romance online – para o qual o golpista usa um perfil falso com fotos alheias – e, a partir do momento em que o criminoso ganha a confiança da vítima, passa a criar situações que incentivam o envio de dinheiro por parte dela.

De acordo com a FTC, os motivos vão desde emergências médicas até dinheiro para viajar e visitar a vítima.

No Brasil, um tipo comum de “golpe do amor” é o que envolve presentes falsos. Conforme alertou a Receita Federal em 2018, a alfândega do aeroporto internacional de Guarulhos chega a receber cerca de dez ligações diárias de pessoas buscando orientações para depositar valores em contas para que pacotes sejam liberados. Os supostos pacotes, no caso, seriam presentes prometidos pelos criminosos que estariam “presos” na alfândega.

Após o falso envio do presente, o golpista geralmente alega que, como o pacote está retido na alfândega, a vítima deve transferir dinheiro para a conta de um “agente alfandegário”, garantindo assim sua liberação. Apesar de a Receita Federal realmente cobrar taxas sobre certas encomendas, porém, ela alerta que não exige de forma alguma o pagamento em espécie ou por depósitos.

De acordo com o relatório da FTC, a média de valores cedidos pelas vítimas aos criminosos fica em US$ 2,6 mil (o equivalente a R$ 10,2 mil*) e o golpe ocorre com mais frequência entre pessoas de 40 a 69 anos. As vítimas na faixa etária dos 70, porém, costumam ser as que pagam os valores mais altos aos golpistas – cerca de US$ 10 mil (R$ 39,3 mil*).

Como se proteger?

Apesar de golpes que usam os sentimentos alheios para garantir favores existirem há muito tempo, os especialistas da Kroll – empresa global de gestão de riscos e investigações antifraude – acreditam que o aumento no número de casos tem acompanhado o crescente uso de redes sociais e plataformas específicas para relacionamentos. Sendo assim, para se afastar desse tipo de cilada, é importante estar atento a sinais bem específicos que podem se apresentar nesse tipo de relação que começa online.

Além de não compartilhar dados pessoais bancários em hipótese alguma e checar informações oficiais sobre procedimentos como o de pagamento de taxa na alfândega, por exemplo, é importante se atentar aos seguintes sinais:

Atenção com detalhes do perfil

Para Alan Brill e Ian Kook (senior managing director da Kroll nos Estados Unidos e associate managing director da empresa no Brasil, respectivamente), alguns aspectos do perfil da pessoa na rede social podem “denunciar” um golpista. Segundo eles, um exemplo disso é a pessoa usar muitas fotos que pareçam mais profissionais do que um clique normal.

Conversas suspeitas

Conforme explicam os especialistas, é comum que os criminosos pressionem as vítimas para que a conversa seja transferida do site ou app de relacionamentos para outra plataforma e também que façam perguntas, no mínimo, estranhas. Pedidos descabidos com relação a dados pessoais e bancários, por exemplo, indicam que pode haver uma intenção diferente da que a vítima imagina.

Além disso, os especialistas também afirmam que confessar amor muito rapidamente e relutância em marcar um encontro ao vivo (bem como fazer chamadas em vídeo) também são sinais de que a situação requer mais cautela.

Conforme informa o site da Receita Federal, ao entender que está sendo vítima de uma ação fraudulenta ou tentativa de estelionato, a pessoa deve registrar a ocorrência em uma delegacia policial especializada.

*Cotação de 28 de março de 2019

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