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7 fantasias que famosas já usaram e você NÃO deve copiar nunca

Publicado 22 Fev 2019 – 04:17 PM EST | Atualizado 22 Fev 2019 – 04:17 PM EST
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Muita gente adora bolar fantasias para usar em festas temáticas ou feriados como o Carnaval e Halloween, mas diversas opções que parecem bonitas, criativas, engraçadas ou até comemorativas são, na verdade, um bocado ofensivas para determinadas culturas (ou de mau gosto em geral).

Quando o assunto é confundir homenagens e ideias divertidas com fantasias que são, na realidade, apropriação cultural ou ofensas a certos grupos de pessoas, porém, nem os famosos deixam de errar. Confira sete vezes em que celebridades passaram dos limites nesse momento (e opções que podem ser usadas sem problema algum):

Fantasias polêmicas dos famosos

Tatá Estaniecki vestida de escravo

Anualmente, o Baile da Vogue reúne uma porção de famosos fantasiados de acordo com o tema proposto pela festa, e, em 2018, a ideia era a de que os convidados fizessem uma homenagem ao Brasil em suas roupas. A blogueira Tatá Estaniecki, porém, errou feio na escolha; apesar de descrever a fantasia como uma homenagem, a analogia nada bacana que ela fez a escravos deixou muita gente incrédula (e com razão).

Na fantasia, mostrada por ela em uma postagem no Instagram, a it girl aparecia com uma roupa preta cheia de transparências e cordões de pedraria sobre o rosto. Questionada nos comentários sobre qual havia sido sua inspiração, Tatá respondeu que estava fazendo uma “homenagem aos escravos”, e foi prontamente criticada pelos internautas.

Isso porque, independente das intenções, a escravatura não é algo ficcional, e sim parte marcante – e violenta – do passado das pessoas negras. Por carregar a dor de um povo, uma fantasia como a de Tatá acaba sendo algo bastante ofensivo, especialmente quando usada por uma pessoa branca que jamais sentirá na pele o preconceito causado pela influência da escravidão na sociedade.

Além disso, alguns internautas ressaltaram outro aspecto da “fantasia” de Tatá que a torna mais ofensiva ainda; conforme observado por muitos, o adereço usado pela influencer no rosto é a releitura de um instrumento de tortura que era usado em escravos. Após ser lembrada que algo que gerou tanta dor em um povo jamais poderia virar um enfeite, a blogueira apagou a imagem e pediu breves desculpas pela ideia ruim.

Ana Maria Braga e Daniela Mercury com características afro

Em 2018, a apresentadora Ana Maria Braga fez parte de uma edição do “Mais Você” (Rede Globo) usando uma peruca black power (acompanhada do Louro José, que ostentava uma igual). Na ocasião, ela falava justamente sobre a aceitação desse tipo de fio, elogiando os cabelos crespos e questionando por que tantas pessoas os alisam – algo que, para quem passou a vida ouvindo comentários terríveis sobre os próprios cabelos, é bem óbvio.

Nos últimos anos, muita gente passou a assumir seus cachos, mas ainda existe muito preconceito a respeito desse tipo de cabelo – especialmente quando essas pessoas são negras. Não é raro encontrar, por exemplo, quem já tenha sido questionada sobre o porquê de não alisar os fios ou até ouvido ofensas simplesmente por ter os cabelos com estas características.

Assim sendo, cabelos cacheados e crespos – especialmente em penteados como o black power, algo bastante próprio da cultura negra e que não costuma ser bem aceito pela sociedade em geral –, não são enfeites nem fantasias, e diversos internautas fizeram questão de comentar o ato da apresentadora:

Outra famosa que se viu em uma situação parecida foi a cantora Daniela Mercury que, em 2017, apareceu em um trio elétrico com uma peruca black power e a pele em alguns tons claramente mais escuros que o normal dela.

Conforme explicou em seu Instagram, a escolha da roupa foi uma homenagem à Elza Soares em um dia dedicado ao empoderamento negro, mas, apesar das intenções positivas, esse segue sendo um ato ofensivo, já que transforma características afro (que normalmente são alvo de preconceito) em enfeites – e, principalmente, elas não são criticadas quando usadas por pessoas brancas, que se apropriam destas características sem ter a real dimensão da dor a que muita gente é submetida por tê-las naturalmente.

Para internautas, a atitude de Daniela configura o chamado “blackface”, ou seja, o ato de escurecer a pele para criar uma “fantasia de negro”, e eles prontamente usaram as redes sociais para criticá-la.

Paolla Oliveira e Viviane Araújo de índio

Às vésperas do Carnaval de 2018, a atriz Paolla Oliveira postou uma foto com uma maquiagem e adereço característicos de certos povos indígenas. Nos desfiles, Vivane Araújo também apareceu caracterizada de índio da cabeça aos pés e, apesar de muita gente já ter se fantasiado dessa mesma forma – especialmente na infância –, esta é uma péssima ideia.

Isso porque, assim como a população negra, os indígenas têm uma história marcada por violência e imposição de costumes por parte de povos brancos, algo que reflete nos direitos que eles têm e na forma como vivem atualmente.

Enquanto índios sofrem preconceitos por seus costumes e até aparência, porém, seus adereços não são criticados quando usados por pessoas brancas – e isso explica por que é complicado transformá-los em meras fantasias.

Heidi Klum como a deusa hindu Kali

A cada ano, a modelo e apresentadora Heidi Klum inova um pouco mais em sua fantasia de Halloween e acabou ficando conhecida por ter ideias supercriativas. Em 2008, porém, a ideia não foi tão boa assim: motivada por uma viagem feita à Índia na época, a modelo decidiu se fantasiar como a deusa Kali, do hinduísmo.

Na ocasião, Heidi se apresentou pintada de azul, com inúmeras jóias, adereços sombrios, braços postiços, próteses pontiagudas nos dentes e uma expressão feroz para representar a deusa da destruição e da renovação venerada na Índia, mas a “fantasia” gerou uma repercussão bastante negativa, especialmente entre o povo hindu.

Ao lado de muitas outras religiões, o hinduísmo não é exatamente bem visto pelo ocidente, e a cultura dos povos que seguem essas religiões é, muitas vezes, interpretada de maneira bem preconceituosa. Por outro lado, adereços e entidades relacionadas à essa religião são bem recebidos por povos ocidentais quando usados por pessoas brancas – e como forma de enfeite.

Angélica de gueixa e japonesa

Por duas vezes em seu já extinto programa “Estrelas” (Rede Globo), a apresentadora Angélica abordou a cultura japonesa, mas em ambas as situações ela o fez de maneira complicada. A primeira foi em 2016, quando, em um papo com a atriz Yanna Lavigne, Angélica se caracterizou como uma gueixa, que, na cultura japonesa, são mulheres que se dedicam às artes para entreter a elite.

Além de elas serem um elemento fundamental da cultura japonesa, porém, povos ocidentais raramente conhecem a origem das gueixas e muitas vezes interpretam a função delas de maneira equivocada ou usam suas características como forma de sátira. Assim como elementos da cultura negra e hindu, elas são muito mais do que uma mera fantasia para brancos.

Em outro momento, já ao final de 2017, um quadro do programa se dedicou a explorar o bairro da Liberdade, reduto de imigrantes japoneses em São Paulo, e a cultura japonesa em geral. Durante ele, porém, Angélica e a cantora Paula Fernandes se fantasiaram com roupas típicas e chegaram até a zombar a forma dos japoneses de falar. Da mesma forma que as gueixas não são uma mera fantasia, a cultura de um povo também não é.

Chris Brown como terrorista

O cantor Chris Brown teve um bocado de atitudes questionáveis – e violentas – ao longo de sua carreira, e a vez em que ele e os amigos se vestiram de terroristas árabes para uma festa em 2012 foi mais uma delas.

Há vários pontos complicados na escolha feita pelo cantor, mas a principal delas é o fato de que, em todo o mundo, árabes carregam consigo o estereótipo de terroristas, algo equivocado, já que há terroristas (e grupos deles) de diversas nacionalidades.

Além de reforçar um estereótipo problemático, a atitude do cantor trata traços culturais desse povo como uma fantasia enquanto pessoas árabes têm grandes chances de ser malvistas quando se vestem da mesma forma. Assim como ocorre com negros, indígenas e japoneses, a cultura árabe não deve ser tratada como uma piada.

Hillary Duff e o ex como peregrina e indígena

Em 2016, a atriz e cantora Hilary Duff foi a uma festa à fantasia acompanhada do ex-namorado, Jason Walsh, na época do Halloween e, além de a fantasia dele ser ofensiva, a relação entre as roupas que os dois usaram deixou tudo pior ainda. Enquanto Jason transformou a cultura indígena em fantasia, Hilary se vestiu de peregrina, remetendo aos pais peregrinos, ou seja, europeus responsáveis justamente pela colonização da América do Norte – e dos nativos.

A ideia de colonizado e colonizador expressa pelas fantasias do par foi duramente criticada por internautas e pela mídia, fazendo inclusive com que a atriz se desculpasse e admitisse a falha. No Twitter, ela escreveu: “Eu peço MUITAS desculpas às pessoas que ofendi com a minha fantasia. Ela não foi devidamente idealizada e eu realmente sinto muito, do fundo do meu coração”.

Fantasias para apostar sem medo

Quando se fala em fantasias ofensivas, muita gente argumenta que não existem mais opções possíveis, mas há, sim, uma infinidade de ideias que podem ser usadas - e diversos famosos já mostraram isso. De forma geral, evite usar a cultura de outros grupos e povos como um adereço ou sátira , especialmente se o grupo em questão for uma minoria estigmatizada.

Personagens de séries e filmes

Quem curte cinema e televisão normalmente tem seus personagens queridinhos - e vários deles podem render boas fantasias. Em 2018, no Carnaval, a apresentadora Fátima Bernardes surpreendeu a todos quando surgiu de Mulher Gato ao lado do namorado, Túlio Gadêlha, que se vestiu de Batman.

Neste ano, o casal voltou a apostar em uma fantasia relativamente simples, nada ofensiva e que esteve em alta durante o último ano: conforme mostram postagens feitas no Instagram da apresentadora, ela e Túlio se vestiram como personagens da série "La Casa de Papel", da Netflix.

Personagens da Disney e outros desenhos animados

Repleto de princesas, heróis e vilões, este universo tem uma infinidade de opções de fantasias que podem ser adaptadas para o gosto de cada um. A cantora Cardi B, por exemplo, já se fantasiou como a vilã Cruella de Vil ("101 Dálmatas"), enquanto a modelo Alessandra Ambrósio já apareceu como Jessica Rabbit ("Uma Cilada para Roger Rabbit").

Também é possível pensar em fantasias em conjunto, como fizeram o ator Neill Patrick Harris e o casal Jessica Biel e Justin Timberlake com suas respectivas famílias. Enquanto a primeira escolheu personagens de "Peter Pan" (como o próprio protagonista e o Capitão Gancho), a segunda apareceu como os brinquedos de Toy Story (Woody, Buzz e Jessie).

Criaturas mitológicas

Personagens da mitologia também são uma opção para quem quer se fantasiar - e alguns deles estão em alta há algum tempo. É possível, por exemplo, se vestir de sereia, como já fez a modelo Yasmin Brunet, unicórnio, fada, entre outros.

Personalidades

Apesar de Daniela Mercury, por exemplo, ter criado polêmica ao vestir-se como Elza Soares, não há problemas em vestir-se como cantores, atores e outras personalidades - desde que para isso não seja necessário se apropriar de elementos ou traços de uma cultura ou povo oprimido.

A modelo Karlie Kloss, por exemplo, já apostou em uma das mais clássicas, comparecendo a uma festa à fantasia vestida com a atriz Marilyn Monroe.

Preparação para o Carnaval

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