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Mariana Rios revela já ter vivido um dos tipos mais comuns de abuso no relacionamento

Publicado 6 Nov 2018 – 04:43 PM EST | Atualizado 26 Mar 2019 – 04:27 PM EDT
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Nem sempre é fácil identificar quando uma amiga ou quando nós mesmas estamos vivendo um relacionamento abusivo. Apesar da dificuldade, alguns sinais demonstrados ao longo da relação podem ajudar a identificar tal ocorrência.

Um situação relatada por Mariana Rios a Julia Faria, no canal da blogueira no YouTube, por exemplo, retrata com exatidão um dos tipos mais comuns de abusos possíveis em relacionamentos.

Relacionamentos abusivos

Em participação no canal de Julia, a atriz conversou com a blogueira sobre o que são relacionamentos abusivos e seus impactos na vida de mulheres.

Relacionamentos abusivos são aqueles que há comportamentos agressivos, controladores ou cerceadores (isto é, que limita a liberdade do outro) por parte de um dos envolvidos na relação.

É importante lembrar que nem toda relação abusiva envolve somente agressões físicas. Muitas vezes, elas são psicológicas e podem causar danos nas vítimas assim como qualquer outro tipo de violência.

Mariana Rios: experiência

Durante o papo, a Mariana revelou ter passado pela experiência de uma relação que envolvia abusos emocionais por parte do companheiro.

No caso dela, seu antigo namorado (ela não especificou qual) tinha o hábito de tentar abalar sua autoestima - um tipo muito comum de abuso que muitas mulheres sequer reconhecem como uma violência psicológica.

Em uma passagem relatada pela mineira, ela conta que havia se arrumado para um evento (contando, inclusive, com a ajuda de maquiador e cabeleireiro para fazer make e penteado), quando o então companheiro criticou seu look.

“Foi assim: ‘Oi, você vai com esse cabelo?’ Aí eu perguntei por quê. O cabeleireiro e maquiador já tinham ido embora, eu estava pronta. Perguntei o que tinha o cabelo. E ele: ‘Nossa, mas não está bom, não’. Aí eu me senti mal, o meu rosto mudou.”

Baixa autoestima e críticas a roupa: sinais de relação tóxica

É comum que agressores busquem colocar suas vítimas em situação de baixa autoestima em favor próprio.

Isso porque seu propósito é fazer com que o abusado sinta-se uma pessoa inferior, que aceite qualquer tipo de relação com medo de ser rejeitada e de ficar só.

Em casos de controle extremo, o agressor tenta impedir que a parceira use determinadas roupas ou se arrume de um jeito que a faz bem.

Quando confrontado pelo seu comportamento manipulador, o abusador alega cuidado, ciúmes, amor. Em um jogo mental, ele faz com que a vítima ache que, quanto mais limitador ele é, mais ele a ama.

Outros sinais de um relacionamento abusivo

Além da depreciação da companheira com o intuito de diminuir sua autoestima ou de controlar o modo como ela se arruma, há outros sinais que ajudam a identificar o comportamento de um agressor em uma relação tóxica.

“Muitas vezes, o abusador humilha ou critica a pessoa abusada numa situação social. As demais pessoas ainda podem perceber o olhar de reprovação do abusador sempre que a pessoa abusada tenta expressar alguma ideia própria ou começa a falar de algum assunto na roda da conversa”, exemplifica Mario Louzã, psiquiatra pós-doutorando no Instituto Central de Saúde Mental em Mannheim, Alemanha.

Além disso, outras práticas mais sutis também são comuns em um relacionamento abusivo:

Isolamento

Um dos comportamentos envolvem o isolamento da parceira em relação aos amigos. Em casos graves, eles fazem com que as vítimas excluam suas redes sociais ou não participem de grupos no WhatsApp, por exemplo.

Dependência

Também não é raro a ocorrência do sentimento de dependência por parte da vítima - seja ela emocional ou até mesmo financeira. Muitas mulheres, que não trabalham por opção ou porque foram obrigadas pelos parceiros, se sentem na obrigação de aguentar qualquer tipo de tratamento porque são “bancadas”.

Não respeita o “não”

Quando um companheiro desrespeita as opiniões do par e, especialmente, quando ele não respeita sinais de negação ou recusa por parte da parceira, significa que algo nesta relação precisa ser olhado com mais atenção.

Sensação de culpa

Brigas acontecem em um relacionamento. O que não é comum é que a sensação de culpa sempre fique com uma das partes envolvidas no atrito. Em relacionamentos tóxicos, não são raros episódios em que o agressor manipula a situação para que a vítima sempre saia se sentindo culpada pela briga.

Hematomas e escoriações

Em casos que envolvem agressões físicas, vítimas de relacionamentos abusivos aparecem com hematomas ou escoriações pelo corpo. Envergonhadas, as mulheres que se tornaram reféns do próprio relacionamento inventam desculpas para justificar as marcas pelo corpo ou mesmo o comportamento do agressor.

Como Mariana Rios saiu do relacionamento abusivo?

Ainda que todos os sinais sejam reconhecidos pela vítima e por aqueles que a cercam, nem todas conseguem acabar com o ciclo de violência.

Dentro os motivos que prendem essas mulheres ao relacionamento abusivo destacam-se a negação da situação e a dependência emocional ou financeira, a carência, a própria recusa do agressor em terminar a relação e o medo da vítima.

“A pessoa abusada muitas vezes tem medo das consequências que pode sofrer em caso de romper essa relação. De certo modo, já foram ameaçadas, inclusive de sua própria vida, se vierem a terminar”, conta Mario Louzã.

A atriz, contudo, conseguiu deixar o relacionamento abusivo para trás. Segundo contou, o namoro não durou muito tempo depois da noite em que as críticas ao seu visual foram feitas. Para ela, um ponto crucial lhe ajudou a sair da situação de abuso:

“Quando você tem isso de saber quem você é, o que você quer muito dentro de você, você fala ‘opa, isso aqui está errado! Desse jeito você não vai falar comigo’. Eu sei o que eu sou. Você não tem o direito de falar para mim o que você acha que eu sou.”

Sobre o assunto, a atriz ainda mandou um recado para outras mulheres que vivem um relacionamento abusivo e que desejam sair dessa situação, mas não sabem como.

Ela lembrou a importância de que mulheres busquem sua independência, especialmente a financeira, e fez questão de ressaltar que o fundamental para conseguir escapar de uma relação tóxica é lembrar, sempre, de amar a si mesmo.

“Se alguém falar algo que você não concorda e aquilo vai te afetar de algum jeito e que você vai se sentir mal, automaticamente você vai falar ‘pera aí, tem alguma coisa errada. Porque eu não sou isso. Eu gosto de mim’. Agora, quando você está mal consigo, em depressão, parece que tem sanguessugas, que vêm e tiram ainda mais a sua energia e se aproveitam.”

Relacionamento saudável

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