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Ator relata episódio chocante de preconceito contra a filha - e todos os pais deveriam ler!

Publicado 27 Jul 2018 – 03:19 PM EDT | Atualizado 27 Jul 2018 – 03:19 PM EDT
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O ator André Luiz Miranda, que já participou de diversas novelas da TV Globo e hoje está no ar como o Vinícius de “Malhação: Vidas Brasileiras”, testemunhou uma situação um tanto quanto inesperada (mas, infelizmente, não incomum) que prova que o racismo pode ser um mal muitas vezes silencioso em nossa sociedade.

Quem pensa que o preconceito racial só se manifesta em ofensas explícitas no dia a dia precisa saber o que o artista viveu no próprio local onde mora, no Rio de Janeiro. E o pior: não foi ele o alvo da situação em questão e, sim, sua filhinha, Beatriz, de apenas dois anos.

O relato forte e triste deveria ser lido por todos os pais, para que todos possam criar crianças sem preconceitos.

Episódio de racismo contra filha de ator

Em sua página no Instagram, André fez uma publicação para contar o que havia acabado de presenciar no parquinho de seu prédio. Naquele dia, ele explicou que conseguiu chegar cedo do trabalho e decidiu levar a filha para brincar no térreo.

Os dois estavam se divertindo até que a menininha se distraiu com a chegada de outra criança, de cerca de quatro anos, que estava acompanhada de um irmão mais velho. Como era de se esperar, Beatriz correu até a “nova amiguinha” para tentar engatar uma brincadeira entre as duas. Porém, foi aí que a situação começou a mudar.

“Logo notei uma coisa diferente no comportamento dessa criança. Sempre fugindo da minha filha, sem emitir um som sequer, e minha filha querendo muito a atenção dessa amiga. O irmão dessa menina foi jogar bola no campo ao lado e então éramos só nós 3 nesse parquinho. Minha filha querendo o tempo todo brincar e sempre rejeitada”, disse André no texto.

Quando uma terceira criança chegou ao local, o ator afirmou que o comportamento da menina que rejeitava sua filha mudou. “Abriu um sorrisão, correu para abraçar, chamou para brincar e minha filha ali isolada”.

Como qualquer pai preocupado, vendo a tristeza da filha, ele decidiu conversar com a primeira menininha para saber por que ela não queria brincar com Beatriz. Embora estivesse incomodado com a cena, André teve um verdadeiro choque ao ouvir a resposta da garota.

“Eis que a criança de 4 anos respondeu: ‘Pessoas do cabelo assim e com essa cor, eu não gosto. Eu só brinco com pessoas brancas’. Perguntei se [essa ideia] era da cabeça dela ou se alguém já falou isso para ela, e ela me respondeu que era da cabeça dela. Nessa hora, a minha perna ficou bamba, um aperto no coração e uma vontade de chorar ouvindo essas palavras saírem da boca de uma criança”, descreveu.

Racismo no Brasil

Mesmo doloroso, o episódio serviu de inspiração para André fazer um alerta a todas as pessoas que não enxergam o racismo sofrido por tantas de pessoas diariamente. Isso porque esse preconceito tem raízes profundas no consciente de uma parcela da população e é passado de geração para geração de forma velada e, muitas vezes, inconsciente.

“O racismo é estrutural e reproduzido pelas crianças de forma assustadora. Mesmo não tendo consciência do conceito de raça, essa criança aprendeu alguns aspectos que estão na nossa sociedade. O cabelo, a cor da pele são características determinantes da diferença racial e isso motiva essas ações”, afirmou o ator.

A atitude chocante da criança mostra o quanto ainda precisamos falar sobre o racismo e combatê-lo no cotidiano. Afinal, os pequenos podem ser a chave para o fim de todos os tipos de preconceito que assolam a sociedade em qualquer parte do mundo – mesmo que essa tarefa exija muito trabalho e esclarecimento.

Racismo e preconceito na infância

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