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O problema não é que Rihanna esteja "gorda"; o problema é a gordofobia

Publicado 13 Set 2017 – 12:02 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 02:24 PM EDT
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Precisamos falar sobre gordofobia.

O termo "gordofobia" não existe oficialmente no dicionário brasileiro, mas é um conceito popularmente difundido usado para identificar pessoas que possuem  medo excessivo de ganhar peso, ou "preocupação" exagerada sobre o corpo de outras pessoas, argumentando, entre outras coisas, que "estar fora do peso coloca em risco a saúde".

Talvez, você já tenha ouvido a seguinte frase:  "Ah, você está ganhando peso, você deveria começar a cuidar mais de você mesma". Basicamente, esse é o discurso característico da gordofobia.

O caso envolvendo Rihanna é o exemplo perfeito. A cantora pop, após aparições públicas e publicações de algumas fotos na redes sociais se tornou alvo de comentários no Twitter em que os seguidores comentaram que o ganho peso da artista estaria relacionado a uma gravidez ou porque ela havia "negligenciado" o corpo.

Ao aparecer e se apresentar na 60º edição do "Grammy Awards", em 2018, mais uma vez seu corpo rendeu comentários e especulações sobre uma possível gravidez ou "descuido".

Algumas pessoas a criticaram e os outras a defenderam, mas a questão é quão problemático ainda é o discurso que estimula as pessoas a falarem sobre o corpo dos outros como se fosse um bem público.

A Organização Mundial de Saúda (OMS) define excesso de peso e obesidade como "uma acumulação de gordura anormal ou excessiva que pode ser prejudicial para a saúde".

"Anormal", "excessivo" ou "prejudicial", essas palavras predeterminam uma condição de saúde precisa com base no nível de gordura. Mas ninguém pode determinar se a saúde de Rihanna (ou de qualquer mulher quando julgada por seu peso) está realmente sendo prejudicada pelo tamanho de suas calças.

(Em português: Rihanna ganhou peso porque deixou de fumar maconha?)

As pessoas presumem que ser uma pessoa gorda envolve, obrigatoriamente. duas coisas: que você é preguiçoso e que não se alimenta bem. Logo, o ganho de peso nada mais é do que a "gordura" acumulada por prazer e descuido.

Desse modo, supõe-se que, se uma pessoa saudável é magra, as pessoas que são gordas são assim porque se alimentam mal e não movimentam o corpo.

(Em português: Rihanna está mega obesa, se passou)

E o que acontece com as pessoas que, simplesmente, têm uma estrutura física maior que os demais? Ou, melhor, por que a sociedade não questiona o "bem-estar" das pessoas que são magras, mas que bebem, fumam, comem fast-food e nunca se exercitam?

Será que a gordofobia não é um pretexto para discriminar aqueles que não se encaixam nos padrões de beleza? Uma oportunidade para sujeitar a figura feminina a uma única forma física?

Um insulto que não é percebido como tal é justamente o discurso que alimenta e estimula a gordofobia.

Que Rihanna está engordando é um fato, mas que vejamos isso como algo ruim é o problema.

Embora a beleza seja subjetiva, há aqueles que ainda afirmam que a magreza é sinônimo de perfeição, sem levar em conta a aparência da pessoa que está sendo julgada e, acima de tudo, sem perceber que sua opinião sobre o corpo de outra pessoa é simplesmente desnecessária.

Os ataques ao corpo de Rihanna nos mostra que ainda prevalece o conceito errado de que mulheres magras são melhores e mais bonitas, enquanto que mulheres gordas são incapazes de serem bonitas e atraentes.

Não importa se alguém está gorda ou não. O que importa é que o corpo de Rihanna e de outras mulheres não deveriam ser tratado como assunto público por ninguém.

Original do Vix em Espanhol , escrito por Gabriela Nava

Autoaceitação:

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