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Com perfil falso, agência mostra como é fácil enganar e ganhar patrocinador no Instagram

Publicado 25 Set 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 02:59 PM EDT
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O mercado publicitário tem investido tanto nas redes sociais quanto costumava gastar com as mídias tradicionais de influência, como rádios, televisão e revistas. Em 2015, foram destinados R$ 9,3 bilhões de reais ao segmento somente no Brasil. Não à toa, há quem sonhe em ganhar a vida como influenciador digital.

E o que antes era restrito apenas para os famosos pode estar cada vez mais acessível aos anônimos. Ao menos, é o que evidenciou um experimento feito pela agência de marketing Mediakix ao criar dois perfis falsos que se tornaram sucesso no Instagram.

Perfis falsos no Instagram

Para começar o experimento, a agência criou duas contas falsas. A primeira sobre Alexa Rae (calibeachgirl310) e seu cotidiano. Na verdade, a menina é uma modelo que fez um trabalho para a agência e todas as fotos que foram postadas ao longo do estudo foram registradas em um único dia. 

A outra, dedicada a Amanda Smith (wanderingggirl), retratava a vida da fotógrafa e seus cliques pelo mundo. Para alimentar essa conta, a agência ousou ainda mais e usou somente fotos gratuitas de lugares aleatórios em todo o mundo e de diferentes garotas loiras que, quando estão de costas, parecem ser sempre a mesma pessoa.

Compra de likes: como funciona?

A compra de seguidores é uma técnica bastante explorada nas redes sociais, apesar de ilegal. Ela é disponibilizada por algumas plataformas de marketing e está à disposição de qualquer pessoa física ou jurídica.

A ferramenta utilizada pela Mediakix cobrava cerca de 8 dólares (aproximadamente R$ 25) pela compra de 1 mil seguidores, que foi a quantidade diária inicial escolhida pela agência para não gerar suspeita no algoritmo do Instagram e evitar punições.

Ao notar que o aumento gradativo não interferia na visibilidade do perfil a empresa passou a comprar mais seguidores por dia e chegou a adquirir 15.000 fãs de uma só vez sem encontrar nenhum problema.

A compra de seguidores falsos acabou impulsionando a chegada orgânica de outros usuários. Perfis com uma quantidade alta de seguidores são autodenominados 'digital influencers', já que, como o nome sugere, eles possuem ferramentas para influenciar o comportamento de uma parcela considerável de internautas.

Compra de comentários

Não só o número de seguidores garante o sucesso de uma marca ou pessoa nas redes sociais: é preciso também que haja engajamento, isto é, curtidas, comentários e compartilhamentos do conteúdo.

Isso contribui para que o alcance de pessoas impactadas pelo conteúdo seja cada vez maior - e melhor, se considerarmos os comentários. 

A Mediakix pagou cerca de 12 centavos de dólar (ou R$ 0,40) por comentário e entre 4 e 9 dólares (R$ 12 e R$ 28) por 1 mil curtidas em suas fotos. Para cada foto, a agência comprou de 500 a 2,5 mil curtidas e de 10 a 50 comentários.

Patrocínio garantido

Todo o experimento acabou custando à Mediakix cerca de 1 mil dólares (aproximadamente R$ 3.129), sendo 70% disso destinados para configurar calibeachgirl310 e o pagamento da modelo e os 30% restantes, para wanderingggir.

Depois que calibeachgirl310 e wanderingggirl chegaram a 10 mil seguidores (o valor limite para se inscrever nas plataformas de marketing de compra de fãs), o Mediakix começou a buscar oportunidades de patrocínio de marcas para os perfis. Sem grandes dificuldades, conseguiram quatro ofertas, duas para cada perfil.

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