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Ansiedade não é medo de algo dar errado, mas sim de não saber o que irá acontecer

Publicado 11 Ago 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 03:10 PM EDT
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Ritmo cardíaco acelerado, suor, nervosismo e até esgotamento físico e mental são apenas alguns dos sintomas mais conhecidos de um quadro de ansiedade.

Ao contrário do que muita gente acredita, a condição, segundo um estudo da Universidade de Washington, EUA, não está relacionada ao medo de que algo dê errado, mas sim a uma insegurança sobre o futuro. A conclusão foi obtida através de um experimento que realizou análises do cérebro.

Efeito da ansiedade no cérebro

Em um experimento com macacos, os pesquisadores identificaram que células específicas do cérebro são ativadas em resposta à ansieade - o que foi considerado um avanço para o desenvolvimento de tratamentos do transtorno.

O método constitiu em treinar os animais para associarem três diferentes padrões com três diferentes resultados. Um padrão resultava em um sopro de ar irritante no rosto do macaco, representando um efeito negativo; outro era associado a uma probabilidade de 50% de receber o sopro de ar, representando um efeito incerto; o último era associado a nenhum resultado.

O que os cientistas identificaram é que as células ligadas à ansiedade só eram ativadas diante do resultado incerto. Quando apresentava-se ao macaco tanto o padrão relacionado ao resultado negativo (sopro de ar) quanto ao resultado inexistente, elas não demonstravam nenhuma atividade.

"Encontramos uma população de neurônios que era ativada especificamente quando os macacos achavam que algo ruim ou irritante - como um sopro de ar na face - pudesse estar vindo, mas não quando eles sabiam com certeza de que viria", explicou o responsável pelo estudo ao site Medical News Today.

Os pesquisadores seguiram com o experimento e, desta vez, apresentaram aos animais dois possíveis resultados: um padrão associado à certeza de um efeito positivo e outro associado à possibilidade de um efeito positivo - neste caso, tratava-se de um gole de suco de laranja.

Surpreendentemente, os resultados foram similares à primeira parte da pesquisa: as células ligadas à ansiedade só eram ativadas diante do resultado incerto, mas não diante do resultado certo.

Isso significa que, mesmo diante da possibilidade de um efeito positivo, a ansiedade apareceu devido à incerteza do resultado.

Área específica do cérebro responsável pela ansiedade

De acordo com um outro estudo recente, realizado pela Faculdade de Dartmouth, EUA, a ansiedade e o medo vivem em uma área específica do cérebro.

Os dados concluíram que pessoas que não lidam bem com incertezas ou possibilidade de ameaças futuras - ou seja, experimentam constantemente um quadro de ansiedade - podem ter uma área do cérebro, chamada de corpo estriado, com tamanho acima do normal.

Através de um trabalho científico com 61 estudantes, que passaram por análises de ressonância magnética durante uma série de testes, os pesquisadores foram capazes de observar que o volume do corpo estriado está diretamente associado ao medo do que vem pela frente.

Segundo as conclusões do estudo, os voluntários que tinham maior dificuldade em tolerar um futuro incerto apresentavam um corpo estriado relativamente alargado se comparado com os demais participantes.

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