"Sergio" na Netflix: o que é real e o que é ficção no filme sobre o diplomata brasileiro
Figura brasileira de destaque na política internacional, o diplomata Sergio Vieira de Mello ganhou um filme sobre sua história protagonizado por Wagner Moura. Intercalando o trabalho na ONU e o romance com a economista Carolina Larriera, a produção da Netflix mescla realidade e ficção.
O que é real e o que é ficção em "Sergio"?
Sergio era casado quando conheceu Carolina?
Sergio e Carolina se conheceram durante uma missão no Timor Leste, entre 1999 e 2002. O filme deixa em aberto o status de relacionamento do diplomata na época, mas ele já estava separado da ex-esposa. Em entrevista à revista Cláudia, Carolina disse que Sergio já estava solteiro há 10 anos quando os dois se conheceram, mas o divórcio formal levou anos para sair.
O filme retrata de forma realista como foi a aproximação entre o casal durante a missão. Na entrevista, Carolina contou também que eles tinham o hábito de sair para correr além de, claro, compartilharem muitos ideais.
Sergio e Khmer Vermelho
Em um dos momentos mais marcantes do filme, Sergio negocia com o governante do Camboja relembrando um período em que os dois estudaram em Sorbonne. De fato, tanto Sergio quanto Ieng Sary frequentaram a universidade de Sorbonne, mas não na mesma época.
Gil Loescher
Colega de Sergio na ONU, Gil Loescher sobreviveu ao atentado que matou o diplomata, mas a representação dele no filme é bem simbólica. O americano representa uma junção de vários funcionários da ONU e as relações deles com o protagonista.
Uma das principais diferenças entre ficção e vida real neste ponto é que o verdadeiro Gil Loescher não esteve junto com Sergio nas missões do Camboja e do Timor-Leste.
Morte de Sergio
As circunstâncias da morte trágica de Sergio foram bem parecidas na vida real e no filme. O diplomata ficou sob os escombros durante quase quatro horas ao lado do americano Gil Loescher, que conseguiu ser resgatado.
A parte da ficção entra no diálogo com o soldado que tentou resgatar Sergio e Gil. Segundo Carolina Larriera, o soldado não reconheceu o diplomata. “Ele [Sergio] tinha um nome impronunciável e com certeza esquecível para um soldado. Era apenas um estrangeiro no momento do resgate das vítimas norte-americanas", disse em entrevista à BBC.
Final de Carolina Larriera
Assim como o filme mostra, Carolina veio ao Arpoador, no Rio de Janeiro, local que Sergio tanto falava. Última a vê-lo com vida antes do atentado, a economista estava no local também e chegou a se comunicar com o diplomata quando ele estava preso nos escombros.
Posteriormente, Carolina se mudou para o Brasil. Ela deixou a ONU em 2005 e fez críticas ferrenhas à falta de investigação do atentado. Além disso, passou por uma longa batalha para ser reconhecida formalmente pela Organização como esposa de Sergio.