Barrado em cinema americano: por que "Coringa" está causando tanta polêmica
Assim que surgiu a primeira imagem de Joaquin Phoenix como Coringa, um debate começou: como o vilão pode ser protagonista sem ser o herói? Entre os principais pontos levantados, o receio de que o personagem pudesse se tornar, de alguma forma, um exemplo a ser seguido começou a ser discutido.
Mais de um ano depois, o filme estreia no cinema já premiado com um Leão de Ouro e ovacionado no Festival de Veneza, mas a tensão continua. Tanto é que a exibição de “Coringa” foi vetada no cinema de Aurora, nos Estados Unidos.
Em 2012, um atirador entrou na sessão de “Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, matou 12 pessoas e deixou outras 70 feridas. Agora, o receio é de que a volta do personagem, que se tornou um ícone da cultura pop, seja um incentivo à violência.
Ao apresentar a história de origem do vilão em um filme solo, os detalhes do que o levaram a se tornar um homicida são explorados mais profundamente. E a trama começa mostrando como Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) era um homem excluído, humilhado e violentado por todos à sua volta, além de ter transtornos psiquiátricos.
A personalidade caótica e sociopata do vilão vai sendo construída ao longo do filme para torná-lo o personagem que conhecemos. Ainda assim, os crimes inspiram uma espécie de revolução na trama, e a violência só cresce. A crítica, claro, está lá: tanto ao modelo de sociedade que oprime e exclui pessoas, quanto ao tipo de figura que se torna “inspiração”.
Estúdio de “Coringa” responde críticas
Em entrevistas, tanto o diretor Todd Philips quanto Joaquin Phoenix rebateram os comentários. Em entrevista ao IGN, Todd pediu que as pessoas assistam ao filme e deem uma chance antes de ler as críticas e disse que a história é sobre “amor, trauma e falta de compaixão”.
Phoenix chegou a abandonar uma entrevista ao Telegraph ao ser questionado sobre o assunto. Depois, voltou e explicou que um filme não deve ser responsabilizado por atitudes de pessoas que, se quiserem machucar outras, “encontrarão combustível em qualquer lugar”.
Em carta publicada pela Entertainment Weekly, a Warner Bros. se pronunciou. “A Warner acredita que uma das funções das histórias é provocar discussões difíceis sobre assuntos complexos. Não se enganem: nenhum dos personagens de ‘Coringa’, e nem o filme, são reforço à violência do mundo real. Não é a intenção do filme, dos produtores e nem do estúdio transformar esse personagem em um herói”, diz a empresa.
“Coringa” estreia em 3 de outubro nos cinemas.
Vídeo: Phoenix não queria ser o Coringa
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