Filme "Marighella" dirigido por Wagner Moura mostra os últimos anos do ativista
Assinado por Wagner Moura, “Marighella” estreou no Festival de Berlim nesta quinta-feira (14). Recebido com aplausos da imprensa na mostra alemã, o filme de estreia do ator de “Tropa de Elite” como diretor é inspirado no livro biográfico escrito pelo jornalista Mário Magalhães e conta a história de uma das figuras mais importantes do período da ditadura.
Filme sobre "Marighella"
Quem foi Carlos Marighella?
Político, escritor e guerrilheiro: a história de Carlos Marighella se une a do golpe militar de 1964. Ativista contra o regime ditatorial, se tornou o inimigo número 1 do Estado e foi executado pela polícia em 1969, mas deixou um legado de resistência e luta pela liberdade.
Com um orçamento de R$ 10 milhões, arrecadados sem participação da Lei Rouanet, o filme aborda justamente os 5 últimos anos da vida de Marighella, ambientados durante os primeiros anos e consequências do regime militar. “Quero que o filme traga um exemplo de resistência, especialmente para jovens negros”, disse o diretor em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Elenco
Marighella é interpretado pelo músico e ator Seu Jorge, que trabalhou com Wagner Moura em “Tropa de Elite”. O papel de antagonista fica com Bruno Gagliasso, que interpreta um policial que persegue o ativista e é responsável pela emboscada que resultou na morte de Marighella. Adriana Esteves, Humberto Carrão e Herson Capri também fazem parte do elenco.
Cenas realistas
Apesar de se tratar de uma obra de ficção (muitos dos nomes, por exemplos, foram mudados), "Marighella" tem cenas bem fieis à realidade. Ainda segundo a Folha, um dos trechos reproduz a primeira tentativa de assassinato sofrida pelo ativista: em 1964, ele foi baleado dentro de um cinema no Rio de Janeiro. A encenação da morte do americano Charles Chandler, em ataque dos guerrilheiros, também está no longa.
Polêmica
Em entrevista a Pedro Bial, em 2017, Wagner Mora se adiantou às possíveis polêmicas que o filme levantaria. A trajetória de Marighella levanta discussão entre analistas políticos até hoje pelas táticas de guerrilha empregadas por ele no combate ao governo militar.
“Quando lhe foi dado o direito de militar legalmente ele o fez, mas em um determinado momento decidiu, assim como muitos outros brasileiros, que o único jeito de combater a ditadura era a luta armada. Só que hoje é fácil, sob a luz da história, analisar as pessoas daquela época assim [com a violência]”, disse o diretor em entrevista ao Encontro com Bial.
Estreia
Apesar de já ter tido sua primeira sessão para a imprensa na Alemanha, “Marighella” ainda não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros.
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