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Filme “Hereditário” explicado: respondemos às 8 principais dúvidas sobre a história

Publicado 2 Jul 2018 – 05:52 PM EDT | Atualizado 2 Jul 2018 – 05:52 PM EDT
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Calma, você não foi a única pessoa a sair meio atordoada da sessão de “Hereditário”. O filme do diretor estreante Ari Aster deixou muita gente sem compreender direito – ou querendo entender mais – sobre algumas das principais questões do filme, especialmente do final.

É claro que as interpretações estão sempre abertas, mas alguns detalhes importantes, inclusive baseados em argumentos do próprio diretor, podem te ajudar a ver ainda mais significados na história tensa e assustadora estrelada por Toni Collete.

Filme "Hereditário" explicado

A família toda tinha distúrbios mentais?

Após a morte da mãe, Annie entra em uma sessão de terapia em grupo, quando revela o histórico de distúrbios mentais da família: ela conta que o pai sofria de “depressão psicótica” e morreu por inanição ao parar de se alimentar; o irmão, esquizofrênico, foi encontrado enforcado; por fim, a mãe sofria de distúrbio de múltiplas personalidades, que ficou ainda mais intenso perto de sua morte.

Assim, ela apresenta uma condição “hereditária” importante para entender as conexões do filme. Mais tarde descobrimos que Annie também carrega um sonambulismo severo, que quase fez com que ela matasse os próprios filhos. Isso pode explicar também porque ela consegue falar com a voz de Charlie (Milly Shapiro) após a morte da filha – um indício de dissociação de identidade, como a avó também tinha.

O que são os símbolos que aparecem?

Ao longo do filme, diversos momentos dão pistas do envolvimento de um culto e entidade demoníaca, especialmente os símbolos com os quais Annie se depara em diversos lugares – nas paredes, nas fotos e no colar. O tal símbolo, que Annie nota também na casa de Joan (Ann Dowd) é a representação de Paimon, demônio que a avó da família cultuava, conforme descobrimos ao longo do filme.

Paimon é saudado pelos seguidores como um dos oito reis do inferno - Joan e as outras pessoas que cultuam o demônio, acreditam que ele poderá vir ao mundo e se fortalecer quando possuir um corpo humano.

Uma das características deste demônio é o apreço pela arte, o que pode explicar a relação e o talento que Annie e filha, Charlie, têm com a escultura e pintura. Inclusive, esta pode ser mais uma característica considerada, como indica o título do filme, hereditária delas.

Qual é o problema de Charlie?

Charlie carrega algumas características peculiares, como a alergia intensa e a mania repetitiva de estalar a língua. Esses desequilíbrios na menina podem ser interpretados como sinais da força sobrenatural que age sobre ela. Além disso, também podem remeter aos distúrbios mentais da avó - outra característica hereditária.

Além disso, é por meio de Charlie que somos apresentados a algumas palavras estranhas que aparecem na parede, como “satony” e “liftroach” – que fazem parte dos rituais para invocações demoníacas.

A morte de Charlie foi um acidente?

Uma das cenas mais emblemáticas e chocantes do filme é a decapitação de Charlie. Mas aquilo não foi um acidente de verdade. De acordo com o diretor, Paimon estava controlando a situação, tanto é que o símbolo do demônio estava gravado no poste em que a menina tem a cabeça decepada.

Por que a avó não entregou o corpo de Peter antes?

Quando descobrimos que Paimon precisa de um corpo masculino para ser invocado em sua máxima potência, surge a primeira questão: por que a avó não entregou logo o neto em vez de Charlie? A explicação está no próprio filme: Annie explica que quando Peter (Alex Wolff) nasceu, ela e a mãe não estavam se falando e ela não deixava ninguém ver o bebê.

Foi só na segunda gravidez que as duas voltaram a se relacionar e Ellen, então, desenvolveu uma relação obsessiva com Charlie – a quem, como conta Annie, a avó queria até amamentar. Inclusive, o diretor comentou que sim, Charlie também foi possuída.

“Paimon estava nela desde o momento em que ela nasceu. A garota que conhecemos desde o começo é uma hospedeira de Paimon”, explicou em entrevista a Variety.

Quem desenterrou o corpo da avó?

Quando o marido de Annie revela que o corpo de Ellen foi desenterrado, tudo leva a crer que foi a protagonista, em um episódio de mania, quem desenterrou a própria mãe. No entanto, o final do filme revela que os responsáveis por isso, na realidade, foram os companheiros de culto da avó – a cabeça dela, no fim, aparece como parte do ritual de invocação do Paimon.

O que significam as miniaturas?

Por fim, o trabalho manual de Annie com as miniaturas não continha nenhum elemento sobrenatural – embora seja uma atividade muito sinistra. No entanto, o significado fica aberto a interpretações: uma delas é que assim como Annie manipulava aquelas pessoas e casas pequenininhas, a própria casa dela e os membros da família também eram controlados por uma força externa.

O que significa o final de “Hereditário”?

Por fim, o desfecho da história que deixou muita tem a explicação mais simples possível: o principal tema do filme é possessão demoníaca e o final conclui a entrega do corpo do adolescente a um demônio. Trata-se de um ritual que foi preparado durante anos pelo culto liderado por Ellen, mãe de Annie, para incorporar a entidade Paimon.

“Eu nunca tive contato com nenhum tipo de ocultismo, então a pesquisa foi perturbadora. Mas eu sabia que precisava de elementos ritualísticos no filme, queria que tivesse raiz em algo real”, explicou Ari Aster ao site Thrillist.

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