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"Talvez Uma História de Amor" propõe reflexão sobre apego com ideia original

Publicado 13 Jun 2018 – 06:00 AM EDT | Atualizado 13 Jun 2018 – 06:00 AM EDT
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Estrelada por Mateus Solano e com direção de Rodrigo Bernardo, a comédia romântica nacional "Talvez Uma História de Amor" aposta em uma dose extra de romance e traz uma proposta diferenciada para ganhar o público.

Adaptação do best-seller do francês Martin Page, o filme gira em torno de Virgílio, personagem metódico e cheio de manias de Solano, em uma busca desenfreada por Clara (Thaila Ayala) - uma mulher misteriosa da qual ele não consegue se lembrar - logo após receber um recado sendo dispensado por ela em sua caixa postal.

Partindo da premissa de que a melhor forma de não terminar uma história de amor é não começá-la, a transformação do protagonista é o pano de fundo para um debate amplo sobre a desestabilização que um amor pode causar e a importância de não nos apegarmos a nossa zona de conforto.

Crítica de "Talvez Uma História de Amor"

Originalidade

Tudo em "Talvez Uma História de Amor" foi planejado para que seja possível captar a imensidão das emoções de Virgílio e dos outros personagens que, aliás, foram muito bem construídos. O celular retrô do protagonista, os acessórios de Kate (Bianca Comparato) e as roupas delicadas de Clara são exemplos que reforçam a originalidade da narrativa.

Com enredo dinâmico, o filme, essencialmente urbano, avança em dois cenários: São Paulo e Nova York e ambas as localizações acabam se tornando personagens coadjuvantes (e bem fundamentais) para contar essa história.

Com uma riqueza de detalhes para compor cada uma das sequências, Rodrigo Bernardo acerta ao trazer o melhor da capital paulista, com seus edifícios deslumbrantes, e, posteriormente, ao despertar o encantamento que só a Times Square da metrópole norte-americana tem.

Uma vez que o longa tende para o romance, reúne alguns clichês típicos do gênero, incluindo a angústia e o sofrimento pelo fim de um relacionamento e, é claro, o mocinho tentando impedir que o suposto amor de sua vida embarque em um avião. Ainda assim, a produção foge do previsível e possui mais acertos do que erros.

Elenco de peso

Com um elenco de peso, que inclui Mateus Solano, Thaila Ayala, Bianca Comparato, Nathalia Dill, Marco Luque, Dani Calabresa e uma participação mais que especial da atriz norte-americana Cynthia Nixon de "Sex And The City", "Talvez Uma História de Amor" é um filme de pares e a parceria entre cada um deles fica evidente quando entram em cena.

Os personagens se destacam na medida em que a relação entre eles (e a maneira como enxergam o universo ao seu redor) fica clara. Cynthia Nixon, por exemplo, foi capaz de contar uma história de vida inteira em apenas uma contracena - e ver Mateus Solano improvisando no inglês é uma das coisas mais imperdíveis da produção.

A química entre Mateus e Thaila, ainda que a trilha sonora seja fundamental, também se destaca e a conexão entre eles é tão grandiosa que somos levados a acreditar que ali, no meio de todo aquele clima de romance, realmente existe um casal.

Se Dani Calabresa, aqui, não está fazendo comédia, o humor fica por conta de Marco Luque no papel de um publicitário alucinado e com personalidade autêntica que acaba, de certo modo, empurrando aquele Virgílio retrógrado e parado no tempo a se aventurar em novas possibilidades.

Mensagem forte

Toda história de amor começa com talvez e no filme não foi diferente. Virgílio poderia ter ficado preso às suas manias e rotina regrada, por simples medo de se arriscar, mas consegue se desprender de suas amarras e, de muitas maneiras, acaba incentivando os espectadores a fazerem o mesmo.

Ainda que o final seja um pouco incoerente, por avançar rápido demais rumo à redenção do protagonista, "Talvez Uma História de Amor" é, em meio a tantas alegorias, um convite válido para a mudança e entrega como recompensa a sensação de entusiasmo do começo ao fim.

"Talvez Uma História de Amor" chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de Junho.

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