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Estreias-Zappeando

Por que "It – A Coisa" faz tanto sucesso? Filme entrega (quase) tudo o que precisava

Publicado 11 Set 2017 – 03:45 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 02:26 PM EDT
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Uma das estreias mais aguardadas do ano, “It – A Coisa”, baseado em uma das obras literárias mais conceituadas de Stephen King ganhou nova adaptação. Seguindo sucessos como a franquia “Invocação do Mal”, a Warner trouxe uma “nova” história que conquistou o público.

Com números notáveis na bilheteria – cerca de 180 milhões de dólares no primeiro final de semana ao redor do mundo – “It” reúne alguns elementos que explicam esse sucesso, mesmo com algumas falhas.

Crítica de "It - A Coisa"

Expectativa e nostalgia

O livro original é de 1986 e a primeira adaptação cinematográfica, de 1990. Na época, tanto o filme para televisão – que acabou ficando datado -, quanto a obra literária foram sucessos estrondosos. Assim, o novo longa já veio sob muita expectativa e pronto para ativar a nostalgia de quem se lembra da primeira versão.

Com uma produção, naturalmente, bastante superior à de 1990 e utilizando elementos que estão na moda hoje em dia, como as infinitas referências à década de 1980, “It” consegue entregar uma história que satisfaz o público antigo e o novo de uma vez só.

Drama, comédia ou terror?

Por outro lado, quem está esperando uma grande obra de terror pode ficar um pouco decepcionado. Apesar da figura clássica do palhaço do mal, a história se baseia muito mais no drama das crianças e nas tiradas (muito boas!) do que no susto propriamente dito.

Nesse ponto, o filme é até meio previsível: a trilha sonora é um pouco clichê e já indica, logo de cara, que o espectador verá um momento de tensão na sequência. A figura do palhaço também é utilizada à exaustão – em certo ponto do filme é fácil acabar se acostumando com a criatura gritando e mostrando os dentes.

Assim, o elenco infantil tem espaço para brilhar e emocionar o público.

As crianças

Cada uma das crianças do Clube dos Perdedores, grupo que se une contra Pennywise, enfrenta seus próprios demônios pessoais. Assuntos delicados como bullying, famílias abusivas, preconceitos, entre outros, são tão assustadores quanto o próprio palhaço e o diretor, Andy Muschietti, ganha ao não “poupar” os protagonistas desses terrores, apesar de serem crianças.

O destaque no elenco vai para Finn Wolfhard, o Will de “Stranger Things” – e quem gosta da série da Netflix vai encontrar algumas semelhanças no filme.

Visual

Com o visual anos 80 que está em alta, o filme tem caracterização sombria na medida. Além disso, transmite bem o clima de terror que a história quer passar graças às cenas claustrofóbicas e às localizações macabras.

Pennywise

É difícil dizer se o novo Pennywise superou o vilão interpretado brilhantemente por Tim Curry em 1990, mas Bill Skarsgaard se sai muito bem no papel. No novo filme, as origens do palhaço não são muito explicadas, mas também não fica a sensação de falta de informações.

Pennywise é o típico palhaço dos pesadelos de qualquer criança, porém falha na “criatividade” das aparições: os mecanismos de sustos se repetem com alguma frequência. Aliás, o recurso parece ser uma marca do diretor, que o usou também em “Mama”, outro thriller de sucesso comandado por Muschietti.

Próximo capítulo?

Nesta adaptação, a cronologia da história de Stephen King mudou um pouco, o que traz aspectos negativos e positivos. No livro, a trama vai alternando o passado e presente das crianças da cidade de Darry, o que mostra como os acontecimentos da infância afetaram a vida adulta dos membros do grupo.

O filme, por outro lado, fica centrado na história dos protagonistas somente durante a infância, apresentando como cada um teve contato com Pennywise – um recurso interessante para tentar aprofundar um pouco mais os personagens, já que a obra original é longa e supercomplexa.

Essa escolha de roteiro já aponta, claro, para um próximo capítulo do filme, que não deve demorar muito para chegar – e, com erros e acertos, nós já queremos encontrar Pennywise novamente.

Cinema 2017

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