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Como brigas na vida real mudaram o enredo de filmes com personagens da Marvel

Publicado 16 Jun 2017 – 11:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 05:14 PM EDT
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Se nos quadrinhos os heróis se unem para deter grandes ameaças, quem cuida dos direitos dos personagens na vida real já teve momentos de bastante desunião e briga. Principalmente em relação aos heróis da Marvel. Diferente da concorrente DC Comics, que foi comprada pelo conglomerado de mídia da Warner Bros nos anos 1980 e desde então todos os seu heróis pertencem à casa do Pernalonga, a Marvel foi cedendo os direitos cinematográficos de seus grupos de personagens para diferentes estúdios.

Tudo começou porque a casa do Homem Aranha e dos Vingadores estava muito mal das pernas no comecinho dos anos 1990. Mas muito mesmo. O mercado de quadrinhos não vendia quanto antes, filmes de heróis eram apenas um sonho na cabeça dos fãs e boa parte dos melhores artistas da casa haviam deixado a Marvel para fundar a editora Image Comics.

Marvel quase faliu

Com um cenário bem desfavorável, a Marvel precisou pedir falência para arrumar a casa. Uma das formas de fazer isso era vender os direitos cinematográficos dos personagens e é por isso que o Woverine não aparece nos filmes dos Vingadores, embora já tenha feito parte da equipe nos quadrinhos.

Seguindo várias decisões equivocadas, os executivos da Marvel acabaram vendendo direitos cinematográficos de personagens rentáveis em acordos nada vantajosos para a editora, que rendiam muita dor de cabeça e pouca grana. Vamos relembrar aqui alguns exemplos de como essas brigas jurídicas pelos direitos autorais poderiam ter mudado os rumos de alguns filmes dos nossos heróis favoritos.

Briga por direitos autorais mudaria filmes da Marvel

Homem Aranha de James Cameron

Por volta de 1992, os direitos do Homem Aranha foram parar com o estúdio Carolco Pictures. Embora não exista mais, eles foram responsáveis pelo sucesso “Exterminador do Futuro 2” e tinham James Cameron como nome principal. Por anos, o diretor de “Titanic” e “Avatar” trabalhou num roteiro que teria Leonardo DiCaprio como Peter Parker numa visão mais adulta e sombria do personagem. De acordo com o Gizmodo, nesse filme teria até uma cena de sexo entre Peter e Mary Jane no alto da ponte do Brooklyn e foi em seu roteiro que os lançadores de teia orgânicos surgiram pela primeira vez.

Tudo acabou sendo engavetado por conta de uma disputa judicial na qual o estúdio Carolco perdeu os direitos Em 1996, Avi Arad era CEO da Marvel Films e fez parte da criação da Marvel Studios. Isso acontecia durante o processo de revitalização da empresa, que ainda não tinha se recuperado do pedido de falência de uns anos atrás. Ele foi um dos grandes responsáveis por negociar os direitos de cinema do amigão da vizinhança com a Sony, que detém os direitos até hoje e firmou uma parceria bem lucrativa com a Disney para ambas usarem os personagens – por isso ele aparece em “Guerra Civil”.

Troca entre Galactus e Demolidor

O vilão (ainda) obscuro de todo o núcleo espacial da Marvel, e que está por trás de vários eventos que interligam todo o Universo Cinematográfico da Casa das Ideias, como é conhecida a editora, é o Thanos. Ele teve mais presença em “Guardiões da Galáxia” e está em busca das joias do infinito que rondam os filmes. Mas por pouco esse grande vilão não acabou sendo outro ser mais forte e poderoso do que o pai da Gamora e da Nebula.

Em 2012, a Marvel Studios tentou fazer um pedido acordo formal com a Fox para ter os direitos de usar o devorador de mundos Galactus. Originalmente nos quadrinhos, esse ser espacial que, literalmente, se alimenta de planetas inteiros, surgiu nas páginas da revista do Quarteto Fantástico. Desde os anos 1990, a Fox é quem detém os direitos da superfamília, tendo conseguido junto com os X-Men.

A proposta da Marvel era muito simples: a Fox teria os direitos do Demolidor estendidos e em troca cederiam tanto o Galactus quanto o Surfista Prateado para serem usados pela Disney (que é dona de toda a Marvel Studios). Alegando que tinham planos maiores para os dois personagens, não aceitaram o acordo e dessa forma não vimos o Devorador de Mundos aparecer em nenhum filme do Universo Cinematográfico da Marvel.

Demolidor de volta para casa

Em compensação, o Demolidor foi devolvido para a casa dos Vingadores. Existem algumas cláusulas nos contratos que obrigam os estúdios a usarem os personagens por períodos específicos de tempo, senão perdem a chance de fazer um filme. É por isso que a Fox sempre lança um novo X-Men e também é por isso que perderam o Demolidor.

Depois daquela desastrosa produção de 2003, com Ben Affleck, seguida do filme da Elektra, com a Jennifer Garner, nunca mais o universo do herói foi utilizado pelo estúdio. Se perdermos a chance de ver o Surfista Prateado interagir com o Senhor da Estrelas, ganhamos a série do Demolidor na Netflix.

Vingadores Vs X-Men – briga de irmãos

Outra briga recente de direitos autorais chamou muita atenção dos fãs e mostrou até onde pode ir a mesquinharia entre os estúdios. Marvel e Fox trocaram farpas publicamente por conta da briga de dois heróis bem secundários (mas que a gente adorou nos cinemas, é verdade) – Mercúrio e Feiticeira Escarlate, ou Pietro/Peter e Wanda.

Explica-se: nos quadrinhos, os irmãos são mutantes filhos do Magneto, grande vilão desse universo. Mas eles também fizeram parte de várias formações dos Vingadores, e como, no papel, está tudo em casa, passeiam pelas equipes.

Mas na época em que “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” e “Vingadores: A Era de Ultron” estavam em produção, os dois filmes queriam usar os personagens. Para evitar uma briga judicial que teria custado muito tempo e dinheiro para todos os envolvidos, chegaram à conclusão de que os personagens estão num “limbo editorial”, então podem ser usados nos dois filmes.

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