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"Mulher-Maravilha" é o MELHOR filme da nova fase da DC (mesmo com falhas)

Publicado 31 Mai 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 08:29 AM EDT
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Depois da qualidade questionável de “Batman Vs. Superman” e “Esquadrão Suicida”, o filme solo da Mulher-Maravilha chega aos cinemas no dia 1º de junho para provar que o Universo Estendido DC pode ser cheio de histórias épicas. Com bons personagens e uma heroína ponta firme interpretada pela talentosa Gal Gadot, “Mulher-Maravilha” é um filme de ação de encher os olhos e que vai te deixar com vontade de acompanhar os acontecimentos que virão na sequência em “Liga da Justiça”.

No longa, a princesa Diana de Themyscira deixa a ilha das Amazonas, onde vivia com outras guerreiras, para salvar o mundo da destruição causada pela guerra. Determinada a encontrar e matar Ares, o Deus da Guerra, Diana se transforma em Mulher-Maravilha e embarca na missão acompanhada pelo espião Steve Trevor.

Com boas cenas de ação e mais pontos fortes do que falhas, a Warner e a DC parecem ter considerado os erros dos filmes recentes do Universo Estendido e, dessa vez, acertaram a mão com o filme. Listamos os 5 principais pontos de “Mulher-Maravilha”.

Crítica de "Mulher-Maravilha": destaques do filme

Protagonista forte

Um dos pontos definitivos – talvez o principal – para o sucesso ou fracasso de um filme é a personalidade do protagonista. E com a Mulher Maravilha, as expectativas para essa questão eram ainda mais altas. Sendo uma das poucas personagens femininas amplamente conhecidas pelo público em um segmento historicamente ocupado por homens, era fundamental que ela entrasse com peso: e funcionou.

A Warner deu conta de driblar um problema comum na construção de personagens femininas fortes: Diana não é um homem em um corpo de mulher e não precisa de características masculinas para isso. Habilidosa intelectual e fisicamente, a heroína tem personalidade cheia de camadas – dilemas, preocupações, inseguranças, sentimentos e frustrações fazem parte da força dela.

História de origem

O início de qualquer jornada do herói é importante para torná-la convincente. Suas motivações, treinamento, relações e construção da personalidade conectam o espectador com a história do personagem. Em “Mulher-Maravilha”, a origem da heroína é um dos pontos fortes. Acompanhamos o crescimento de Diana e conhecemos melhor a ilha das Amazonas para entender como funciona a sociedade delas e quem são as pessoas importantes.

Nesse ponto, um dos destaques é a atriz Robin Writght (a Claire Underwood, de “House of Cards”) que interpreta a General Antíope, mentora de Diana. No treinamento, ela e as outras amazonas mostram que, apesar de justo e benevolente, o mundo delas também é duro e exige muito de seus membros – as lutas entre elas são violentas!

Cenas de lutas

Não é fácil encontrar um filme de ação em que uma mulher tenha participação forte nos momentos de clímax, mas “Mulher-Maravilha” mostrou que personagens femininos podem, sim, quebrar tudo. As cenas de luta da heroína são vibrantes e de perder o fôlego. Bem coreografada, a pancadaria flui bem e, dotada de superforça e muita habilidade com suas armas, Diana sustenta muito bem os combates.

Personagens

Os personagens secundários constroem e amarram a história da heroína. Sua relação com o par romântico, o espião Steve Trevor (Chris Pine), vai na contramão das histórias de amor no cinema - nenhum dos dois é dependente do outro. Nem Diana, nem Steve precisam salvar ou atender a chamados de socorro um do outro, ninguém faz papel de mocinha indefesa e é a troca de experiências entre eles que dá o tom dessa parceria.

A heroína, claro, joga para longe a ideia de precisar ser defendida por um homem, tampouco submeter suas ações e decisões a ele. Ao contrário, o longa mostra como relações simétricas são muito mais complexas e interessantes.

O grupo que segue Diana e Steve na jornada também é assertivo. Cada um deles tem uma pequena história que revela problemas sociais da época (e atuais) que ajudam a construir a personalidade da heroína e inseri-la no mundo “real”, longe da ilha das Amazonas. Assim, drama e humor se misturam em uma medida bem equilibrada.

Vilões

Se, por um lado, todos os personagens têm seu propósito e construção na história, é do lado dos vilões que o filme perde um pouco do brilho. O deus da Guerra, Ares, é o grande inimigo de Diana – é ele que a faz sair de sua terra-natal. No entanto, o vilão em si tem uma construção um pouco mal amarrada.

Fica difícil para quem está assistindo acompanhar exatamente o que ele é, qual é sua influência, importância, onde ele está, como age, de onde saiu e para onde vai. Além disso, ele parece não ter muita relação com a “moral” da história de Diana. Nesse ponto, o longa parece ter priorizado o show da ação à coerência da história – pode até não fazer muito sentido, mas a batalha é épica.

Com esperança, “Mulher-Maravilha” pode marcar uma nova fase para personagens femininas no cinema. A heroína deixou mais do que provado que é possível transformar a mulher em protagonista em qualquer tipo de filme e que é possível quebrar estereótipos de forma natural e que bons personagens não têm nada a ver com gênero.

Universo Estendido DC

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