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Segundo neurocientista, essa é a melhor atitude que você pode tomar para ser feliz

Publicado 28 Fev 2018 – 02:54 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 03:21 PM EDT
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Aquele ditado que as avós tanto repetiam, “diga-me com quem andas e te direis quem és” ganhou reconhecimento na neurociência. De acordo com o trabalho de mais de duas décadas de Moran Cerf, neurocientista da Universidade de Northwestern, as pessoas que estão a nosso redor são fundamentais para definir o padrão de funcionamento de nosso cérebro - e, claro, consequentemente a nossa capacidade de ser feliz.

Companhias mudam padrão neural

De uma forma geral, é possível dizer que o cérebro funciona com estímulos elétricos e cada indivíduo tem seu próprio padrão de ondas neurais. O que Cerf afirma, agora, é que tais ondas cerebrais mudam de padrão ao longo da vida. E mais: que quando as pessoas passam tempo juntas, há uma tendência natural para que os cérebros alinhem tais padrões.

"Ao compartilhar (a companhia e experiências) com alguém, são produzidos alinhamentos entre os dois cérebros", disse o neurocientista em entrevista à rede britânica BBC.

"Duas pessoas que assistem aos mesmos filmes, leem os mesmos livros, que compartilham as mesmas experiências e que, além disso, conversam entre si, começam, após duas semanas, a mostrar padrões comuns em linguagem, emoções e até pontos de vista", reforçou.

Dois fatores determinam funcionamento do cérebro

O neurocientista trabalha com duas premissas para definir a relação entre o funcionamento do cérebro e nossas decisões cotidianas.

Primeiro, ele afirma que esse processo de tomar decisões é cansativo. Uma vez que nós, seres humanos, temos uma quantidade limitada de energia mental, ter que fazer pequenas decisões simples, como o que comer, que roupa usar, que música ouvir, entre outras, desgasta nosso cérebro.

A segunda, entende, é a nossa falsa crença de que estamos no controle total de nossa felicidade ao fazermos tais escolhas - o cientista afirma que muito pouco sabemos a respeito da forma como a felicidade ocorre.

Juntando esses dois fatores, Cerf conclui que para diminuir o estresse e aumentar a sensação de felicidade, o melhor caminho é exigir menos decisões neurais e se cercar de pessoas cujas características te agrada: naturalmente, seu cérebro vai absorver padrões de decisão similares.

Como reprogramar o cérebro

A conclusão que Moran Cerf tira de seus mais de 20 anos de pesquisa é que escolher as pessoas certas para estarem a nosso redor é a melhor forma de tornar nosso cérebro mais capaz de tomar melhores decisões e nos tornar pessoas mais felizes.

Ele explica que quando duas ou mais pessoas assistem aos mesmos filmes, leem os mesmo livros ou compartilham as mesmas experiências, além de conversarem entre si, passam a apresentar padrões similares de linguagem, emoções e até pensamentos após 2 semanas. E podemos aproveitar disso para reprogramar o nosso cérebro.

O neurocientista explica que algumas pessoas têm maior habilidade em transformar experiências ruins e experiências boas, pois seu cérebro é mais capaz de “reinventar” ou “reinterpretar” os eventos vividos. Este padrão de funcionamento neural pode, portanto, produzir uma visão mais particular do mundo de acordo com aquilo que faz o sujeito mais feliz.

"As pessoas mais próximas a você têm um impacto na maneira como você se relaciona com a realidade maior do que se pode perceber ou explicar. E uma das consequências disso é se tornar parecido com essas pessoas", disse o neurocientista à BBC. "Se você passa tempo com essas pessoas, vai começar, progressivamente, a se sentir mais feliz. Vai acabar vendo o mundo de uma maneira mais parecida", completa.

Entenda como funciona seu cérebro

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