null: nullpx
ciência-Mulher

11 descobertas e avanços científicos de 2017 que podem mudar nosso futuro

Publicado 27 Dez 2017 – 04:00 AM EST | Atualizado 15 Mar 2018 – 10:11 AM EDT
Compartilhar

Os 12 meses de 2017 foram dos mais agitados em relação à produção científica. Novos remédios foram criados (como o antibiótico 25 mil vezes mais poderoso que os atuais) e tratamentos revolucionários colocam no horizonte possibilidades de cura de diversas doenças, como o câncer e a Aids - e até soluções para problemas graves estão sendo desenvolvidas graças à edição de DNA.

Mas foi olhando para o céu que as principais descobertas do ano foram feitas. Graças ao último esforço da sonda Cassini, soubemos que Enceladus, uma das luas de Saturno, é o local mais propício ao desenvolvimento de vida no Sistema Solar. Fora daqui, encontramos outro sistema estelar cuja configuração é muito parecida com a nossa - e, mais uma vez, a chance de aparecerem formas de vida aumenta. 

Nada, contudo, supera a detecção das ondas gravitacionais geradas pelo choque de duas estrelas de nêutron, medidas em outubro. A medição demonstra mais uma vez que a Teoria da Relatividade, elaborada por Albert Einstein, está correta - e foi eleita pela publicação científica Science como a mais importante de 2017.

Descobertas da ciência em 2017

Além da detecção das ondas gravitacionais, a mais importante do ano, listamos mais 10 descobertas fundamentais da ciência em 2017. 

Superantibiótico 25 mil vezes mais forte

Ao longo dos últimos anos, a OMS tem divulgado relatórios e pareceres sobre o risco do consumo exagerado de antibióticos e o consequente desenvolvimento de superbactérias - em 2017, inclusive, chegou-se a falar que estamos perto do fim da era dos antibióticos.

Porém, uma nova tecnologia deu um salto em relação ao poderio dos antibióticos. Cientistas do Scripps Research Institute, dos EUA, anunciaram a criação do superantibiótico vancomicina 3.0 (evolução dos vancomicina 1.0 e 2.0, que são usados contra infecções desde 1958), cujo poder de destruição pode ser 25 mil vezes maior que sua antiga fórmula.

Planta brasileira pode ser cura da Aids

A descoberta foi publicada em uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo. A Nature divulgou o trabalho produzido pelos cientistas da Universidade de São Paulo, do campus de São Carlos, que identificou que a proteína Pulchellina, produzida pela planta Abrus pulchellus tenuiflorus (presente na flora brasileira), quando aplicada junto aos anticorpos naturais pode matar 90% das células do vírus HIV em até dez minutos.

"Drova viva" pode vencer câncer agressivo

A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) encaminhou a aprovação da "droga viva" em 2017. Trata-se de uma  arma poderosíssima no combate ao câncer.

O processo é o seguinte: uma substância sintética produzida a partir de uma célula removida do corpo do paciente é aplica no organismo que sofre com o câncer. Esta substância é programada para agir diretamente sobre o tumor: para cada célula aplicada, 100 mil células de câncer são destruídas.

Edição de DNA em embriões

Pela primeira vez, cientistas geneticistas modificaram com sucesso o DNA de embriões humanos - e isso pode mudar os rumos da humanidade para sempre.

Na técnica de edição genética chamada de Crispr, a equipe acessa o código genético do embrião e altera os genes que carregam informações que podem se transformar em doenças na vida adulta.

Ou seja, praticamente arranca da genética as doenças hereditárias, mas desperta muitos receios éticos: o procedimento pode ser o nascimento de uma raça de super humanos.

Células de humanos e porcos juntos

As experiências genéticas de 2017 chegaram a resultados inusitados, mas que podem ser muito úteis à humanidade. Um grupo de cientistas norte-americanas misturou células-tronco humanas em embriões de porcos para produzir órgãos com o objetivo de servirem como repositores para pessoas com doenças que necessitem de transplante. O método entre ratos e camundongos já foi aplicado e deu certo.

Bebês nascem após transplante de útero

O transplante de útero se tornou, de uma vez por todas, uma realidade para mulheres que não podem ter filhos. Nos Estados Unidos, foi registrado o nascimento de uma criança saudável 1 ano e 3 meses após a mãe realizar com sucesso o transplante do útero e do colo de útero.

E no Brasil o método também já é bem sucedido. Em dezembro, no Hospital das Clínicas de São Paulo, uma mulher teve seu primeiro filho após receber o órgão como doação de uma mulher que havia acabado de falecer - este procedimento foi o primeiro em todo o mundo.

Fóssil prova 300 mil anos de homo sapiens descoberto

O nascimento da espécie homo sapiens (a qual nós pertencemos) é 100 mil anos mais antiga do que imaginávamos. Um fóssil humano descoberto no Marrocos, norte da África, prova que a nossa espécie existe há pelo menos 300 mil anos.

Até então, a evidência mais antiga que já havíamos encontrado data de 195 mil anos atrás, em escavações na Etiópia, leste africano. Isso significa também que o homo sapiens pode ter surgido em pontos distintos do planeta e muda tudo o que sabemos sobre o surgimento de nossa espécie.

Objeto interestelar faz primeira visita

Quando observavam o nosso Sistema Solar, astrônomos encontraram um corpo estranho vagando por aqui - e passou muito perto do Sol e, principalmente, da Terra.

Até então, todos os objetos já encontrados e estudados pelos cientistas em nosso Sistema Solar eram daqui mesmo.

Então, surgiu o Oumuamua: primeiro se supôs que eles veio do sistema estelar de Vega, mas os estudiosos concluíram que ele vaga pelo universo há milhões de anos, é composto exclusivamente de rochas e metais e pode nos dizer muito sobre o espaço sideral.

Trappist-1: 7 planetas muito parecidos com a Terra

Encontrar onde, quando e como uma eventual vida extraterrestre se desenvolve é um dos grandes desafios da astronomia moderna. E o maior passo nesse sentido foi dado em 2017.

A descoberta do sistema estelar baseado na estrela Trappist-1 é o sinal mais forte até então de um lugar com condições para surgir vida da forma como a conhecemos. Ao redor dela, orbitam 7 planetas, pelo menos 3 deles rochosos, com características muito semelhantes às da Terra.

Enceladus: vida na lua de Saturno?

“É o mais perto que já estivemos até hoje de identificar um ambiente com condições necessárias para vida”. Assim o diretor associado da Nasa, Thomas Zurbuchen, definiu a descoberta das condições que o satélite Enceladus, de Saturno, apresenta.

A lua de Saturno tem uma camada de 40 km de gelo e atividade vulcânica, além de quantidade abundante de hidrogênio. Isso tudo significa que a Enceladus tem características muito parecidas às da Terra quando a vida começou aqui em nosso planeta. O trabalho representou também a última grande contribuição da sonda Cassini, após 20 anos no espaço.

Ondas gravitacionais: a mais importante descoberta de 2017

Quando apresentou a Teoria da Relatividade ao mundo, em 1915, Albert Einstein achou que seria improvável que algum dia pudéssemos medir o conceito de ondas gravitacionais. Exatos 100 anos depois, a ciência conseguiu pela primeira vez registrar um evento desses - o fato rendeu até um Prêmio Nobel a seus cientistas.

Este ano, contudo, foram três vezes que pudemos captar e medir uma onda gravitacional que tenha cruzado a Terra. A primeira vez, registrada em janeiro, e a segunda vez, registrada em setembro, são resultantes do mesmo processo: o choque de dois buracos negros por sensores cada vez mais poderosos.

Foi em outubro, no entanto, que se deu a mais surpreendente descoberta do ano. Os sensores puderam captar a passagem de uma onda gravitacional nascida na fusão de duas estrelas de nêutron.

Não havia certeza até então se tal fenômeno era sequer possível e o trabalho dos cientistas chegou a duas conclusões: ouro e outros metais pesados nascem neste tipo de evento e que a Teoria da Relatividade está mais perto de responder as questões mais misteriosas do universo.

Ciência revolucionária

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse