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Novo remédio em forma de pílula digital avisa se foi tomado ou não: como funciona?

Publicado 22 Nov 2017 – 04:00 AM EST | Atualizado 15 Mar 2018 – 11:32 AM EDT
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Os Estados Unidos aprovaram pela primeira vez uma pílula digital que pode ser rastreada por familiares ou médicos do paciente assim que ele tomar o medicamento.

A tecnologia é digna de série de ficção científica: assim que a pessoa toma o remédio, que contém um sensor inteligente, um dispositivo móvel colado na pele do paciente recebe a informação e, pronto, transmite para os smartphones de quem está cadastrado. 

Pílula digital aprovada pelos EUA

A pílula aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano de atuação semelhante à Anvisa brasileira, é a Abilify MyCite, um antipsicótico já usado para o tratamento de distúrbios mentais, como esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar.

Ela pode ser uma ferramenta poderosa no controle e tratamento dos pacientes, já que a ingestão do medicamento poderá ser controlada por cuidadores, profissionais de saúde e parentes à distância. 

“Ser capaz de rastrear a ingestão de medicamentos prescritos para doenças mentais pode ser útil para alguns pacientes”, explicou o diretor da Divisão de Produtos de Psiquiatria no Centro de Avaliação e Pesquisa de Drogas da FDA, Mitchell Mathis. 

Em um primeiro momento, a pílula digital será usada apenas por um pequeno grupo de pacientes e profissionais de saúde.

Tecnologia usada para outros tratamentos

Apesar de essa ser a primeira medicação aprovada pelo FDA, a tecnologia de sensor nas pílulas já está sendo testada por outras empresas, em pacientes com problemas cardíacos, diabetes, HIV, entre outros, segundo matéria do jornal norte-americano New York Times

Como funciona

Basicamente, o Abilify MyCite, feito pela indústria farmacêutica Otsuka em parceria com a empresa Proteus Digital Health, que criou o sensor, é formado por três componentes: a pílula, o sensor inteligente, que tem o tamanho de um grão de areia e é comestível, e um adesivo que é colado na pele do paciente.

O sensor (ilustração abaixo) é ativado quando entra em contato com o líquido do estômago do indivíduo.

A informação, então, é direcionada ao adesivo que, por sua vez, envia os dados para um sistema de acesso, que pode ser feito por até cinco pessoas cadastradas previamente autorizadas pelo paciente.

O sistema é tão revolucionário que informa a data e a hora da ingestão da pílula e também alguns dados de atividade fisiológica, úteis para avaliação de um melhor tratamento. 

De acordo com a produtora do Abilify, a ingestão é reconhecida em até 30 minutos depois que a pílula é tomada, mas, em alguns casos, o envio dos dados pode demorar até duas horas.

Privacidade do paciente

Apesar das vantagens da pílula digital, a imprensa dos Estados Unidos questiona alguns pontos relacionados à eficácia do sistema.

Em matéria do New York Times, por exemplo, especialistas ressaltam que o monitoramento da ingestão do medicamento por pacientes com distúrbios mentais pode interferir negativamente no tratamento, aumentando a sensação de ‘perseguição’. 

A privacidade e a segurança dos dados recolhidos também são questionadas pelos especialistas ouvidos pelo jornal.

O próprio FDA também pondera que não foram feitos testes que comprovem maior aderência ao tratamento por conta do sistema de pílula digital. 

Avanços na Medicina

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