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Cães fazem "carinhas" para se comunicar com humanos: o que eles estão dizendo?

Publicado 20 Out 2017 – 04:40 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 01:35 PM EDT
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Sim, seu cachorro se comunica com você. E não só por meio de latidos, mas, principalmente, usando expressões faciais e corporais - abanar o rabo e fazer olhar de “coitado” são ações cuja intenção é interagir conosco. É a primeira vez que a ciência reconhece a comunicação canina com humanos, resultado da pesquisa produzida pela Universidade de Portsmouth, no Reino Unido.

“O estudo atual é evidência de que os cães são sensíveis ao estado atencional do ser humano ao produzir expressões faciais, sugerindo que as expressões faciais não são apenas exibições inflexíveis e involuntárias de estados emocionais, mas, sim, tentativas potencialmente ativas de se comunicar com os outros”, afirma o artigo publicado na revista científica Nature Scientific Reports.

Como é a “mímica” canina?

O trabalho conseguiu identificar pela primeira vez com precisão que os cães se movem como resposta direta à atenção humana. Ou seja, quando nos olham de um jeito ou de outro, ou movem o rabo, ou ainda colocam as orelhas para baixo, fazem isso com a intenção de gerar reação nas pessoas, e não apenas como uma expressão de algum tipo de sentimento.

Uma característica citada na pesquisa é ato do cão de fazer “carinha de coitado”: franzir a testa e levantar os olhos, fazendo com que pareçam maiores. O estudo justifica que eles fazem tal movimento para gerar mais empatia em seus donos, uma vez que, em humanos, essa expressão denota tristeza e é comum a crianças pequenas. E dá certo: constatou-se que essa expressão é particularmente sensível para que os humanos deem atenção ao animal.

"As descobertas parecem apoiar evidências de que os cães são sensíveis à atenção dos seres humanos e que as expressões são tentativas potencialmente ativas de se comunicar, e não exibições emocionais simples", disse Juliane Kaminski, líder do projeto, em comunicado da Universidade.

Como foram detectadas as expressões?

Foram estudados 24 cachorros de diferentes raças, de idades entre um e 12 anos e todos eram animais de estimação. Uma tecnologia chamada DogFACS registrou a imagem de seus rostos e as codificou e padronizou de acordo com seus movimentos musculares.

As imagens dos cães mostraram que eles não promoviam nenhum tipo de alteração na fisionomia quando ficavam sem alimentos ou quando eram introduzidos alimentos saborosos para eles. No entanto, assim que eram colocados em interação com humanos, apresentavam padrões de expressões faciais e corporais.

“Em nosso estudo eles produziram muito mais expressões quando alguém estava assistindo, mas quando viam as comidas gostosas, não faziam o mesmo efeito”, analisou Dra. Kaminski.

Evolução dos cães envolve humanos

Os cães domésticos vivem ao lado de nossa espécie há aproximadamente 30 mil anos. E, claro, durante todo esse tempo se adaptaram e evoluíram sua habilidade para se comunicar conosco.

Os autores relatam que estudos anteriores já demonstravam que cachorros dão atenção especial ao comportamento humano. Um deles mostrou que os cães roubam alimentos com mais frequência quando humanos estão de costas ou de olhos fechados. Outro estudo indicou que o cachorro entende que quando firmamos contato visual com ele e então deslocamos o olhar; ele tende a seguir nossos olhos.

Relações caninas

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