Brasileiros participam de grande descoberta sobre planeta anão do Sistema Solar
Pesquisadores brasileiros do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba, participaram de uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Astrofísica de Andaluzia, na Espanha e ajudaram a desvendar informações sobre um novo componente na família do sistema solar: o planeta anão Haumea.
Na verdade, a existência do Haumea em si já era conhecida na Terra. O que foi descoberto e publicado na revista especializada Nature é que ele tem um tamanho bem maior do que o imaginado inicialmente, que sua forma é ovalada como uma bola de futebol americano e que é rodeado por um anel.
Planeta anão Haumea: descobertas
O planeta habita uma área bem isolada do Sistema Solar, o cinturão Kuiper. Trata-se de uma região depois de Netuno cheia de cometas e planetas anões, como Plutão. Por isso Haumea está sendo considerado da família do ex-planeta mais famoso do nosso sistema.
Tamanho do planeta e de seu anel
O diâmetro do planeta é de 2.322 quilômetros. Seu anel o circunda por 4.600 quilômetros e tem 70 quilômetros de largura e está alinhado bem no centro de Haumea - ou seja, em sua linha do equador.
Dia muito rápido e rotação elevada
Um dia inteiro no planeta, ou seja, o tempo que ele leva para dar uma volta em torno de si mesmo, é de 3,9 horas apenas.
Isso significa que ele gira muito rápido, algo que pode estar relacionado tanto à sua formação quanto ao local que habita. De acordo com reportagem do especialista Salvador Nogueira, essa rotação elevada foi originada possivelmente nas colisões que deram origem à família de planetas anões do cinturão Kuiper.
Como as descobertas foram feitas
O próprio super-telescópio Hubble não conseguia imagens muito potentes do planeta. Então, 10 laboratórios (um desses nos quais os astrônomos brasileiros estavam alocados) espalhados entre Eslováquia, Hungria, República Tcheca, Eslovênia, Alemanha e Itália posicionaram 12 telescópios para verem Haumea realizar um tipo específico de movimento.
Sempre que um planeta passa "em frente" a uma estrela, em relação à Terra, deixa na superfície a sua sombra. É por meio desse dado que se consegue analisar o tamanho e até a presença de uma atmosfera. Os 12 telescópios cruzaram seus dados e concentraram na equipe espanhola, que concluiu tudo no estudo publicado.
"Os próximos passos são continuar observando esse objeto, fazer modelos e simulações sobre esse anel, ver como esse anel pode ou
não evoluir, tentar entender do que ele é formado e qual a influência da rotação do Haumea, que é muito elevada, para a formação desse", comenta o professor Felipe Braga Ribas da UTFPR
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