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Cobras gigantes estão atacando o homem cada vez mais por causa de uma substância

Publicado 9 Out 2017 – 05:30 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 01:48 PM EDT
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As gigantescas cobras píton raramente atacam humanos adultos. Geralmente, suas vítimas mais comuns são roedores ou mamíferos de pequeno porte. Mas, nos últimos meses essa relação tem ficado mais perigosa: na Indonésia, dois casos de ataques deste tipo de cobra foram registrados - em um deles, a vítima foi um homem (encontrado dentro da cobra), e outro a vítima foi a cobra (morta após ferir gravemente um segurança).

Os dois acidentes, contudo, não são fatos isolados. Há um fator determinante para que homens e pítons estejam cada vez mais próximos e levando cada vez mais perigos uns para os outros: o óleo de palma.

Motivo para aumento de ataques: óleo de palma

O sudeste asiático é o habitat natural das cobras pítons gigantes - assim como as sucuris que habitam a Amazônia, elas chegam a medir 8 metros de comprimento.

As pítons vivem na floresta tropical da região, a terceira maior do mundo, atrás apenas da amazônica e da do Congo. E assim como as demais florestas, ela passa por um processo de desmatamento intenso, sobretudo para a produção extensiva de palma.

Mudança dos hábitos das cobras e proximidade com o homem

Isso cria dois problemas. O primeiro é o quanto afeta o equilíbrio do bioma, e como os animais precisam mudar seus hábitos para buscarem comida e segurança. 

O segundo é que, com o crescimento das plantações, o homem está cada vez mais perto desses ambientes, o que favorece com que seja percebido pelos animais como parte integrante dele - e, eventualmente, uma ameaça ou um alimento.

“As plantações de óleo de palma, que produzem uma abundância de frutas ricas em energia, tendem a atrair roedores e outros animais que se alimentam com seus frutos, e à medida que suas populações se acumulam, as populações de seus predadores - incluindo cobras - aumenta também. Assim, as pessoas que trabalham em plantações vão encontrar cobras com mais freqüência”, explica Doug Boucher, assessor científico sobre florestas tropicais da Union of Concerned Scientists, organização de cientistas dedicados à proteção ambiental.

Ou seja, homens e cobras acabam dividindo o mesmo espaço, disputando os mesmos recursos naturais. Assim, o conflito é consequência direta e pode ser letal para ambos.

“Não é que as cobras estejam perseguindo as pessoas e, geralmente, as pessoas também não estão perseguindo as cobras. Os encontros são acidentais. Mas, no entanto, podem ser mortais, tanto para cobras como para pessoas”, conclui Dr. Boucher, em entrevista ao VIX.

Que produtos têm óleo de palma?

O óleo de palma, origem e resultado final do desmatamento da floresta tropical indonésia, é um elemento presente em muitos produtos que usamos no dia a dia.

De acordo com um relatório da ONG internacional WWF, ele é o óleo vegetal mais consumido do planeta e está em metade de todos os produtos embalados vendidos no mercado - 75% na indústria dos alimentos, 20% na indústria cosmética.

Entre os produtos que envolvem óleo de palma em sua fabricação, estão xampus, chocolates, bolachas e até pipoca. E seu impacto ambiental é tremendo: segundo a ONG, “as plantações também foram conectadas à destruição de habitat de espécies ameaçadas de extinção, incluindo orangotangos, tigres, elefantes e rinocerontes”.

Estima-se que até 2022, se o desmatamento seguir no ritmo atual, 98% da floresta tropical da Indonésia será aniquilada.

Como agem as cobras píton?

O ser humano não é presa da cobra píton em condições normais, geralmente ela se alimenta de animais de médio porte. Ela age de forma muito semelhante à sucuri: como não tem veneno em seus dentes, ela ataca com violência a presa e depois a esmaga com a força de seu corpo. Uma vez que a vítima não tem mais reação, a cobra engole e seu suco gástrico age para processar o alimento.

Entre as cobras

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