Basta 60 segundos e qualquer ferida cicatriza. É o que promete a cola elástica anunciada pela equipe de cientistas de quatro universidades: de Sydney, de Harvard e Northwestern. Basta aplicá-la sobre a lesão e ela automaticamente fecha o corte e inicia o processo de recuperação do tecido.
A tecnologia, explicam seus desenvolvedores, pode ser aplicada inclusive sobre órgãos contráteis, caso do coração e do pulmão, ou em artérias e veias: suas propriedades são capazes de expandir e contrair, exatamente igual ao movimento deles.
E o mais curioso: toda essa tecnologia age assim que é aplicada luz ultravioleta sobre ela.
MeTro: o que faz a “cola mágica”?
A “cola mágica” que fecha qualquer ferida foi batizada pelos cientistas de MeTro. Trata-se de uma abreviação de “methacrylated tropolastin”, o nome científico da proteína elástica natural que serve de base para o produto.
Quando o MeTro é aplicado sobre a ferida, essa substância rapidamente se adapta ao tecido lesionado. Mas precisa de um elemento para agir com eficácia: luz UV. Ao atingir o local com um feixe de luz, uma enzima liberada por essa proteína leva 60 segundos para ser incorporada.
Após fechar o corte em cerca de um minuto, a substância segue no tecido até que haja recuperação total, mesmo que leve horas ou meses.
“Nós estabilizamos o gel com um curto tratamento de reticulação mediada pela luz. Isso permite que a cola seja colocada com muita precisão, se encaixe e bloqueie a superfície do tecido”, explica Nasim Annabi, Universidade Northwestern
Uso do MeTro em feridas
A alta elasticidade do MeTro faz dele a cola ideal para selar feridas em áreas difíceis de alcançar e que tradicionalmente precisam de grampos ou suturas para cicatrizarem. Foram realizados testes nesse sentido em artérias e pulmões de ratos e porcos – todos eles bem sucedidos.
“Quando você vê MeTro, você pode vê-lo como um líquido que preenche os espaços e se ajusta à forma da ferida. O gel responde bem biologicamente e interage bem com o tecido humano para promover a cura”, afirma Anthony Weiss, da Universidade de Sydney.
O cientista afirma que o MeTro resiste bem mesmo em condições adversas e depois se decompõe sem deixar qualquer sinal de toxicidade. “Agora estamos prontos para transferir nossa pesquisa para testes em pessoas. Espero que MeTro seja usado em breve clinicamente, salvando vidas humanas”, conclui.
Fechando feridas
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