Há 2 bons motivos para que você pense bem antes de reutilizar a garrafinha de plástico
Embora não haja riscos graves, tomar água em garrafas de plástico usadas não é a melhor escolha. A relação entre o recipiente e alguma doença não é direta, mas o material tem dois aspectos que comprometem seu uso: é ambiente propício para proliferação de bactérias e, em circunstâncias particulares, libera substâncias nocivas para a saúde.
Proliferação de bactérias na garrafinha
O principal estudo sobre a proliferação de bactérias em garrafas de plástico foi realizada pela Universidade de Calgary, do Canadá.
Neste trabalho, os pesquisadores avaliaram 75 amostras de água em garrafas de plástico de alunos de ensino básico durante meses, sem que fosse permitido lavar os recipientes.
De acordo com os critérios definidos pelo estudo canadense, foram registrados sistematicamente índices acima do adequado. Das 75 garrafas avaliadas:
- 10 apresentaram números inadequados de bactérias do tipo coliforme;
- 7 apresentaram números altos de coliforme fecal, comum no intestino de animais e pessoas;
- 48 apresentaram micro-organismos de diversos tipo.
A conclusão não poderia ser outra: não se recomenda o uso de garrafas de plástico.
Substância Bisfenol A (BPA)
Riscos
Bisfenol A é uma substância orgânica sintética que está presente na constituição da maioria dos tipos de plástico. Não há consenso científico, mas há consistentes evidências de que é fator relativo ao desenvolvimento de câncer e de disfunções hormonais.
Em alguns países, como Canadá e Dinamarca, a substância é proibida. No Brasil, não é permitida a fabricação de mamadeiras com o BPA desde 2011, mas o composto químico segue presente nas garrafas plásticas de água.
Liberação da substância
De acordo com um estudo da Universidade de Cincinnati, “na população em geral, a exposição ao BPA ocorre principalmente pelo consumo de alimentos e bebidas contaminados com resinas ou plásticos”.
A pesquisa identificou ainda que quando o plástico é exposto a água fervente, a taxa de migração de BPA para a água (não a fervente, mas a que beberemos depois) aumenta até 55 vezes.
A liberação da substância está ligada, de fato, ao aquecimento do material, como acontece quando você esquece a garrafinha no carro ou esquenta uma comida em um recipiente de plástico com BPA
Testes de urina provaram sua presença no corpo
Em um estudo da Universidade de Harvard que comparou grupos de pessoas que consumiram água em garrafas sem o BPA e em garrafas com o BPA. O resultado mostrou que a concentração da substância na urina dos participantes aumentou 69%.
Não há um estudo similar no Brasil, mas também nos Estados Unidos, o Controle e Prevenção de Doenças concluiu que 90% dos norte-americanos têm BPA em sua produção urinária.
A água é mais importante que a garrafa
Especialistas em água, contudo, recordam que mais importante do que a vasilha em que bebemos água é a qualidade da água em si. “Os consumidores devem estar mais preocupados com a qualidade da água potável de dentro do recipiente do que sobre a composição do recipiente”, afirma Kellogg Schwab, professor e diretor do Centro de Estudos de Água e Saúde, nos Estados Unidos.
Mas ainda em relação aos recipientes, os especialistas afirmam que a garrafa de vidro é a melhor das escolhas, seguida pela garrafa de aço inoxidável. No texto, eles recomendam evitar o uso do plástico, sobretudo em condições de calor.
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