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Rã muito diferente descoberta: "focinho de porco" e mais aspectos são intrigantes

Publicado 26 Set 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Nas remotas montanhas dos gates ocidentais da Índia, uma equipe de biólogos descobriu uma nova espécie de rã, batizada de Nasikabatrachus bhupathi. Com um focinho de porco e olhos minúsculos, além da aparência o que também chamou atenção é o modo de vida do animal, que comprova traços evolutivos muito distintos.

"A nova espécie é morfológica e geneticamente distinta", apontam os responsáveis no estudo publicado. Com tomografias computadorizadas, análises dos ciclos biológicos e até distinção acústica dos sons emitidos pelos machos da espécie, a equipe conseguiu concluir que, de fato, se trata de uma espécie não descoberta de anfíbio.

Nova espécie de rã: como é? 

Todas as peculiaridades físicas da rã demonstram processos evolutivos que permitiram ao animal viver no subsolo das cordilheiras indiana. Sua pele púrpura brilhante, olhos pequenos, nariz que lembra o focinho de um porco e membros enrijecidos são propícios para a vida nas profundezas, que não passam de cinco metros abaixo da terra.

Esses anfíbios, conhecidos como rã púrpuras, não precisa aparecer na superfície nem para comer. Os olhos minúsculos são muito sensíveis à luz, e os membros endurecidos permitem cavar sob a terra. Assim, dá para caçar formigas numa boa, já esses insetos são o principal alimento e a ingestão é favorecida pelo focinho pontiagudo, que lembra o dos suínos.

Rã púrpura da Índia vem à superfície só para reproduzir

Passando a maior parte de sua vida no subsolo, o único motivo que a rã tem para vir à superfície é procriar. Como os filhotes de anfíbios precisam de água na fase inicial da vida, as rãs roxas esperam a época das monções para copularem e soltarem os ovos com girinos perto de córregos formados pelo volume de chuva.

Os 120 dias que os girinos passam na água correspondem ao maior período que os  N. bhupathi ficam na superfície. Outra peculiaridade da espécie é que, nessa fase, eles desenvolvem pequenos dentes e se fincam em rochas, se alimentando de algas e permanecendo presos  para não rolarem pela correnteza formada. 

Família está crescendo

A rãzinha faz parte de uma nova família de anfíbios, chamada de Nasikabatrachidae e que tem apenas mais uma representante, a rã púrpura da Índia ( N. sahyadrensis), descoberta em 2003.

Trata-se de "Um sapo tão distinto que exigiu uma designação como uma nova família, é uma das grandes descobertas de biodiversidade deste século", afirmou o Anphibia Web, site especializado em anfíbios e base de dados sobre os animais.

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