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Asteroide que extinguiu dinossauros ocultou o Sol e deixou a Terra no escuro por anos

Publicado 23 Ago 2017 – 11:50 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Durante dois anos, a Terra viveu um período ininterrupto de escuridão. Diversos animais e plantas morreram durante este período, entre eles os dinossauros.

O trágico acontecimento se deu após o choque de um enorme asteroide de 10 km de largura com a Terra, 66 milhões de anos atrás.

Terra passou por período de escuridão de 2 anos

A conclusão de que nosso planeta ficou mais de dois anos praticamente sem ver a luz do Sol é de um trabalho liderado pelo Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, com apoio da Nasa e da Universidade do Colorado.

O trabalho analisou a quantidade de cinzas que entraram na atmosfera após os incêndios florestais globais decorrentes da queda do asteroide na região que hoje é a península de Yucatán, no México.

O trabalho foi desenvolvido a partir de uma sistemática coleta de informações atmosféricas, que foram imputadas em um computador de mega potência capaz de reproduzir com diversas variáveis o que acontecera na Terra após a queda do meteoro.

O que aconteceu na Terra após queda do meteoro?

Notou-se que, assim que o gigante pedaço de rocha espacial cravou o solo terrestre, foi desencadeada uma série de fenômenos naturais destrutivos: terremotos, tsunamis e até erupções vulcânicas.

Um dos efeitos mais destrutivos, contudo, foi o lançamento de uma grande nuvem de rochas acima da superfície atmosférica. Dada a força da gravidade, essas rochas voltaram em direção ao núcleo do planeta, mas caíam como bolas de fogo, após sofrerem atritos nas diversas camadas gases que circundam a Terra.

Quando caíam, as esférulas (nome científico delas) provocavam incêndios em todas as partes.

Fuligem de rocha na atmosfera bloqueou o Sol

“Após a queda, o planeta teria sido tão escuro quanto uma noite iluminada pela lua", contou Owen “Brian” Toon, que também participou do estudo. As estimativas dão conta de que o impacto teria jogado na atmosfera cerca de 15.000 milhões de toneladas de fuligem de rocha.

A queda do asteroide marcou o fim do período cretáceo na Terra. De acordo com os cientistas que produziram a pesquisa, mais de 75% das espécies desapareceram - em um primeiro momento como ação efetiva do acidente espacial, mas também depois, devido às transformações pelas quais o planeta passou.

Os pesquisadores concluíram que grande parte da vegetação de superfície foi queimada nos incêndios e que a escuridão impactou sobretudo os fitoplânctons, plantas que são a base da cadeia alimentar dos oceanos - sem luz, não podiam fazer fotossíntese e morriam. Assim, a morte destes seres vivos impactou todo equilíbrio da vida marinha.

"A extinção de muitos dos grandes animais em terra pode ter sido causada pelo rescaldo [aumento de temperatura e incêndios] imediato do impacto, mas os animais que viviam nos oceanos debaixo d'água temporariamente podem ter sobrevivido a ele", disse em comunicado o cientista Charles Bardeen, que liderou o estudo.

Sem Sol, a temperatura na Terra caiu para aproximadamente 28 graus Celsius na superfície e 11 graus Celsius nos oceanos. Por outro lado, a temperatura na camada mais alta da estratosfera tornou-se mais quente conforma a nuvem de rochas absorvia a luz e o calor do Sol - tal processo destruiu parcialmente a camada de ozônio.

Meteoro da tensão

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