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2 espécies de sapo sofreram miniaturização e são incrivelmente pequenas: têm 1 cm

Publicado 11 Ago 2017 – 12:43 PM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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No alto da serra de Mata Atlântica do Paraná foram encontradas duas espécies de sapos que estão entre os menores animais vertebrados do planeta Terra. Os pequenos Brachycephalus coloratus e Brachycephalus curupira (nome científico destes anfíbios) têm entre 10 e 12 milímetros de tamanho - são menores que a ponta de um lápis.

Como são os sapinhos?

Também conhecidos como sapinhos das montanhas, essas duas espécies de anfíbios sofreram um processo evolutivo chamado miniaturização - já foram catalogadas diversas espécies de vertebrados que passaram pelo mesmo processo na região de Mata Atlântica.

Além disso, os minúsculos sapos se adaptaram ao ambiente específico do topo das montanhas. São anfíbios que não sabem nadar, têm alta resistência ao frio, apresentam desenvolvimento direto (ou seja, não passam pela fase de girino) e contam com um número de dedos menor do que outras espécies.

“Uma característica dessas espécies é o microendemismo, ou seja, um fenômeno que torna a distribuição delas extremamente reduzida, em apenas uma localidade identificada até o presente momento”, relata Luiz Fernando Ribeiro, professor da PUC-PR e pesquisador da ONG Mater Natura que liderou o trabalho. Até agora, os sapinhos só foram encontrados dentro de um raio de 500 metros.

Como conseguiram encontrá-los?

A descoberta foi realizada pela equipe de biólogos da ONG Mater Natura e publicada na revista científica Peerj. Para encontrar os minúsculos sapinhos das montanhas, o pesquisadores tinham que segui-los pelo barulho de seu coaxado - o período de busca mais adequado para isso é entre novembro e janeiro, quando estão em época de reprodução e fazem mais barulho.

Após encontrá-los, é feita a comparação fenotípica física dos animais e de seus cantos e também o sequenciamento de seu DNA para, assim, constatar que se trata de uma nova espécie.

“A dificuldade de chegarmos a vários desses ambientes provavelmente fez com que esses anfíbios tenham sido relativamente negligenciados em estudos prévios”, alertou Márcio Pie, professor da UFPR também envolvido no trabalho.

Uma preocupação dos cientistas em relação a estes animais, e a todo o ecossistema, é a recorrente destruição do bioma Mata Atlântica, que hoje tem apenas 8% de sua cobertura original. “As recentes evidências de mudança climática pode estar afetando as populações de Brachycephalus, e isso é preocupante, pois sabemos muito pouco sobre as novas espécies”, complementa Marcos Bornschein, professor da Unesp que também participou do projeto.

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