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Chip sobre a pele faz célula virar tecido: poderá curar qualquer lesão (até Alzheimer!)

Publicado 9 Ago 2017 – 03:15 PM EDT | Atualizado 26 Mar 2019 – 06:08 PM EDT
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Imagine que você sofreu um acidente e há um grave um ferimento em sua perna, inclusive com risco de amputação. Um médico aplica sobre a pele de sua panturrilha um nanochip, descarrega uma pequena corrente elétrica sobre ela e deseja sorte em sua recuperação.

Em uma semana, os vasos sanguíneos estão recuperados e em mais alguns dias você não corre risco nenhum.

Este cenário certamente parece um roteiro de ficção científica futurista, mas está bem perto de ser realidade. Na verdade, isto já aconteceu em laboratório, mas nos testes com ratos e porcos - ambos mamíferos como nós.

O sucesso desta nova tecnologia, batizada de Tissue Nanotransfection (TNT), foi publicado na revista científica Nature pelos cientistas dos departamentos médico e de engenharia da Universidade de Ohio. Eles descrevem que o objetivo do trabalho é fazer com que essa técnica possa ser usada para reparar tecidos doentes, envelhecidos ou fraturados de órgãos, vasos sanguíneos e células nervosas.

Como age o chip restaurador?

Elementos

A técnica TNT tem basicamente dois componentes principais. O primeiro, claro, é o chip, desenvolvido com nanotecnologia onde há determinadas proteínas e códigos genéticos.

O segundo elemento é o pequeno choque (praticamente imperceptível pelo paciente), através do qual a carga biológica aplicada ao chip é capaz de produzir tal conversão celular.

Criação de novos tecidos

“Os órgãos feridos ou comprometidos podem ser substituídos. Mostramos que a pele é o terreno fértil onde podemos cultivar os elementos de qualquer órgão que está com problemas", disse Chandan Sen, um dos autores do projeto, em comunicado.

Em termos gerais, a TNT faz o mesmo que a manipulação genética com células-tronco, mas age de modo muito mais rápido, mais barato e menos invasivo - basta apenas aplicar um nanochip e liberar uma pequena carga elétrica, enquanto que as células-tronco podem ser rejeitadas pelo sistema imunológico do corpo humano.

“Podemos converter as células da pele em elementos de qualquer órgão com apenas um toque. Esse processo leva apenas menos de um segundo e é não invasivo. O chip não fica em você, mas a reprogramação da célula começa”, explicou Sen.

O que a técnica pode tratar?

A expectativa dos cientistas é que o TNT possa ser aplicável para qualquer tipo de tecido. Até aqui, o estudo realizado comprovou a eficácia do método para reparar vasos sanguíneos e células nervosas. Caso se confirme o sucesso da técnica, doenças cerebrais como Alzheimer e Parkinson poderiam ser revertidas.

"Na verdade, ficamos surpresos sobre como isso funcionou tão bem. No laboratório, temos pesquisas em andamento para tentar entender o mecanismo e fazer ainda melhor. Então, este é o começo e mais está por vir", relatou L. James Lee, um dos autores do estudo.

Até aqui, a aplicação da técnica TNT apresentou eficácia de 98%. A previsão é que os testes clínicos em humanos comecem já em 2018.

Alterando os genes

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