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Há uma maneira de fechar feridas grandes sem ficar com cicatriz: veja como

Publicado 27 Jun 2017 – 10:30 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Uma pesquisa da Universidade da Pensilvânia constatou que é possível fechar feridas sem deixar cicatrizes

A ideia é que, ao invés de passar por todo ciclo de cicatrização (que demora mais para alguns, devido às reações individuais do tecido do corpo), o machucado se regenere com o próprio tecido da pele.

Para comprovar a tese, um teste feito em laboratório utilizou o tecido de cicatrização de camundongos e amostras de pele humana.

Células que regeneram o corpo

A partir de testes, os cientistas perceberam que cortes pequenos e superficiais são preenchidos com células de gordura conhecidas como adipócitos, que também controlam a temperatura do nosso corpo. São elas que precisam agir regenerando primeiramente os folículos pilosos – ou seja, aqueles buraquinhos da nossa pele, de onde nascem os pelos. 

“Depois disso, a pele se regenera, em resposta aos sinais desses folículos”, assegurou George Cotsarelis, chefe do Departamento de Dermatologia da Universidade da Pensilvânia e um dos autores do estudo.

Mas, quando se trata de feridas com grandes cicatrizes, as células que ficam expostas são os miofibroblastos, que surgem depois do período inicial de inflamação do machucado. 

Diferentemente dos adipócitos, os miofibroblastos não contêm gordura. Por isso, não têm o efeito de ‘regeneração’, como acontece com pequenas feridas.

Portanto, para o processo de fechar feridas sem deixar cicatrizes seria necessário transformar os miofibroblastos em adipócitos – algo que os cientistas conseguiram com êxito.

Grandes feridas sem cicatriz: como é possível?

Ao observar a formação dos folículos e as células de gordura, os cientistas constataram que eles se desenvolvem de forma separada, mas não independente. Ou seja, para a formação dos adipócitos, é necessário que primeiro se forme os buraquinhos da nossa pele.

Então, surgiu a ideia: se as células que cicatrizam pequenas feridas dependem da formação desses buraquinhos, por que não induzir os tecidos responsáveis por esses folículos a crescer com os mesmos tecidos da cicatrização?

Para isso, eles utilizaram o tecido de cicatrização de camundongos e amostras de pele humana cultivadas em laboratório.

O resultado é que os folículos liberam uma proteína de sinalização assim que começam a se formar. 

Expostos junto ao tecido de cicatrização, os folículos tiveram a ação de convertê-los em adipócitos. 

Em suma, graças à ação do tecido que forma o buraquinho de nossas peles, as células que cicatrizam grandes feridas se transformam em células que regeneram pequenos machucados. 

Posto em grande escala, isso significaria que um grande machucado tem a capacidade de se regenerar com a nossa pele, sem deixar marcas posteriores – como um machucadinho qualquer.

“As descobertas mostram que temos uma janela de oportunidades após os ferimentos para influenciar o tecido a se regenerar, em vez de deixar cicatrizes”, sintetiza Maksim Plikus, da Universidade da Califórnia-Irvine e um dos autores do estudo.

Os cientistas ressaltam que esses resultados são preliminares. De qualquer forma, é a primeira vez que um fenômeno de regeneração de pele é registrado em mamíferos – afinal, isso só era percebido até então em peixes e anfíbios.

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