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Asteroide que matou dinossauros caiu no pior lugar possível: por pouco não sobreviveram

Publicado 16 Mai 2017 – 06:00 PM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 08:41 AM EDT
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Poderíamos estar vivendo no cenário do filme “Jurassic Park” se o asteroide que dizimou os dinossauros da Terra tivesse caído em local diferente. Ou melhor, poderíamos nem estar vivendo enquanto espécie. Recentes descobertas divulgadas por um documentário da BBC revelam que o asteroide atingiu nosso planeta na costa rasa do oceano, o pior local possível segundo cientistas.

A pesquisa concluiu que se o impacto tivesse ocorrido momentos antes ou depois, o asteroide teria atingido áreas mais profundas do oceano e “o que aconteceu poderia ter sido evitado”, segundo o biólogo evolucionista Ben Garrod, apresentador do programa “The Day The Dinosaurs Died” (O dia que os dinossauros morreram) do canal britânico BBC Two. “No final das contas não foi o tamanho do asteroide, a escala da explosão ou seu impacto global que levou à extinção dos dinossauros; foi onde o impacto ocorreu".

A cratera Chicxulub – cicatriz do asteroide no México

Há cerca de 66 milhões de anos um asteroide de 15 km de diâmetro atingiu o oceano do Golfo do México. O impacto fez um buraco de 30 km de profundidade e 100 km de extensão no nosso planeta. Estima-se que tenha liberado a energia equivalente a detonação de 10 bilhões de bombas atômicas de Hiroshima. O acidente formou uma cratera que hoje é conhecida como Chicxulub e está localizada na península de Yucatan, no México.

O problema do local do impacto é que a áreaé relativamente rasa. Rochas de gesso mineral foram atingidas e chocaram-se, liberando muito enxofre na água. Mas foi muito enxofre mesmo: altamente tóxicos, esses gases mataram toda a vida no oceano e formaram uma nuvem de poeira tão espessa que não permitiu a entrada da luz solar, causando o que os cientistas chamam de “período de inverno global”.

"Naquele mundo frio e escuro, a comida nos oceanos acabou em uma semana, e os alimentos em terra firme, pouco depois, interrompendo subitamente a cadeia alimentar. Sem nada para comer em lugar algum do planeta, os imponentes dinossauros tiveram pouca chance de sobrevivência", afirma Garrod no documentário.

O especialista explica que se o impacto tivesse ocorrido em outro local, como um oceano mais profundo, o processo desencadeado seria diferente. Isso porque menos rochas teriam sido atingidas e vaporizadas, o que teria significado menos enxofre na água e mais luz solar no planeta. “Ou seja, o que aconteceu poderia ter sido evitado".

Morte instantânea de animais

Quem também participa do programa ao lado de Ben Garrod é a paleontologista Alice Roberts. Sua pesquisa em áreas de escavações descobriu fósseis que revelam os efeitos imediatos do evento. Uma pedreira em Nova Jérsei, nos Estados Unidos, a cerca de 2,5 mil km de Yucatan, escondia 25 mil fragmentos de fósseis de animais.

Roberts afirma que entre a morte e o soterramento dos corpos do animais passou um tempo de, no máximo, alguns meses. "Eles morreram de repente e foram enterrados rapidamente. Isto mostra que foi um momento específico no período geológico. Foi um evento essencialmente instantâneo".

Bordas da cratera são pontos turísticos

Um dos efeitos quase imediatos do impacto foi o colapso da área, que fez a cratera dobrar seu tamanho de extensão. Hoje, milhões de anos depois, o centro da cratera se encontra enterrado a 600 km no fundo do mar. Existe uma plataforma de perfuração a 30 km da costa mexicana que investiga o evento.

Um fenômeno geográfico conhecido como dolina se formou nas bordas da Chicxulub. Segundo a BBC, se tratam de “cavidades naturais nas rochas dissolvidas pela passagem da água”. Também conhecidos como cenotes, essa bonitas paisagens se tornaram atrações turísticas na península. 

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