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Algas flutuantes invadiram a costa brasileira: quais são os riscos? O que já se sabe?

Publicado 12 Mai 2017 – 01:26 PM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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Tapete de algas flutuantes tomou conta de parte da costa brasileira, entre 2014 e início de 2015, e deixou os biólogos preocupados com os possíveis impactos à biodiversidade e à economia dos locais afetados. Estima-se que muitos peixes e outros animais já tenham morrido por causa delas.

Para descobrir, então, de onde vieram e que podem causar, diversos pesquisadores do Brasil e de outras partes do mundo se uniram, e uma série de estudos começou a ser publicada sobre o tema na revista especializada Phycologia.

Riscos

Ainda não se sabe ao certo o que elas podem causar. Mas, “com o tempo, começam a se decompor, liberando um odor desagradável e podem tornar o banho de mar inviável. Também podem atrapalhar a pesca com rede e o cultivo de mariscos e pescados”, revela Mariana Cabral de Oliveira à agência de notícias científicas da Fapesp. Ela é professora do Instituto de Biociências (IB) da USP, e uma das autoras do artigo brasileiro sobre a alga já publicado.

Outro perigo é que ela sirva de ajuda para transportar espécies invasoras de outros lugares, que podem cruzar o oceano e causar ainda mais desequilíbrio, principalmente em ecossistemas mais delicados, como é o caso de Fernando de Noronha (PE) ou o Atol da Rocas (RN).

Alga invadiu praias brasileiras: o que já se sabe?

Conhecida como “alga parda”, ela é do gênero Sargassum, chamado aqui de Sargaço. Ela é muito comum na região do Oceano Atlântico Norte, próximo ao Caribe, mas nunca tinha sido observado nas praias do Brasil antes.

Agora já se sabe da sua existência em Fernando de Noronha, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão e Pará.

Só “na praia do Atalaia, em Salinópolis (PA), foram medidas mais de 30 toneladas de algas em 2014 e 121 toneladas em 2015”, revela a professora.

De onde elas são?

Imagens de satélites sugerem as algas não vieram do Atlântico Norte, porque não teve nenhum registro de movimentação nas semanas anteriores à chegada delas aqui.

Para Oliveira, a hipótese mais provável é que elas tenham vindo da região do Atlântico Central, pouco abaixo da linha do Equador.

Outra possibilidade é que o tapete possa estar relacionado com o aumento anormal da temperatura do oceano. Ele poderia ter favorecido o crescimento de algas que já existiam em pequenas quantidades na região.

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