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Flash de luz misterioso vindo de galáxia distante intriga cientistas: o que causou?

Publicado 14 Abr 2017 – 10:00 AM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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Uma imagem de campo profundo do espaço tirada do Observatório de Raio-X de Chandra, da Nasa, revelou a explosão de uma estrela-anã desconhecida a 11 bilhões de anos-luz de distância.

A emissão de luz dessa estrela, que passou a ser chamada de CDF-S XT1, foi 1.000 vezes mais brilhante que toda sua galáxia doméstica, a constelação Fornax.

Apesar de saber que a emissão de luz intensa foi fruto da explosão de uma estrela-anã, esse evento não se encaixa em nenhum fenômeno conhecido e continua intrigando os cientistas, que levantam hipóteses para descobrir o que o pode ter causado.

Buraco negro ou estrelas de nêutrons?

O astrônomo Franz Bauer, da Pontifícia Universidade Católica do Chile, elaborou um relatório oficial sobre esse evento, publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Ele acredita que essa emissão de luz pode ser justificada por duas razões: o colapso de uma estrela em um buraco negro ou a colisão de restos estelares densos, conhecidos como estrelas de nêutrons.

“No entanto, nenhum desses cenários explica corretamente todas as propriedades observadas”, ponderou Bauer.

Isso implica em uma “descoberta de um regime inexplorado para um evento conhecido”, embora não se saiba qual, ou “um novo fenômeno variável cuja natureza ainda não foi determinada”.

Observatório Chandra

Campos profundos revelam estrelas muito distantes a partir de um ponto da galáxia. O telescópio mais conhecido a registrar imagens desse tipo é o Hubble, também de propriedade da Nasa.

O Chandra, no caso, tem um objetivo diferente: medir especificamente os raios-X emitidos por objetos de alta energia, como buracos negros e restos de explosões estelares (supernovas). Ou seja, ele capta as imagens, mas analisa apenas a emissão de luz desses objetos espaciais.

Ao direcionar o observatório para o sul, o astrônomo Bauer e sua analisaram por 45 dias (que, depois, se estenderam para 75 dias) a imagem mais profunda de raios-X no céu.

“O objetivo era explorar o domínio mal compreendido do universo bastante fraco dos raios-X, aprender como buracos negros supermassivos se formam no universo e ver através de quais mecanismos eles se expandem, antes de se tornarem ‘monstruosos’”, detalhou Bauer em texto oficial da Nasa.

A imagem dessa estrela-anã foi captada em 1º de outubro de 2014.

“Infelizmente, não existe nenhuma “arma fumegante” (ou seja, prova concreta) que favoreça um cenário”, conclui o astrônomo sobre o mistério desse flash tão brilhante quanto misterioso. “Nossa única chance de entender o fenômeno é encontrar eventos semelhantes em dados de raios-X novos ou antigos, tanto de Chandra quanto de outros observatórios”.

Estrelas no espaço (e na Nasa)

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