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Museu dos cheiros: por que cientistas decidiram armazenar odores antigos?

Publicado 13 Abr 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 13 Mar 2018 – 04:42 PM EDT
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Livros antigos, luvas usadas por aristocratas, discos de vinil e até ceras para o chão em breve estarão reunidos em um museu diferente: o museu do cheiro, que ficará na Casa Knole, uma velha mansão localizada no sudeste da Inglaterra.

A ideia é criar o primeiro arquivo histórico dedicado apenas ao acervo olfativo, para preservar os cheiros antes que eles corram o risco de desaparecer.

Documentar o cheiro é importante porque, para as pesquisadoras Cecilia Bembibre e Matija Strlič, da Universidade College London, eles têm “valor cultural” próprio.

Segundo elas, os cheiros ajudam a compreender aspectos como a identificação dos lugares, além de servir como ferramenta de comunicação com o público e serem determinantes métodos de análise, para identificar coisas e objetos.

“Não sabemos muito sobre os cheiros do passado. Ainda assim, os odores desempenham um papel importante em nossas vidas”, escreveram as pesquisadoras.

Museu do cheiro: criação e local

Foi estratégica a decisão de criar o museu do cheiro dentro da Casa Knole, local onde nasceu e viveu a escritora Vita Sackville-West - famosa pelo livro “The Land” e por sua relação homossexual com a também escritora Virginia Woolf. A mansão foi construída no século XV e tem 365 quartos. Entretanto, elas levaram mais em consideração os escritos antigos na casa, que se mantêm conservados.

Matija disse que objetos antigos, naquela mansão, estariam em seu “habitat natural”. “Em um museu, ou galeria, estariam fora de contexto”, complementou.

A pesquisa de Cecilia e Matija é crucial para a criação do museu, já que elas tiveram que recriar alguns odores em laboratório. Para reconstruir o cheiro antigo de papel, por exemplo, elas perguntaram para visitantes de diversos lugares como eles descreveriam o cheiro dos livros. A maioria deles respondeu que eram “úmidos” ou “mofados”.

Cheiros de livros

Foi a experiência com cheiros de livro que levou as pesquisadoras a seguir adiante com a ideia de um museu de odores.

“Sabemos que livros produzidos antes de 1850 têm um cheiro diferente comparado aos que foram feitos entre 1850 e 1990. Isso porque no final do século XIX e início do XX, a impressão foi dominada pela colagem ácida”, descreveu Matija, contando que o processo para reduzir a absorção de água do papel foi determinante para que um livro antigo tivesse um cheiro totalmente diferente de livros mais recentes.

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