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O Sol poderá engolir a Terra um dia: entenda por que e como isso acontecerá

Publicado 4 Abr 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 10:36 AM EDT
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Daqui alguns bilhões de anos, a Terra poderá se tornar apenas um pedaço de rocha cósmica engolida pelo inchaço do Sol e evaporada pelo seu calor. Mas fique tranquilo: até lá, devido às condições de nosso planeta, não haverá mais vida humana para sofrer com o Armagedom.

Envelhecimento do Sol

Aos 4,5 bilhões de anos de idade, o Sol ainda é uma estrela jovem para seu tamanho - é considerado de médio para pequeno porte. A expectativa de vida para ele é de até 12 bilhões de anos, e deve começar a entrar em processo de destruição apenas daqui a cinco bilhões de anos.

Conforme o ciclo de vida do Sol caminha para o fim, ele fica cada vez maior e mais avermelhado. Isso acontece porque seu núcleo aumenta gradativamente sua capacidade de produzir energia, tornando-se mais denso e mais quente. Como consequência, os elementos que o recobrem, basicamente gases e rochas, se expandem.

“Apesar de seu volume aumentar de maneira drástica, o Sol não ganha massa e, portanto, não muda sua força gravitacional”, pondera o professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, Roberto Costa. Isto é, todos os planetas seguem orbitando a seu redor da mesma forma como fazem hoje. Ou melhor: quase todos, afinal Mercúrio e Vênus não existirão mais.

Sol "engolindo" a Terra

A densidade no núcleo do Sol será tanta que entrará em colapso. Ao contrário das estrelas gigantes que explodem em uma supernova, o Sol passará pelo processo de ejetar a sua nebulosa planetária, que é esta camada de rochas e gases que reveste seu núcleo.

Antes de expelir a nebulosa planetária, contudo, os planetas mais próximos ao astro, Mercúrio e Vênus, serão engolidos por ele e evaporados por conta do calor intenso. E este pode ser também o fim da Terra. “A Terra está na fronteira entre sobreviver ou ser também englobada pelo inchaço do Sol. E se escapar, será apenas uma pedra seca vagando o universo”, afirma o professor Roberto.

Após este processo, o núcleo do Sol seguirá brilhando, mas com força muito menor - os astrônomos calculam que um décimo de milésimo do brilho atual. Será, então, uma estrela da categoria anã-branca, cuja temperatura média é de 271 graus Celsius negativos.

Haverá vida até lá?

Ainda que a Terra não seja evaporada pelo Sol, qualquer condição de vida nela será eliminada para sempre. Aliás, bem antes de seu astro ter fim, a Terra já será inabitável. “Daqui a dois bilhões de anos o Sol já será quente o suficiente para que não haja mais água em forma líquida na superfície do planeta”, alerta Roberto Costa.

A boa notícia - ou não - é que nós, humanos, não estaremos vivos até lá. É consenso entre a comunidade científica que nenhuma espécie como conhecemos sobreviverá por tanto tempo, e possivelmente nenhum tipo de vida habitará a Terra até lá.

Isso não significa que a humanidade, ou aquilo que irá se originar dela, vá morrer junto. O professor Roberto Costa avisa que uma das questões posta entre os cientistas hoje é a possibilidade de transportar vida por galáxias. “Já sabemos que é possível reproduzir vida em outros planetas. A questão agora é se é possível migrar material biológico entre sistemas estelares”.

Enquanto o mundo não acaba...

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