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Por que as estrelas brilham, mudam de cor e morrem? Explicamos todo seu ciclo de vida

Publicado 29 Mar 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 28 Mar 2019 – 12:25 PM EDT
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O ciclo de vida das estrelas começa em poeira e gás e pode terminar em uma gigantesca supernova. Entre seu nascimento e sua morte, elas podem mudar de cor, de tamanho e até destruir planetas - em alguns bilhões de anos, inclusive, o Sol vai engolir a Terra.

O que são as estrelas? 

Uma gigantesca massa de energia cuja gravidade é capaz de manter ao seu redor dezenas de corpos enormes por até bilhões de ano. A magnitude das estrelas é algo incomparável no universo que conhecemos. E estes corpos enormes, brilhantes e cheios de calor, têm como origem simples nuvens de poeira e gás.

Como elas nascem

O nascimento de uma estrela precisa, na verdade, de dois elementos. O primeiro é a tal nuvem cósmica, ou seja, um conjunto de corpos celestes e de gases que vagam pelo universo unidos.

O segundo elemento é um evento disparado pela natureza: o acúmulo de gases poderosos, ondas de compressão, aproximação com estrelas ou até a explosão de uma supernova podem desencadear a geração de uma estrela.

A sorte é que determina o acontecimento deste evento, explica o professor Roberto Costa, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. “Esses podem ser o gatilho para desencadear um movimento de condensação que irá produzir um gás cada vez mais quente e denso, até que se chegue a uma estrela”, explica.

Por que as estrelas brilham? 

A partir de então, o ciclo evolutivo das estrelas, em geral, depende de um componente: a massa.

Quanto maior a massa do astro, mais energia ele será capaz de produzir, o que significa que será uma estrela com brilho mais intenso e, ao mesmo tempo, com vida muito menor. “Estrelas grandes vivem menos. Despendem muita energia para se manter e, portanto, morrem mais rápido”, relata Roberto Costa.

Que tipo de estrela é o Sol?

O Sol, por exemplo, é uma estrela considerada de médio para pequeno porte. Sim, aquela enorme bola de fogo que aquece nosso planeta não passa de uma estrela qualquer, do ponto de vista de sua massa e produção de energia.

Ainda assim, ele é equivalente a 99,86% de toda a massa de nosso sistema - que, não à toa, recebe seu nome.

Em comparação com a Terra, o Sol tem massa 333.000 vezes maior, mas toda sua energia é produzida por um núcleo que é aproximadamente do tamanho de nosso planeta.

O que, em termos de longevidade, é ótimo: nosso astro-rei pode viver até 12 bilhões de anos - e ainda é um jovem de 4,6 bilhões de anos hoje. Estrelas enormes, cuja massa pode ser até 20 vezes maiores que a Sol, vivem mil vezes menos. Sim, mil vezes menos: não duram muito mais do que 10 milhões de anos.

Mudança de cor das estrelas

Daqui a aproximadamente sete bilhões de anos, o brilho do Sol se apagará. Mas não por inteiro.

Antes que o Sol como conhecemos não exista mais, ele irá inchar de tamanho e passará a ter coloração avermelhada, bastante diferente de sua atual cor amarelo-esbranquiçado. Isto acontece porque, ao contrário do que diz o senso comum, a cor vermelha significa que sua temperatura está mais baixa.

Quanto mais azulada a cor de uma estrela, mais poderosa sua energia. Ao ficar cada vez mais fraca, nossa estrela favorita vai assumir tons vermelhos e aumentar de tamanho, pois seu núcleo estará menos denso e os gases a seu redor se expandem.  

Após se agigantar, o Sol irá, de fato, engolir os planetas Mercúrio, Marte e possivelmente até a Terra.

Ao chegar em seu limite, o Sol irá ejetar sua nebulosa planetária - que é, basicamente, este conjunto de elementos que cobrem o núcleo do astro.

Restará somente este núcleo, de baixa massa e que, neste momento, gera pouca energia. Este núcleo passa a ser chamado de anã branca e tem vida - quase - eterna: viverá por centenas de bilhões de anos.

Morte das estrelas

As estrelas do mesmo porte do Sol, de certa maneira, vivem pela eternidade. Por outro lado, as estrelas gigantes morrem de uma vez, em um dos espetáculos mais cênicos da vida cósmica.

Estrelas cuja massa seja pelo menos 15 vezes maior que a do Sol encontram seu fim em uma supernova.

O que ocorre é o aumento da densidade do núcleo dessas estrelas que passa a não suportar a quantidade de energia gerada pela sua própria massa e explode.

Uma supernova chega a apresentar luminosidade equivalente à mesma quantidade de luz produzida por 10 bilhões de sóis. Existem vídeos que simulam uma supernova vista da Terra:

“Em nossa galáxia, a última supernova foi vista no século 17. Se outra acontecer, apresentará aqui na Terra o mesmo brilho que uma lua cheia e deve durar por até vários meses. Será tão brilhante que poderíamos vê-la até de dia”, afirma Roberto Costa.

Há uma candidata para ser a nova supernova da Via Láctea. Trata-se da Betelgeuse, da constelação de Orion. Cerca de 900 vezes maior que o Sol, a Betelgeuse pode ser vista à noite, próxima às Três Marias e com tom avermelhado. A sua morte tem prazo para acontecer: pode ser hoje ou qualquer dia dos próximos 10 mil anos - o que, convenhamos, para o tempo do universo é quase nada.

Para nós, resta apenas a torcida para que em uma noite qualquer possamos assistir ao espetáculo dos céus.

A culpa é das estrelas

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