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Como o simples ato de respirar das plantas ajudou a salvar o planeta de grande seca?

Publicado 22 Mar 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Assim como nós, seres humanos, as plantas também respiram. E é graças ao seu padrão de respiração – que realiza o processo da fotossíntese, que produz a energia necessária para a própria sobrevivência ao absorver gás carbônico (CO2) e liberar oxigênio (O2) – que o ar limpo é possível e real.

Com o tempo, porém, os padrões de respiração de algumas plantações precisaram sofrer adaptações. Mas, as mudanças não foram prejudiciais, pelo contrário. No caso de plantações de milho, cereal e arroz, essa mudança foi crucial para evitar que ao longo de milhões de anos o planeta sofresse uma grande seca.

Essa descoberta foi feita por cientistas da Universidade de Stanford (Estados Unidos) e publicada na revista Science.

Plantações e o controle do clima

O fato das plantações – especificamente as gramíneas, que incluem trigo, milho e arroz - desenvolverem um padrão de respiração adaptável realmente surpreendeu os cientistas.

“Essa adaptabilidade e produtividade das plantações torna a compreensão delas essencial para entender a sobrevivência humana”, disseram os cientistas.

O estudo da Stanford sugere que, com o passar dos anos, as estruturas dos estômatos (pequenos poros responsáveis pela troca de CO2 – ou seja, a respiração - das plantas) mudaram.

No período evolutivo de 400 milhões de anos, a respiração das gramíneas precisou utilizar quatro, ao invés de duas, células respiratórias. 

Isso permitiu controlar com firmeza a perda de água e, no futuro, se tornou fator decisivo para sobreviver melhor à mudança das condições climáticas.

Como a pré-história foi salva de grande seca

Devido ao estômato dessas plantações (que reúnem mais de 6 mil espécies em todo o planeta), e a forma de absorver e liberar oxigênio, os especialistas acreditam que a pré-história ficou a salvo de uma grande seca.

Para chegar a essa conclusão os cientistas coletaram amostras de trigo, que possuem padrão de respiração bicelular, e compararam com a forma mutante de uma plantação considerada padrão, que usualmente possui quatro células de respiração.

A professora de biologia Dominique Bergmann, principal autora do estudo, exemplificou: “Quando se quer algo mais resistente à seca, ou algo que possa funcionar melhor em temperaturas mais altas, ou algo que seja capaz de absorver o carbono de forma aprimorada, muitas vezes o que se faz é selecionar várias propriedades dos estômatos”. Noutras palavras, é como aprender a respirar diferente para salvar o planeta.

Plantas: mistério da ciência

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