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Espécie rara de lagarto “se livra” da própria pele para escapar de predadores

Publicado 8 Fev 2017 – 12:21 PM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Quatro cientistas alemães e um norte-americano descobriram uma espécie rara de lagarto que consegue se livrar completamente da própria pele para fugir dos predadores.

O lagarto escama-de-peixe ( Geckolepis megalepis), como a espécie é conhecida por causa de suas escamas volumosas, vive no Madagascar e nas Ilhas Comores, países que ficam na costa sudeste da África.

Assim que é capturado pelo predador, não demora muito para que o lagarto se solte da própria pele e fique com um aspecto gelatinoso.

Outras espécies conseguem soltar o próprio rabo quando são atacados, mas o desprendimento total das escamas em questão de poucos segundos é uma exclusividade deste lagarto recém-descoberto (o fato do animal ter escamas volumosas facilita o desprendimento do corpo).

Lagarto de escamas grossas

"O que é realmente impressionante é que estas escamas, que são espessas e às vezes podem ser ósseas, exigem um grande gasto de energia na sua produção", disse Mark Scherz, da Universidade Ludwig Maximilian de Munique e líder da pesquisa.

Depois de soltas, as escamas do lagarto se regeneram rapidamente, sem deixar nenhum tipo de cicatriz.

Até que elas adquiram o mesmo tamanho de antes, demora apenas algumas semanas.

Dificuldades em estudar a espécie

Mesmo sendo considerada uma espécie nova, o lagarto escama-de-peixe já havia sido mencionado em relatos científicos do século 19.

A demora em identifica-lo se justifica pelo fato de que é difícil encontrá-lo sem as escamas – e de que o Madagascar possui mais de 300 répteis terrestres que não podem ser encontrados em nenhum outro lugar do mundo.

Os primeiros pesquisadores chegaram a criar algumas táticas para capturar o lagarto, usando feixes de algodão – o que, em tese, evitaria que eles ‘perdessem’ a pele.

Scherz e sua equipe tentaram estudar o réptil fazendo o máximo possível para não tocar neles. Para isso, atraíram a espécie para sacos plásticos.

Se pegá-los foi tarefa árdua, estudá-los foi mais difícil ainda. “Foi um pesadelo identificá-los”, confessou Scherz, que fez uso de uma microtomografia computadorizada para estudar toda formação da espécie.

“Ainda não temos muita ideia do que este lagarto realmente é. Mas estamos cada vez mais certos do que ele realmente não é”, conclui o pesquisador.

Diferenças entre répteis

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