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Tubarão fêmea conseguiu engravidar a si mesma: nós te explicamos como ela fez isso

Publicado 19 Jan 2017 – 01:15 PM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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O caso da tubarão fêmea que engravidou sozinha é primeira demonstração de mudança de reprodução sexual para a assexual entre os tubarões.

Quando se viu longe do parceiro, o organismo de Leonie (como o tubarão fêmea é chamado) mudou sua forma de reprodução e conseguiu formar um embrião a partir do seu próprio óvulo, sem a fecundação – a este processo, a ciência dá o nome de partenogênese, e ainda não sabe exatamente explicar como ela atua no corpo dos animais.

Tubarões são ovíparos e, em geral, se reproduzem de forma sexuada, ou seja, precisa acontecer a fecundação do óvulo da fêmea pelo espermatozoide do macho para, então, gerar o embrião. Por isso, Leonie deixou os cientistas de boca aberta.

Como é possível engravidar sozinha?

Muito comum em plantas e invertebrados, como cobras e lagartos, por exemplo, que só se reproduzem de maneira assexuada, a partenogênese vem sendo observada em um número incrível de vertebrados, que estão passando a empregar a estratégia.

Segundo o estudo sobre a forma de reprodução dos ‘tubarão-zebra’, divulgado na revista científica Scientific Reports, pela Nature, os pesquisadores, em um primeiro momento, acreditaram que ela tinha armazenado esperma do macho (tubarões conseguem guardar o conteúdo por até 4 anos).

Entretanto, com a análise de DNA do embrião, eles perceberam que não havia resquícios do pai. Todos os genes do filhote eram de Leonie. Ou seja: ela realmente realizou o processo de partenogênese e formou um embrião a partir do seu próprio óvulo, sem fecundação, de modo assexuado. 

De acordo com a bióloga da Universidade de Queensland, Dr. Christine Dudgeon, uma das autoras do Estudo, a novidade está no fato do tubarão fêmea ter mudado a forma de se reproduzir para adequar a necessidade do seu corpo (engravidar) com a necessidade do ambiente em que vivia (longe do seu parceiro).

Normalmente, quando um tubarão começa se reproduzindo de uma maneira (sexuada ou assexuada), ele tende a passar a vida se reproduzindo da mesma maneira – e não muda sua forma de reprodução, como fez Leoni.

“O início da reprodução assexuada no começo da maturidade tem sido documentado com tubarões e raias, e particularmente com répteis. Mas, o que temos mostrado pela primeira vez, é a troca [da forma de reprodução ao longo da vida]", explicou a bióloga.

Ou seja: os cientistas concluíram que peixes elasmobrânquios (tubarões e raias) são capazes de adaptar sua estratégia de reprodução de acordo com as circunstâncias ambientais.

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