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Corpo reage fisicamente ao luto: é quase como sofrer um ataque cardíaco , diz ciência

Publicado 11 Jan 2017 – 09:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Dói demais perder alguém que a gente ama. O sofrimento é tanto que, não raro, alguns sintomas físicos se manifestam durante o período do luto.

No meio social, damos a isso o nome de “dor da perda”. A ciência, porém, com base em muitos Estudos, passou a encarar o luto como algo mais complexo que o emocional e acredita que a tristeza pode realmente gerar dores físicas por conta de um fenômeno conhecido como cardiopatia de Takotsubo.

O que é o fenômeno de Takotsubo

O fenômeno, popularmente conhecido como “ síndrome do coração partido”, ocorre por conta de um estresse emocional ou físico muito forte e afeta 100 a cada 1 milhão de pessoas. 

Ou seja, nem todas as pessoas que tiveram grandes perdas sofrem com a “síndrome do coração partido”. Um estudo publicado no European Heart Journal afirma que as mulheres após o período da menopausa são as mais propensas a esse mal.

Por ser uma dor ligada a algo pessoal, não há consenso de especialistas – mesmo porque o Takotsubo pode ser diagnosticado em outros casos de excessivo estresse, como frustração no trabalho, por exemplo.

Nos casos mais comuns, as pessoas têm dores no peito e dificuldades de respiração (dispneia), como se tivesse sofrendo um ataque cardíaco. Mais de 80% dos pacientes analisados pelos especialistas tiveram um batimento cardíaco muito elevado após a perda.

Dor do luto protege o coração

De acordo com um estudo do Imperial College de Londres, a cardiopatia de Takotsubo apesar de causar incômodos como dores no peito e dificuldade de respiração, é um mecanismo de defesa do coração, que reage a cargas muito fortes de adrenalina.

Embora a dor da perda seja forte – mais pelo aspecto emocional que o aspecto físico, que existe – a “síndrome do coração partido” é uma forma que o nosso organismo encontra para nos proteger de consequências mais severas ao coração, como ataques cardíacos.

Segundo o estudo, o corpo responde à adrenalina para fazer com que o coração reduza seu poder de bombeamento. “Embora isso resulte em insuficiência cardíaca aguda, a maioria dos pacientes faz uma recuperação completa dentro de dias ou semanas”, diz o Imperial College.

Os experimentos do Imperial College foram conduzidos com ratos. Portanto, não quer dizer que os seres humanos se recuperam de um luto em semanas, como se fosse uma regra ou um padrão.

Problemas no sistema imunológico também 

Um estudo mais detalhado, realizado pela Universidade de Birmingham, conclui que o sistema imunológico fica bastante afetado com a dor da perda - especialmente os idosos, que sofrem considerável redução dos glóbulos brancos do sangue, que combatem bactérias infecciosas como a pneumonia.

"As pessoas dizem que se morre de coração partido. O que nós diríamos é que eles estão morrendo dos efeitos desses fatores em seu sistema imunológico", disse à BBC a professora de medicina comportamental Anna Philips, responsável pelo estudo.

Dor, experiência e superação

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